Resumo - Cotidiano, Serviço Social e sua dimensão ideopolítica

...

que se pode ampliar as possibilidades, questionar a singularidade alienada e ser utilizada como forma de viabilização do diálogo e da compreensão, no cotidiano, da indissociabilidade das escolhas singulares e coletivas. As classes sociais evidenciam o embate entre as necessidades individuais e coletivas.

As lutas sociais se mostram relevantes nos processos de construção de alternativas e resistências à coisificação do ser humano e a fragmentação da existência do homem. Em meio a esse contexto a compreensão da questão social enquanto particularidade da sociedade burguesa, assim como, a compreensão do papel revolucionário da classe trabalhadora frente a um processo de negação da desumanização burguesa, sob o horizonte de referenciais emancipatórios, através da perspectiva de totalidade, constroem um projeto societário. Projetos societários representam a imagem de sociedade a ser construiída, tendo como principais “artesãos”, as classes sociais. Os projetos societários são carregados por valores éticos e morais, modos de vida e elementos culturais e ideológicos.

Vida Cotidiana e projeto ético-político: prospectivas de ação

Sob o prima dos antagonismos de classe inerentes ao modo capitalista de acumular e pensar é que a profissão do assistente social se insere. É nesse terreno de exploração de desumanização e que deve ter por objetivo resistir à esse sistema, através da formulação e afirmação de uma consciência coletiva com referência à teoria social crítica, se conectando com as lutas dos trabalhadores.

As autoras colocam que os avanços da profissão, principalmente a partir das últimas décadas do século XX, foram interligadas ao processo de democratização brasileira e que possibilitou a elaboração de um projeto ético político que pudesse se organizar para a ruptura com o Serviço Social tradicional. Ou seja, é historicamente necessário para a profissão e para os movimentos sociais que hajam trabalhadores vinculados ao projeto de emancipação humana, no caso dos assistentes sociais, por serem profissionais cuja intervenção é diretamente ligada nas expressões da questão social e que podem trabalhar com a autonomia política do sujeito e de participação social.

A atribuição dos assistentes sociais deve ser a produção do conhecimento, nos posicionamentos políticos das entidades da categoria, na criação de espaços permanentes e na ação dos sujeitos que conformam essa profissão nos mais diversos espaços sócio-ocupacionais e que o trabalho desses profissionais se aproxime dos movimentos sociais e da conjuntura política.