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Biblioteca Camunitária

Por:   •  3/3/2018  •  3.764 Palavras (16 Páginas)  •  323 Visualizações

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Biblioteca é mais do que livros, é informação, seja de que tipo for. [...] é um antídoto ao dogmatismo na medida em que ela oferece informações sem censura é, ainda, uma pausa, um espaço que se abre para o conflito e a reflexão. Ela não é o consumo fácil de informação, pois exige de seu público uma participação mais reflexiva, transformando-o num agente ativo no acesso aos dados (MILANESI, 1983).

A biblioteca é informação ordenada e direcionada a necessidade do usuário, porém para que ela seja transformada e recriada é importante perpassar de um indivíduo a outro.

Muitas vezes os leitores estão debruçados sobre temas relacionados, mas, estão desprovidos de contato entre si. Seria possível e desejável que, indo além do ato de ler, os usuários fizessem transbordar os dados recebidos e reflexões feitas para que todos participassem da busca para a reelaboração de um discurso. O processo que leva à informação será mais eficiente se houver comunicação entre os informados. É nesse sentido que a convivência adquire a importância de um instrumento que efetive a informação como um bem transformador. (MILANESI, 1989, p. 225).

3 AS PRIMEIRAS BIBLIOTECAS NO BRASIL

A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro foi a primeira biblioteca pública oficial do Brasil. O acervo original foi trazido com a família real e a corte portuguesa, em 1808, quando Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão. Até então, durante todo o período colonial brasileiro, havia somente bibliotecas particulares e de conventos com acesso restrito a seletos usuários.

O acervo criado no reinado de D. José I (1750 –1777) tem origem na antiga Real Biblioteca ou Livraria Real. Esta Real Biblioteca, na verdade substituía a anterior, muito mais antiga (iniciada por D. João I, que reinou de 1385 -1433) e que havia sido totalmente destruída pelo terremoto e pelo incêndio que ocorreram em Lisboa em 1755. Esta biblioteca era constituída pela Livraria Real (biblioteca privativa dos monarcas) e a do Infantado (biblioteca destinada aos infantes, filhos dos soberanos portugueses). A história desta biblioteca, que resulta na Biblioteca Nacional brasileira, perpassa boa parte da história de Portugal e faz parte do término do período colonial no Brasil.

A fundação da Biblioteca Nacional ocorreu oficialmente em 29 de outubro de 1810, mas até 1814, quando foi aberta ao público, ela era restrita apenas à família real e a poucos estudiosos, sendo que estes tinham de pedir autorização para consultá-la.

A segunda biblioteca pública brasileira foi inaugurada na cidade de Salvador em 1811, por uma iniciativa particular de Pedro Gomes Ferrão Castelo Branco e contribuições dos seus sócios. Concebida como uma instituição para incentivar a instrução do povo, esta biblioteca não se efetivou por uma iniciativa governamental, mas por cidadãos. Castelo Branco solicitou ao governador, na época, o Senhor Conde dos Arcos apenas a aprovação do projeto para o funcionamento da biblioteca, pois a mantenedora seria por cooperação de todos os cidadãos que assim desejassem dela fazer parte. Após a liberação do projeto para o seu funcionamento, a biblioteca permaneceu aberto por um curto tempo, aproximadamente, sete anos, pois com a morte de Castelo Branco em 1814 e a saída do Conde dos Arcos do governo em 1818, a biblioteca que não recebia ajuda do governo ficou abandonada.

Alguns consideram que esta é a primeira biblioteca pública, pois as dos conventos tinham seu acesso liberado, somente, aos sacerdotes, e a Biblioteca Real do Rio de Janeiro que já existia em Lisboa havia apenas sido transferida de sede e, posteriormente, como Biblioteca Nacional só foi aberta ao público em 1814. (SCHWARCZ, 2002; MORAES, 2006;).

Pode-se considerar, oficialmente, que a primeira biblioteca pública de São Paulo foi a Biblioteca Municipal de São Paulo fundada em 1925 e inaugurada em 1926, posteriormente chamada Biblioteca Mário de Andrade já na década de 60. O acervo foi resultado de parte da antiga Biblioteca Pública Municipal, de diversos acervos particulares e da Biblioteca Pública do Estado (BIBLIOTECA VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2007, p. 4).

No Brasil, a partir do Estado Novo e da política consubstanciada pelo Instituto Nacional do Livro (INL), órgão federal criado para implantar uma biblioteca em cada município brasileiro, passou a haver forte campanha visando à divulgação da leitura como alavanca para o desenvolvimento pessoal e coletivo. As bibliotecas seriam instrumentos do aumento do nível cultural e do desenvolvimento. Para isso, o INL estabeleceu pacotes de livros e espalhou-os pelas cidades brasileiras, achando que essa ação criaria o gosto pela leitura. Ao Estado coube a escolha dos livros, às cidades torná-las disponíveis, mas apesar das boas intenções, muitas dessas bibliotecas vindas de cima para baixo, da mesma forma que chegaram, desapareceram

Foi na década de 70 que se firmou no Brasil a ideia da necessidade de leitura como fator decisivo no processo educacional. A implantação, por lei, da pesquisa escolar levou milhões de crianças e adolescentes às bibliotecas a fim de atender à expectativa dos professores, e assim, o que seria público tornou-se escolar. Ao fazer um trajeto rumo aos currículos escolares, cedendo à necessidade de pesquisa, as bibliotecas públicas distanciaram-se do prazer que os livros poderiam oferecer. O público optou pelo rádio e a televisão como fontes de informação e os escolares, sem escolha, ficaram com a pesquisa obrigatória

4 BIBLIOTECA COMUNITÁRIA E PÚBLICA (In) DEFINIÇÃO

Biblioteca comunitária, popular ou ainda alternativa anda frequentemente em desencontro, considerando o ponto de vista conceitual e semântico, com bibliotecas públicas. Ambas, comunitária e pública, partem do mesmo princípio; melhorar a qualidade de vida do entorno oferecendo, quando possível, um acervo de acordo com as necessidades dos usuários, fomentando o hábito da leitura entre outras atividades inerentes de uma biblioteca.

Almeida Júnior (1997, p.94) afirma que até o momento, não houve preocupação da literatura em relatar o histórico da biblioteca comunitária e que em nada ou talvez, em muito pouca coisa se diferencia das bibliotecas públicas como o de atuar nos segmentos mais pobres, principalmente em bairros periféricos.

[...] ainda não há definições claras e objetivas, principalmente pelo fato de que a maioria das bibliotecas que se autodenominam comunitárias, populares, etc., não existe um teorização da prática empregada. (ALMEIDA JÚNIOR, 1997, p. 11).

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