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O Positivismo

Por:   •  23/3/2018  •  6.725 Palavras (27 Páginas)  •  344 Visualizações

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Com a destruição revolucionária de sua própria alienação estatal, a sociedade se torna autoconsciente de seu protagonismo histórico, a ciência adquire um sentido messiânico na hora de remediar a situação social: o padrão atual não é a decisão política, ética ou teleologicamente fundamentada, mas a aplicação das leis científicas que regem a sociedade humana.

Deve-se, por conseguinte, construir positivamente a ciência social como ciência da vida coletiva. Uma fisiologia social, constituída pelos fatos materiais que derivam da observação direta da sociedade, e uma higiene, que contenha os preceitos aplicáveis a tais fatos, são, portanto, as únicas bases positivas sobre as quais se pode estabelecer o sistema de organização reclamado pelo estado atual da civilização (SAINT – SIMON, op.cit.58).

A Racionalidade Positivista

- O caráter pragmático da ciência instituído pelo Positivismo, baseado na eficácia e eficiência, defendeu a separação entre a teoria e a prática. Para o pragmatismo, a separação entre a teoria e a prática é uma forma de justificar um mundo eficiente, produtivista e consumista que serve à reprodução da acumulação de capital (FALEIROS, 1982, p.62).

- O Positivismo exprime uma intenção de um conhecimento positivo de sociedade baseado nos modelos das ciências da natureza.

- Observa-se uma tentativa de transpor o método das ciências físicas às ciências sociais.

- Para Comte, é com a observação das ciências naturais que se encontra o caminho a seguir, pela observação e experimentação descobrem-se as relações permanentes que ligam os fatos, cuja importância básica está na reforma política e social da sociedade.

- A ciência pelo método positivo se baseia no estudo dos fatos e suas relações, e tais fatos são percebidos somente pelos sentidos exteriores. Trata-se de um dogmatismo físico por afirmar a objetividade do mundo físico.

- A lógica científica é dividida em dois elementos fundamentais: a descrição e a explicação.

Descrição – medir, quantificar, exprimir fenômenos pela atribuição de números e medidas, reduzindo a realidade a aspectos quantificáveis e mensuráveis.

“Uma das funções da quantificação, entre outras, é justamente padronizar os dados para obter o máximo de precisão e controle. O saber vincula-se ao controle (FALEIROS, 1982, p. 63)”.

“A explicação faz-se no universo da aceitação e da contemplação, segundo uma “hipótese” formulada pelo investigador, para, em seguida, buscar fatos que se relacionem com ela. Partindo-se da posição de observador isolado na realidade que observa – exterioridade radical do observador “. (FALEIROS, 1982, p.64)

Isolam-se os acontecimentos em variáveis, particularizam-se as condições causais dos fenômenos, buscando o controle de determinada relação. A descrição pretende-se restringir ao observável, sem questionar que os próprios sentidos são socialmente formados e que a observação depende das relações sociais.

Sujeito – Conhece o objeto, segundo a ideia de o observador estar por cima do observado. É o sujeito que estabelece o nexo entre os fatos.

“Na perspectiva positivista, tanto a explicação como a descrição supõem uma representação das relações sociais de forma bastante parcializada, empírica, tentado ordenar fatos sensíveis, mas submetendo-se a eles.” (FALEIROS, 1982, p.65)

Na perspectiva positivista, não havia questionamentos, e sim a procura de leis, observa-se o mundo ao invés de inventá-lo.

Para Comte, a humanidade passa por três estados que são incompatíveis entre si:

- O estado teleológico – físico: em que o espírito humano explica o fenômeno por meio de vontades transcendentes ou agentes sobrenaturais. Neste estágio, a imaginação se sobrepõe à razão, inventando um ser absoluto que explica todas as coisas e soluciona problemas.

- O estado metafísico ou abstrato: os fenômenos são explicados por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas. A imaginação ainda predomina sobre a razão, as divindades foram substituídas por entidades ou conceitos abstratos como os de essência, alma etc.

- O estado positivo – científico: os fenômenos são explicados por meio de leis experimentalmente demonstradas.

Para o Positivismo, o objeto da ciência é somente o positivo, ou seja, aquilo que está sujeito ao método de observação e da experimentação.

A sociedade compreendida por Augusto Comte era um organismo cujas partes constitutivas são heterogêneas, mas solidárias, pois se orientam para a conservação do conjunto. Assim, a semelhança do organismo encontra-se na divisão das funções especiais em que se nota a presença de espontaneidade, da necessidade, da imanência e da subordinação de todas as suas partes a um poder central superior (RIBEIRO JUNIOR, 1982).

Comte concebe a sociedade de forma harmônica, refletindo as diversas fases da vida de um homem. Assim, os organismos não podem mudar bruscamente, não se passa da infância à velhice de forma abrupta. É a sociedade sendo incompatível com a revolução violenta, levando a sociedade de um estado a outro, mas de forma paulatina, pois a sociedade está sujeita à mesma norma de evolução.

Positivismo no Brasil

No Brasil, o Positivismo foi divulgado aproximadamente no século XIX por Luiz Pereira Barros Pinto.

Os positivistas brasileiros eram os alunos da Faculdade de Direito, pertencentes à classe burguesa, e os alunos das escolas técnica e militar, que defenderam que a burguesia deveria participar do comando político do país, substituindo os monarcas e os latifundiários.

Os militares que participaram da queda da república se basearam nos ideais comtistas.

Você sabia que o lema da bandeira nacional “Ordem e Progresso” foi inspirado no Positivismo?

A quinta e última bandeira do Brasil veio com a Proclamação da República.

A bandeira do Brasil foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. Ela é inspirada na bandeira do Império, desenhada pelo

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