Resumo Os fundamentos do conhecimento na vida cotidiana BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. In: A construção social da realidade.

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O grau de interesse e intimidade fazem variar o anonimato da experiência. Como o conhecimento do outro depende da sua observação dele, o melhor meio de conhecê-lo é na situação face a face. Obviamente, é possível que se faça uma interpretação equivocada, ou que o outro esconda suas intenções. Mas as interpretações errôneas e a hipocrisia são mais difíceis de manter na interação face a face.

“Minhas relações com os outros não se limitam aos conhecidos e contemporâneos. Relaciono-me também com os predecessores e sucessores, aqueles outros que me precederam e se seguirão a mim na história geral de minha sociedade” (p. 51)

3. A linguagem e o conhecimento na vida cotidiana

“A expressividade humana é capaz de objetivações, isto é, manifesta-se em produtos da atividade humana que estão ao dispor tanto dos produtores quanto dos outros homens, como elementos que são de um mundo comum” (p. 52 com grifos meus) e a realidade da vida cotidiana só é possível graças a elas.

Há diferenças entre o uso instrumental e significativo de certas objetivações. Uma faca (que tem uso instrumental e por si só não representa outra coisa), por exemplo, pode ser usada para objetificar (representar como objeto) a ira do outro.

A linguagem tem a capacidade de transcender o “aqui e agora”, já que ela é capaz de “tornar presente” qualquer objeto que esteja espacial, temporal e socialmente ausentes “por meio da linguagem um mundo inteiro pode ser atualizado em qualquer momento.” (p.60).

A linguagem acumula e conserva o conhecimento, o transmite de uma geração à outra. É como um acervo social do conhecimento, e nossa interação com os outros é afetada pela nossa participação neste acervo. O conhecimento é dividido entre as pessoas. Ninguém precisa conhecer tudo, mas é necessário que se conheça bem a sua especialidade. Há uma distribuição social do conhecimento.