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Três enfoques na pesquisa em ciências sociais: O positivismo, a fenomenologia e o Marxismo

Por:   •  21/12/2017  •  4.085 Palavras (17 Páginas)  •  544 Visualizações

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O positivismo se baseia na observação dos fatos, para a explicação do fato observado, considera o autor. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (procedimento teológico ou metafísico) e torna- se pesquisa de suas leis, entendidas como relações constantes entre fenômenos observáveis. Contudo, Bacon afirma que são reais os conhecimentos sobre os fatos observados, mas para entregar-se à observação nosso espírito necessita de uma teoria.

Tal programa positivista deixa para o estudo do homem, confinados ao ponto de vista metodológico, a uma lógica indutiva, segundo a qual conhecer consiste em descrever, pela observação positiva dos fatos, a regularidade desses fatos, buscando, a partir de casos particulares, deduzir leis gerais. Contudo, as mesmas não passam de generalizações.

O autor também considera que quando se procura conhecer fenômenos psicológicos, o espírito positivo deve visar às relações imutáveis presente neles- como quando trata de fenômenos físicos, como movimento ou massa; só assim conseguiria realmente explica- lós, ou seja, através da classificação. Triviños (1928) afirma “Cada proposição enunciada de maneira positiva deve corresponder a um fato, seja particular, seja universal. Isso não significa porem, que Comte defenda um empirismo puro, a redução de todo conhecimento à apreensão exclusiva de fatos isolados.”.

O positivismo não estava interessado em conhecer as consequências de seus achados, os mesmos achavam que não era tarefa da ciência. Era metafísico. O estado metafísico possui muitos pontos de contato com o teológico, onde ambos procuram soluções absolutas para os problemas do homem, através da observação. A diferença básica da metafísica é que a mesma coloca o abstrato no lugar do concreto e a argumentação no lugar da imaginação.

Popper foi considerado um dos principais nomes do neo- positivismo, sendo chamado de vários nomes: empirismo critico, criticismo, falsificacionismo e etc. Nessa vertente se considera extremamente o racionalismo critico, procurando explicar o comportamento humano, o saber, as ideias, as organizações sociais e etc. Esta caracteriza a linha do pós- positivismo, trabalhando nas falhas das teorias de Comte, com provas mais contundentes de observação e analise, ou seja, para Popper só reconhecerá como empírico ou cientifico se ele for passível de comprovação. Difundindo do método primitivo, onde apenas a observação seria o suficiente.

A partir disso, Triviños (1928) entende que Popper, a partir dessa comprovação e mudança na teoria original acabou com o poder de evolução de tal ciência. Assim, inviabilizando os mais antigos chegarem a conclusões “positivistas ou não- positivistas”.

Contudo, apesar da quantidade de autores e variações do inicio ao fim do positivismo, o resultado dessas uniões de ciência, fé e técnicas variadas de estudo, fomentou não só um desenvolvimento na lógica formal e na metodologia da ciência além das visões espirituais do mundo. Mas também, a política e a moral das sociedades onde passavam, influenciou a vida social, econômica, política e educacional das nações, além dos relacionamentos políticos entre Américas.

FENOMENOLOGIA

A fenomenologia surge por volta dos últimos anos da década de 70, e gradualmente foi ganhando espaço à medida que o positivismo diminuía seu império. Na educação teve um entusiasmo pelo aparecimento de uma nova forma de pesquisa, pois o modelo positivista que limitava a pesquisa a uma obtenção de dados e relação quantitativa do fato, restringia o enfoque das pesquisas, logo limitando a possibilidade de interpretações mais ricas das realidades.

Houveram diversas correntes de pensamentos no contexto de pós- segunda guerra baseado nos pensamentos fenomenológicos, assim como ocorreu com o positivismo foram introduzindo mudanças no pensamento original da mesma. Contudo Triviños (1928) aponta Edmund Husserl como o principal nome e difusor de ideias da fenomenologia.

No contexto das pós- graduações o autor nota que com o surgimento dessa nova visão de pesquisa, houve o desenvolvimento do preconceito em relação à dimensão objetiva da pesquisa, aplicada ao positivismo, com o desenvolver da fenomenologia foi exaltando assim o subjetivismo e a obtenção qualitativa de informações. Na Inglaterra iniciou uma correndo essencialmente sociológica, que com seu desenvolvimento avançou pra o campo da educação, apontado novas maneiras de encarar a pesquisa de ensino.

De acordo com Triviños (1928), Husserl tinha como objetivo inicial fazer da filosofia uma ciência rigorosa, contudo voltou- se para a investigação do mundo vivo, considerando os sujeitos isoladamente. Husserl considerou a redução fenomenológica, onde o objeto de analise se tornaria livre, puro, livre de elementos pessoais e culturais, para se chegar assim a sua essência. Desta maneira a fenomenologia se tornou um método e não uma forma de ver o dado.

A ideia fundamental da fenomenologia é a noção de intencionalidade, considerando que não existe objeto sem sujeito. Assim a mesma trata do estudo da essência de tudo, assim como substitui as essências, pois acredita que não se possa compreender o homem de outro jeito além da facticidade, ou seja, dos fatos. O método fenomenológico abre mão de afirmar uma realidade para voltar-se ao homem e sua experiência, oriundas tanto dos aspectos racionais quanto irracionais. Seu foco está em avaliar a experiência humana do mundo no âmbito das coisas como aparecem (fenômeno).

Husserl considera dois pontos de vista em relação à fenomenologia, o primeiro se refere a “Questionabilidade do conhecimento”, onde o mesmo questiona a segurança do conhecimento, contudo temos que considerar que questionar o conhecimento não é nega-lo, é por sua vez a necessidade de um conhecimento sem sombras de duvidas.

A segunda se trata da Metafisica, onde a relação sujeito e objeto é respectivamente o primeiro fenômeno, sem que seja separado do objeto. A máxima husserliana na qual “toda consciência é consciência de algo” faz com que a separação seja de cunho metodológico/ Metafisico e não se dá de fato, pois Husserl não chegou a desenvolver a mesma.

Neste sentido, Triviños (1928) considera que no exercício da indução, o positivista desconhece o quadro de essências acerca dos fatos que investiga. Já a abordagem fenomenológica nas ciências humanas exercer justamente uma reflexividade levada a cabo com rigor e discernimento acerca deste quadro de essências estabelecido por variações imaginárias,

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