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As Correntes Antropologicas

Por:   •  22/5/2018  •  4.382 Palavras (18 Páginas)  •  1.010 Visualizações

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Um dos maiores nomes do Evolucionismo foi o naturalista britânico Charles Darwin (1809 - 1882), que desenvolveu no século XIX um conjunto de estudos que deram origem ao Darwinismo, teoria tida como sinonimo do evolucionismo, consagrando-se como pai da teoria da Evolução. http://www.significados.com.br/evolucionismo/.

2.1.2. Evolucionismo Cultural Clássico

Para BORON (2007), evolucionismo foi influenciado pela teoria da selecção natural de Charles Darwin que se consistia na tentativa de explicar a diversidade de espécies de seres vivos através da evolução. No entanto, a teoria de evolução empregada pelos etnólogos deve mais a outro autor, o sociólogo e filósofo Herbert Spencer, cujo conceito de evolução difere em importantes aspectos daquela desenvolvida por Darwin. Mesmo assim, posteriormente, a abordagem Spenceriana ficou conhecido como darwinismo social.

Inspirados na ideia da gradual evolução das espécies, pensadores e estudiosos do ser humano elaboraram um paradigma que hoje chamamos de evolucionismo cultural ou antropologia evolucionista, segundo o qual os diferentes grupos humanos se desenvolvem a partir de estágios mais primitivos até alcançar etapas mais avançadas de um processo evolutivo universal. O principal eixo da epistemologia desse paradigma era o método comparativo, ou seja, o cotejo das diversas manifestações culturais de diferentes povos com o objectivo de encontrar semelhanças de desenvolvimento cultural.

Embora a antropologia evolucionista tomasse emprestada a noção de evolução darwiniana para postular uma evolução cultural ou civilizatória, essa teoria está mais ligada à noção de progresso presente no pensamento de Herbert Spencer. Enquanto Darwin apresentava em seu postulado “A Origem da Espécies” uma árvore genealógica que mostrava uma diversidade de caminhos por que passa a evolução dos seres vivos. Spencer entendia o progresso como uma escada unilateral. http://teianeuronial.com/evolucionismo-cultural/

Para os evolucionistas, a cultura era entendida como um fenómeno universal e singular. Em seu paradigma, havia apenas uma “cultura humana”, que se manifestava em diversos graus de desenvolvimento de acordo com o grupo social considerado. As diferenças culturais, para esses teóricos, se devia a uma diferença de grau de evolução e não a peculiaridades históricas de cada sociedade.

Franz Boas, antropólogo alemão radicado nos EUA, deu a sua ideia inicial para relativizar as culturas humanas (no plural) e compreender suas diferenças em termos de histórias distintas e não de grau evolutivo. Já o método comparativo seria abandonado com o desenvolvimento da observação participante, empreendida por Bronislaw Malinowski.

A antropologia se desenvolveria posteriormente com uma perspectiva relativista, vendo as diversas culturas como formas diferentes de viver e ver o mundo, e passaria a servir muito mais para veicular a voz dos povos “nativos” do que como instrumento de sua dominação. Entretanto, podemos ver nas obras de Morgan, Tylor e Frazer algumas das sementes que permitiriam esse desenvolvimento.

Os etnólogos evolucionistas consideravam a sociedade europeia da época como o apogeu do processo evolucionário. Portanto, este pensamento estava inserido em uma visão etnocêntrica que coloca a organização sócio, político e económica europeia como grau máximo de civilização. Entretanto, mesmo considerando esse pressuposto, a antropologia cultural da época não se tornou uma pseudociência racista.

A tese evolucionista apoiava o princípio da unidade psíquica da humanidade de Adolf Bastian, e defendia a existência de apenas uma espécie humana idêntica inicial (monogenismo), que se desenvolve tanto em suas formas tecno-económicas como nos seus aspectos sociais e culturais. A evolução ocorre em ritmos desiguais, de acordo com as populações e localizações geográficas, passando pelas mesmas etapas, para alcançar o nível final de "civilização". Assim, a proposição básica era de que o desenvolvimento humano seguisse estes estágios. Em cada etapa a experiência humana acumulava, levando a formação cultural cada vez mais avançada. Esta ideia de que a experiência humana acumula foi inspirada no raciocínio empírico de John Locke e outros filósofos do ‘empirismo’ do séc. XVIII.

Dois argumentos davam suporte ao evolucionismo: movimento unilinear e o determinismo tecnológico ou social. Segundo a tese evolucionista, haveria um caminho só a ser trilhado por todas as sociedades, numa trajectória vista como obrigatória, seguindo uma única linha ascendente, de estágios mais simples aos mais complexos (do mais selvagem ao mais civilizado). O determinismo social e cultural defende que o indivíduo é determinado pelo meio sociocultural, portanto define o estágio de maior evolução de uma sociedade, pelo grau de complexidade de sua tecnologia; já o determinismo biológico defende que a biologia é que determina o indivíduo, implicitamente os sujeitos de pele mais alva seriam os mais evoluídos. Os evolucionistas culturais clássicos não pregaram esta postura abertamente, sendo os antropólogos físicos e os biólogos do Sec. XIX os maiores defensores desse racismo científico.

O método científico usado na antropologia (etnologia) é a comparação de dados, retirados das sociedades e contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco), determinado pelo pesquisador. Os dados colectados lhe serviriam para comparar as sociedades entre si, fixando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear, diacrónica, de modo a que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva.

Não se pode generalizar e atribuir as características acima a todos os autores que foram adeptos a essa corrente. Apesar da maioria dos pensadores evolucionistas terem trabalhado em gabinetes, um dos mais conhecidos: Lewis H. Morgan realizou pesquisas com algumas tribos dos Estados Unidos. Morgan compreendeu que grande parte da complexidade da cultura nativa americana em pouco tempo seria destruída como consequência do fluxo de europeus, por isso considerava tarefa crucial documentar a cultura tradicional e a vida social desses nativos. Outros pensadores importantes para o evolucionismo cultural são: Edward Burnett Tylor, considerado o pai do conceito moderno de cultura; John Lubbock, primeiro a rejeitar a cronologia bíblica que dizia que o mundo teria uns meros 6 mil anos: introduziu os termos paleolítico e neolítico, Velha e Nova Idades da pedra, hoje reconhecidas como períodos -chave do passado pré-histórico. A partir do estudo desses pesquisadores

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