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A METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

Por:   •  26/8/2018  •  3.797 Palavras (16 Páginas)  •  327 Visualizações

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O primeiro princípio de que a Teoria da Administração parte é o reducionismo, que se refere ao fato de que todas as coisas podem ser decompostas em seus elementos essenciais, mais simples, para que possam ser compreendidos cientificamente. Isso pode ser verificado na teoria administrativa a partir da especialização das partes de uma empresa - produção, compras, vendas, etc. - e das várias formas distintas de administrar.

O segundo princípio, que decorre do primeiro, é o pensamento analítico que consiste em decompor o todo em partes mais simples de forma isolada; cada parte será analisada por um especialista que solucionará os problemas de forma separada das demais partes.

Por último, o determinismo, que se baseia na relação simplificada de causa e efeito, seguindo a lógica “se A, logo B”. As organizações estariam inseridas num ambiente fechado, sem qualquer relação com outras organizações, isto é, não seriam consideradas as variáveis externas à organização, como os concorrentes, clientes e fornecedores. Qualquer acontecimento fora do previsto (planejado) deve ser eliminado, pois poderá causar prejuízos aos planos da organização. Assim, estes três princípios da Teoria da Administração, em conjunto, estão diretamente relacionados com o paradigma clássico da ciência, visto acima.

O estudo das organizações compreende uma parte das ciências sociais. A organização é considerada o principal sistema social na sociedade moderna capitalista e é entendida como um “sistema social em que a divisão do trabalho é sistematicamente e coerentemente realizada, tendo em vista os fins visados; é o sistema social em que há procura deliberada de economizar os meios para se atingir os fins.” (Motta, 1984, p.23). Na maioria dos estudos, as organizações são entendidas a partir dos estudos de Max Weber, isto é, enquanto uma organização burocrática, compreendida pelo seu caráter formal, impessoal, dirigida por administradores profissionais, segundo regras escritas.

A Teoria da Administração, por sua vez, é uma ciência social que tem como objetivo estudar e operacionalizar as organizações burocráticas, procurando formular estratégias administrativas e um sistema de recomendações para os administradores planejarem, organizarem e a controlarem as organizações (Motta, 1984, p.168). Neste sentido, os princípios condutores das teorias da organização partem das características presentes no modelo burocrático e no paradigma clássico da ciência.

As várias abordagens teóricas da administração estão diretamente relacionadas com o contexto histórico em que se inserem. Assim, partimos do pressuposto de que as várias abordagens da administração se formam conforme as demandas históricas das organizações burocráticas, isto é, buscam respostas gerenciais em consonância ao contexto histórico em que se situam. As primeiras abordagens da Teoria da Administração foram a Administração Científica, a Escola Clássica e a Escola das Relações Humanas. Elas visaram especificamente a operacionalizar o funcionamento da organização burocrática, formulada por Weber. Assim, enquanto Weber estudou a organização burocrática de um ponto de vista sociológico e histórico; Taylor, Fayol e Mayo estudaram o mesmo problema com o objetivo explícito de estabelecer uma série de princípios ou de recomendações gerenciais (Motta, 1984, p.168).

Buscaremos, em seguida, levantar os aspectos centrais da Teoria da Administração, dividindo-a em seis abordagens, que vão da Abordagem Clássica até a Contingencial¹ , com o

intuito de verificar como as várias teorias partiram do paradigma clássico da ciência, ou seja, como elaboraram seus preceitos teóricos em sintonia com o momento histórico vivido e com o propósito maior de obter a eficiência e o equilíbrio organizacional. [1]

A Abordagem Clássica - Taylor e Fayol

Na metade do século XIX, com a expansão do uso da máquina, houve uma mudança no processo produtivo, passando-se das formas artesanais para formas mais industriais, visando a uma maior eficiência produtiva. Naquele momento, tornou-se necessário se buscar meios mais racionais de organizar o processo produtivo nas organizações. Dessa forma, o estudo de métodos científicos para a execução e a organização do trabalho surge com a Escola da Administração Científica, criando-se, assim, a “Ciência da Administração” (Motta, 1984, p.170). Estes estudos tiveram como referencial teórico o paradigma clássico da ciência.

Com a Abordagem Clássica da Administração inicia-se o estudo sistemático da administração das organizações. Esta abordagem ficou conhecida como clássica pelo fato de ter elaborado os primeiros estudos científicos sobre a administração de organizações, em um contexto marcado pelo progresso tecnológico e pelo crescente poder do racionalismo, frente às formas tradicionais de organização. Logo, a racionalidade, enquanto meio de se compreender a realidade, passa a orientar a Teoria da Administração. (Martelli, 2006, p.87).

Desse modo, a Escola Clássica rompe com o tradicionalismo dos métodos de organizar e executar o trabalho. O método de trabalho passa a ser não mais fruto de intuição e de engenhosidade, mas do estudo científico; os princípios gerais da administração passam a ser elaborados racionalmente e aplicados na organização concreta, formando-se assim uma área da ciência especializada em gestão de organizações. Nestes termos, um “bom” administrador será aquele que conseguir melhor planejar, organizar e controlar o funcionamento das organizações (empresas ou Estados). Todas as decisões administrativas passaram a ter uma explicação racional, um método científico e vários princípios lógicos para justificá-las, tudo isso numa busca “até que se encontre a forma mais eficiente de realizá-lo” (Motta, 1984, p.170-1). Dessa forma, o paradigma clássico da ciência passa a ser o principal referencial metodológico da Teoria da Administração, uma vez que os métodos científicos aplicados nas áreas da física e da biologia, nesta época, passaram a ser aplicados nos estudos organizacionais; sobretudo na medida em que “toda a teoria de Taylor baseia-se numa visão do conhecimento como algo possível, universal, unificador, disseminado pelas grandes narrativas e sustentado por uma ideologia de progresso, associado à modernidade ocidental.” (Martelli, 2006, p.92). Ou seja, o conjunto teórico de Taylor e seus seguidores parte das características do paradigma clássico da ciência, sobretudo no que diz respeito à universalidade e generalização da aplicabilidade dos estudos da Teoria da Administração

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