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Empreendedorismo Social: Um Estudo de Caso Sobre Os Benefícios da Biblioteca Indústria Do Conhecimento na Percepção dos Usuários da Comunidade Palestina

Por:   •  9/4/2018  •  4.999 Palavras (20 Páginas)  •  650 Visualizações

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O presente estudo torna-se relevante tanto para a comunidade, no sentido de ressaltar a importância de projetos sociais como a biblioteca Indústria do Conhecimento para o desenvolvimento sociocultural dessa população, quanto para o empreendimento em si, ao promover o feedback dos usuários com relação aos serviços oferecidos pela biblioteca, além de propor melhorias para o aperfeiçoamento do empreendimento.

Essa pesquisa também mostra-se importante para a academia, pois promove acréscimos à literatura concernente aos estudos sobre o empreendedorismo social, considerando que o estudo foi realizado em um empreendimento local, o que possibilita compreender a realidade desse tipo de empreendimento, no contexto do agreste pernambucano, tendo em vista a tendência de desenvolver negócios cada vez mais vinculados a projetos sociais, como criação de valor social, estabelecendo uma missão social para satisfação de demandas coletivas.

No capítulo seguinte será apresentada a fundamentação teórica que envolve algumas abordagens para se chegar ao conceito de empreendedorismo social.

- REFERÊNCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta o conceito de Empreendedorismo, de Responsabilidade Social e por fim o conceito de Empreendedorismo Social.

2.1. EMPREENDEDORISMO

São várias as definições encontradas na literatura sobre o que é empreendedorismo. Segundo Dornelas (2001), o conceito de empreendedorismo é definido como “Aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”. Os inúmeros conceitos encontrados fazem uma miscelânea e se complementam, onde pontos em comum se destacam, como a concepção de que o empreendedor é alguém que inova, promove mudanças, convive com riscos e incertezas e é um agente que alavanca o crescimento econômico.

Os indivíduos classificados como empreendedores possuem características particulares, sendo as mais comuns: inovação, liderança, criatividade, flexibilidade, autoestima, iniciativa e disposição aos riscos moderados (FILION, 1996). Além disso, Cooley (1990) destaca que, o empreendedor é comprometido, pois confere a si mesmo e ao seu comportamento as razões de seus sucessos ou fracassos e assume responsabilidade individual pelos resultados obtidos.

Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem uma motivação singular pelo que fazem, eles não se conformam em ser mais um, querem ser reconhecidos e admirados. Duas razões centrais motivam pessoas a realizarem práticas empreendedoras, aqueles que empreendem por oportunidade, escolhendo essa opção dentre as alternativas disponíveis para sua carreira; e aqueles que não vislumbram outras opções de trabalho, e empreendem por necessidade (FILION, 1996).

De acordo com Shumpeter (1997), o empreendedor, ao praticar ações empreendedoras, é uma peça-chave em um sistema econômico. Pois ao realizar o processo de inovação, contribui para revoluções nas estruturas econômicas e sociais.

Segundo Chiavenato (2007) o empreendedor faz as coisas acontecerem, ele tem uma sensibilidade peculiar para os negócios, e capacidade de vislumbrar oportunidades. Deste modo, ele transforma ideias em realidade, não só para o seu benefício, mas também para benefício da comunidade.

- RESPONSABILIDADE SOCIAL

Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, através de atitudes que a afetem positivamente, agindo de modo consciente e coerente. A organização assume obrigações, mesmo aquelas que não são vinculadas com a sua atividade fim, mas que venha a contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade (ASHLEY, 2002).

“A responsabilidade social empresarial é o compromisso de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável trabalhando em conjunto com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua qualidade de vida de forma que seja bom tanto para as empresas como para o desenvolvimento” (www.worldbank.org).

A ideia de Responsabilidade Social surge na década de 1950. Bowen (1957, p.03) acredita que as ações das empresas atingem diretamente a vida dos cidadãos em muitos aspectos, por esse motivo, ele buscou entender o que a sociedade espera dos “homens de negócios”, e defendeu a ideia de que as empresas devem se responsabilizar pelo seu impacto social.

A relação entre as empresas e a sociedade evolui de acordo com as mudanças sociais e as expectativas da sociedade. A sociedade reconhece as atividades da empresa e suas obrigações, deste modo, estabelece responsabilidades e limites para a sua atuação (BERTONCELLO; CHANG JUNIOR, 2007).

De acordo com Carrol (1999) o relatório Social Responsabilities of Business Corporation Report, formulado pelo Comitee for Economic Development, define essa responsabilidade como segue:

“Os negócios estão sendo chamados para assumir responsabilidades amplas para a sociedade como nunca antes e para servir a ampla variação de valores humanos (qualidade de vida além de quantidade de produtos e serviços). Os negócios existem para servir a sociedade; seu futuro dependerá da qualidade da gestão em responder as mudanças de expectativas do público”.

Para Eells e Walton (1984), a responsabilidade social surge como elo entre a empresa, sociedade, indivíduos e governo, enquanto instrumento capaz de melhorar a qualidade de vida através de seu desenvolvimento econômico.

Koontz e O'donnell (1982) apresentam um ponto de vista diferente sobre a responsabilidade social, que, segundo eles, é:

“Uma obrigação pessoal de cada um de quando age em seu próprio interesse, garantir que os direitos e legítimos interesses dos outros não sejam prejudicados (...). O indivíduo, certamente, tem direito de agir e falar em seu próprio interesse, mas precisa sempre ter o devido cuidado para que esta liberdade não impeça os outros de fazerem à mesma coisa”.

Essa definição encontra suporte no trabalho de Friedman, que define que “responsabilidade social é um comportamento antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros que não são acionistas da empresa”.

Diante deste quadro surge o empreendedorismo social como uma forma de identificar e promover mudanças potencialmente transformadoras na sociedade. Para melhor compreensão, a próxima seção irá abordar o conceito de empreendedorismo social.

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