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OS IMPACTOS DA AGROINDÚSTRIA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DO CAMPESINATO NO BRASIL E NO MARANHÃO

Por:   •  17/9/2017  •  2.204 Palavras (9 Páginas)  •  629 Visualizações

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(MARQUES, 2008). Outro fator que muito contribui para o desenvolvimento da agroindústria foi a facilidade do crédito agrícola subsidiado na década de 1970 que, muito contribuiu na aquisição de equipamentos agrícolas, maquinas e fertilizantes.

Em se tratando de Nordeste em meados de 1970, era responsável por aproximadamente 22% do valor bruto da produção vegetal no Brasil, (SOUZA, 2001). As principais áreas de desenvolvimento agroindustrial no Nordeste eram Bahia, Piauí e Maranhão, neste artigo nos atentaremos, principalmente ao sul do Maranhão.

Neste texto, objetivamos um levantamento histórico do processo de industrialização da agricultura no Brasil e no Nordeste, especificadamente, na região sul do estado do Maranhão e as consequências nas relações de trabalho e sociais do trabalhador rural. Não nos ateremos, a discussão detalhada do contexto histórico da modernização agrícola no Brasil e Maranhão, entretanto é preciso um breve levantamento para que possamos compreender a dinâmica das relações de produção e de trabalho que se desenvolveram no processo histórico da agricultura brasileira.

Processo de Desenvolvimento Industrial no Brasil e suas Consequências nas Relações de Trabalho no Campo.

O processo de modernização agrícola no Brasil tem origem em meados dos anos 1950 em consequências dos grandes avanços vivenciados nos períodos Pós-guerra no século XX, tendo como função principal a produção industrial e o consumo de produtos industrializados. Em 1960 o País assume um novo modelo de economia com a modernização do setor agrário, formando um complexo agroindustrial.

“A agricultura, uma atividade sempre gerida pela tradição, passa agora a se integrar lentamente nos modelos de administração criados e aperfeiçoados pela indústria nos últimos 50 anos. A criação de quadros de administradores rurais, escritórios especializados em gestão de propriedades etc. é um sinal de que as conquistas da revolução industrial começaram a atingir o campo. A penetração de todas essas inovações no campo, comumente chamada de modernização, não tem o mesmo significado em todos os lugares. Há diferenças sensíveis entre os países subdesenvolvidos e os desenvolvidos, embora em todo o mundo capitalista corresponda sempre a um processo cada vez mais intenso de subordinação do setor agrícola ao capital. As exigências sobre o agricultor para compra de insumos (maquinas, fertilizantes, sementes etc.) partem da própria indústria, que difunde seus produtos através dos serviços de extensão rural e dos veículos de comunicação de massa.” (DINIZ,1984)

Em 1964, foi promulgado o estatuto da terra (Lei 4504), que reestabeleceu profundas mudanças na produção agrícola brasileira, surgem novas praticas de produção: o cultivo intenso do solo, monocultura, fertilização inorgânica, manipulação genética de plantas etc.

“Essa articulação foi geradora de produtividade de conflitos, sendo um dos principais expoentes a concorrência entre o grande produtor, com acesso a maquinas, equipamentos e insumos. Nesse processo produtivo o pequeno produtor acostumado a modelos tradicionais e precários de produzir torna-se marginalizado.” (SAMPAIO, 2010)

Nesse período a economia brasileira apresentou algumas mudanças pouco expressivas, houve um crescimento econômico e de produção, mais que, entretanto, não era suficiente para a demanda de exportação e alimentação da população brasileira.

A partir da década de 1970 o Estado passou a intervir no campo, controlando a produção definindo o estabelecimento da modernização agrícola no campo, o que proporcionou um crescimento econômico e produtivo no setor agrícola brasileiro, que passou por um processo de avanço tecnológico.Entretanto essa modernização agroindustrial brasileira se da com grande participação de empresas multinacionais que tinham interesse de manter o setor rural cada vez mais subordinado ao capital internacional.

Gradativamente a década de 1970 vai sendo marcada pela chamada “industrialização da agricultura”, sendo cada vez mais subordinada à indústria e, consequentemente, uma maior subordinação da natureza ao capital, (TEIXEIRA, 2005) esse modelo industrial que se forma no campo brasileiro é pautado na dinâmica territorial da concentração de terras nas mãos de uma minoria, com produção voltada para a exportação, causando déficit na produção pra alimentação interna do país e a marginalização do pequeno produtor.

“O desenvolvimento da tecnologia se impõe diante do imediatismo de lucro e as relações sociais passam para uma escala inferior no interior de uma hierarquia dos valores. Nesse sentido, a tecnologia e as novas territorialidades que ela impõe se mostram extremamente ricas do ponto de vista econômico-lucrativo, mas extremamente pobres no sentido das relações sociais que ela estabelece. Os trabalhadores do campo expropriados de sua função social de camponeses, ingressam nessa requalificação das relações de produção que consiste no fortalecimento do assalariamento...” (SAMPAIO, 2010)

Todo esse processo industrial gera diversas transformações nas relações sociais e de trabalho no campo como migração, disseminação do trabalho assalariado no campo, desfragmentação da agricultura familiar, conflitos no campo, violência etc. gerando expropriação do trabalhador rural que acaba por se tornar proletário participando da dinâmica do capitalismo: acumular e reproduzir, precarizando as relações de trabalho.

Processo de Desenvolvimento Industrial no Maranhão e suas Consequências nas Relações de Trabalho no Campo.

O novo padrão de agroindústria brasileiro, fundamentado na perspectiva capitalista de acumulo e reprodução, ou seja, maximização de lucros, para se manter precisa se reproduzir, surgem táticas, e formas de produção e expansão agrícolas nas regiões brasileiras mais pobres, no caso, Norte e Nordeste.

O Estado do Maranhão, localizado na região do Nordeste brasileiro, se insere nesse processo de expansão agroindustrial, a base econômica do estado esta composta pelos setores de serviços, indústria e pecuária, (SOUZA, 2001), sendo que o setor de maior destaque da economia maranhense é o da agricultura.

No Maranhão os principais avanços agroindustriais da década de 1970 decorrem da valorização agrícola das terras, concentram-se na região Sul do estado, tendo como principal produto agrícola a soja. Tendo em meados de 1980 na participação de multinacionais (CARGIL, BUNGE e MULTIGRAIN), grande valorização no processo de modernização agrícola no Sul do Maranhão, mais especificadamente na cidade de Balsas.

“No

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