FORMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DE OBRAS RARAS

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especiais" é utilizado para designar materiais cujas características extrapolam aos considerados comuns. A American Library Association (2014) refere-se “a toda a gama de registros gráficos e não gráficos, incluindo livros raros, manuscritos, fotografias, mapas, obras de arte, artefatos e outros objetos”, como itens pertencentes ao universo das coleções especiais.

OBRAS RARAS

É uma tarefa difícil determinar o grau de raridade de uma obra, pois uma quantidade elevada de elementos pode contribuir para que o livro seja considerado raro ou especial.

Segundo Sant’Ana (2001, p. 2):

[...] o conceito de obra rara está mais ligado ao livro, mas pode incluir também os periódicos, mapas, folhas volantes, cartões-postais e outros materiais impressos. Fotografias, manuscritos, gravuras e desenhos são obras únicas e originais, e, portanto não recebem esta denominação de obra rara.

Rodrigues (2006, p. 115) observa que determinar se uma obra é rara “é uma questão difícil de responder, pois envolve fatores e circunstâncias subjetivos”.

A autora ainda aponta que:

[...] o critério de raridade adotado pelas bibliotecas geralmente está vinculado à ideia de antiguidade e valor histórico-cultural. A idade cronológica leva em conta a aparição da imprensa nos diversos lugares do mundo e/ou na região onde foram impressas as obras e, desta forma, justifica o princípio de que todos os livros publicados artesanalmente merecem ser considerados raros (RODRIGUES, 2006, p. 115).

FORMAÇÃO DO ACERVO

O papel primordial das bibliotecas universitárias é proporcionar à comunidade acadêmica o suporte informacional para a sua formação, a pesquisa e a extensão.

Partindo do pressuposto de que a função principal da biblioteca é propagar o conhecimento, de forma mais ampla, pode-se entender que preservar o conhecimento registrado no passado tornando-o disponível para as gerações do presente e futuro, também é um dos papéis da biblioteca universitária, seja ela pública ou privada.

Na proposta de identificação e preservação das obras raras da Anhanguera Educacional, propôs-se a formação de dois acervos:

O primeiro composto por obras de interesse regional, que deverá ser formado por obras que tratam de questões ligadas à localidade, cidade ou região onde a instituição da Anhanguera estiver instalada. Estas obras, em sua maioria, apresentam características especiais, versando sobre temas de interesse das comunidades locais e de cunho regional.

Nesta proposta cada biblioteca do SIBLI tem o papel de identificar e criar o seu acervo de interesse local, com obras que atenderão às demandas específicas de cada localidade ou região.

O segundo acervo será composto por obras de caráter universal e de importância para a formação cultural, científica e histórica do país. Obras antigas, clássicas e de relevância dos temas abordados, de autores consagrados e renomados, principalmente nacionais.

Os colecionadores de livros raros medem a raridade dos livros pela procura existente para determinada obra. No entanto, para as bibliotecas públicas e, principalmente, as universitárias, segundo Sant’Ana (2001, p. 5), “a definição do que é uma obra rara passa necessariamente pela análise histórica dos aspectos ligados ao modo como os livros foram produzidos, independente da quantidade de exemplares existentes ou de seu valor de mercado”.

O acervo identificado na Anhanguera é composto, em grande parte, por livros antigos, alguns raros ou com características especiais. Para tanto, a seleção das obras se detém às publicações que datam até 1920, principalmente as que foram publicadas no Brasil; em língua estrangeira sobre temas relevantes ou sobre temas brasileiros.

A título de exceção, publicações de autores consagrados, posteriores a 1920, também foram considerados, principalmente as primeiras edições, exemplares autografados e livros que sejam referência para a história e cultura do país ou para alguma área específica.

METODOLOGIA APLICADA ÀS OBRAS RARAS

Foi adotada a seguinte metodologia de trabalho para o acervo de obras raras, especiais e antigas da Anhanguera Educacional:

1. Identificação por meio de consulta bibliográfica e experiência de bibliotecários e professores especializados, apoiando-se nos seguintes critérios preconizados por Rodrigues (2006, p. 117), para se determinar o grau de raridade e importância das obras analisadas:

* Primeiros livros publicados (no mundo ou em uma determinada localidade).

* Obras de autores brasileiros publicadas até 1920, de autores estrangeiros publicadas no Brasil ou sobre o Brasil, até 1920.

* Edições com tiragem limitada (até 300 exemplares).

* Obras autografadas por pessoas renomadas.

* Obras de autores renomados em suas áreas.

* Primeiras obras sobre determinado assunto.

* Editores e ilustradores renomados (famosos).

* Trabalhos monográficos originais elaborados por personalidades importantes.

* Características extrínsecas: Dedicatórias, anotações, assinaturas, ex-libris, super-libris, carimbos, brasões dentre outros; características de editores, livreiros e restauradores.

1. Análise dos acervos e identificação nas bibliotecas das instituições da Anhanguera, de livros com as características já mencionadas;

2. Inventário das obras;

3. Tratamento técnico adequado do acervo, utilizando-se da análise bibliológica e métodos de restauro e conservação para este tipo de material;

4. Capacitação do pessoal que cuidará e fará a manutenção do acervo;

5. Remoção da coleção para um ambiente próprio e seguro;

6. Designação de um bibliotecário para a gestão e guarda da coleção,