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SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE CUIDADOS COM CRIANÇAS COM PROBLEMAS NEUROLOGICOS

Por:   •  9/8/2017  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  538 Visualizações

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Em uma pessoa normal o líquor é formado nos ventrículos e flui normalmente dos ventrículos para a medula espinhal. Quando a obstrução ou bloqueio do líquor dos ventrículos para o espaço subaraquinóide, é denominado hidrocefalia não-comunicante ou obstrutiva. A hidrocefalia obstrutiva pode ser classificada como parcial (quando a uma pequena obstrução ao longo dos ventrículos, impedindo a passagem fisiológica do líquor), intermediante (quando a uma obstrução intermediaria ao longo dos ventrículos, impedindo a passagem fisiológica do líquor) ou completa (quando a uma obstrução total dos ventrículos, impedindo a passagem fisiológica do líquor). Geralmente esse tipo de hidrocefalia é mais comum, e na maioria das vezes é causado por estenose do aqueduto, lesões congênitas (mal formação da veia galeno ou tumores congênitos), cisto aracnoide, malformação de Dandy Walter, lesões expansivas (tumores ou cistos), lesões cranioencefálicas.

Outro tipo de hidrocefalia, menos comum é a hidrocefalia comunicante ou não obstrutiva. Nesse tipo de hidrocefalia o liquor circula dos ventrículos para a medula espinhal livre de obstáculos, porem há uma dificuldade de absorção e eliminação do liquor, e uma vez que a produção não para, o mesmo se acumula no espaço ventricular. Geralmente é caudado devido acondroplasia, cisto aracnóideo, síndrome craniofaciais, pós hemorragia (intraventricular ou subaracnóidea), papiloma do plexo coroide ou carcinoma do plexo coroide, obstrução venosa (síndrome da veia cava superior), pós infecciosas.

Manifestações Clinicas

As manifestações clinicas podem aparecer de forma rápida, lenta, progressão continua ou intermitente. Os sinais e sintomas aparecem dependendo da idade da criança (do fechamento da fontanela anterior, da fusão das suturas cranianas) e do tipo e da duração da hidrocefalia. As manifestações mais encontradas são:

- Crescimento excessivo da cabeça (pode ser observado até três anos de idade);

- Fechamento tardio das fontenela anterior;

- Sinais de pressão intracraniana elevada;

- Alteração do tônus muscular dos membros;

- A fonte torna-se proeminente (bossa);

- O couro cabeludo aparece brilhante com veias proeminentes;

- As sobrancelhas e as pálpebras podem ficar tracionadas para cima, expondo a esclera acima da íris;

- O lactante não consegue olhar para cima, produzindo o “sinal dos olhos em sol poente”;

- Dificuldade de sustentar a cabeça erguida em lactentes;

- Retardo do desenvolvimento físico e mental;

- Paralisia pseudobubar (dificuldade de sucção, alimentação e formação, levando a regurgitação, salivação e aspiração);

- Crianças de mais idade apresenta as suturas fechadas e apresentam sinais de aumento da pressão intracraniana.

Sinais de aumento da pressão intracraniana(PIC):

- Vômitos;

- Inquietação e irritabilidade;

- Choro agudo e estridente;

- Rápido aumento do perímetro cefálico;

- Fontanelas tensa e abaulada;

- Alteração dos SSVV (PAS, diminuição do pulso, elevação da temperatura, respiração diminuída e irregulares);

- Alterações da pupila;

- Papiledema;

- Convulsões;

- Letargia;

- Torpor;

- Coma.

Avaliação Diagnóstica

São as formas de identificar a patologia, fazendo um diagnóstico preciso e confiável. Veja a seguir as principais avaliações para chegar ao diagnostico:

- A cabeça do lactente translumina. Indicando acumulo anormal de liquido;

- Percussão do crânio do lactente pode produzir um som típico de ‘pote rachado’ (sinal de MacEwen);

- A oftalmoscopia pode revelar papiledema;

- A ressonância magnética (RM), constitui o instrumento diagnostico de escolha;

- A tomografia computadorizada (TC) também é utilizada para estabelecimento do diagnostico nos casos em que a sedação constitui um risco adicional, devido a necessidade de anestesia geral, ou em situações nas quais não se dispõe de RM.

Tratamento

O tratamento da hidrocefalia é feito principalmente por meio cirúrgico. Os procedimentos cirúrgicos são diversificados e geralmente tem como objetivo principal reduzir e prevenir danos cerebrais e melhorar o fluxo do líquor. As cirurgias mais utilizadas são:

- Derivação ventriculoperitoneal (VP) - desvia o líquor dos ventrículos ou do espaço subaracnóidea para o peritônio através de um cateter chamado shunt (é um cateter que possui uma válvula unidirecional impedindo o retorno do líquor);

- Derivação ventriculoatrial (VA) - desvia o líquor dos ventrículos ou do espaço subaracnóidea para o átrio direito ou veia cava superior através do cateter de shunt;

- Derivação ventrículopleural - desvia o líquor dos ventrículos ou do espaço subaracnóidea para a pleura através do cateter de shunt, geralmente utilizada quando não há indicação de derivação VP e VA;

- Derivação ventrículo-vesícula biliar - desvia o líquor dos ventrículos ou do espaço subaracnóidea para ducto colédoco através do cateter de shunt, geralmente utilizado quando as outras vias não são indicadas;

- Retirada da lesão causadora de obstrução – tumores ou cistos;

- Cauterização do plexo coroide – interromper a produção do líquor;

- Antibioticoterapia – em casos de hidrocefalia causadas por infecções congênitas (sífilis e rubéola).

Complicações

Nas intervenções cirúrgicas por derivações é comum a frequência de revisões devido:

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