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O Assedio Moral Serviço Social

Por:   •  29/5/2018  •  5.003 Palavras (21 Páginas)  •  288 Visualizações

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acrescentando a isso a segmentação deste mercado por gênero, que muito interessa ao capital no sentido da preservação do seu sistema de dominação se apropriando das relações desiguais entre mulher e homem para intensificar a exploração das mulheres no espaço produtivo e reprodutivo, sendo elas brasileiras que estão cada vez mais escolarizadas, ingressando em profissões consideradas de prestígio e começam a ocupar postos de comando ainda que lentamente. Mesmo em vista da crescente inclusão da mulher no mercado de trabalho, percebe-se que esta não ocorreu de maneira justa e igualitária.

Muitos são os obstáculos que se apresentam às mulheres, os melhores salários, melhores empregos são destinados aos homens, elas são maioria no mercado informal, nas ocupações precárias e sem remuneração, além de recair sobre elas grande parte das tarefas domésticas.

Conforme CAMARGO & SERRANO (1983), muitas empresas têm preferência pela contratação de homens, ao invés de mulheres, apresentando como justificativa o conceito de produtividade e custos sobre encargos sociais. A menor produtividade das mulheres em relação aos homens, em certos cargos, justifica-se pelos menores níveis de educação e treinamento ainda existentes, também os custos que perpassam sobre os encargos sociais para com as mulheres, estão destacados a gravidez e a proteção a maternidade. Estas desigualdades são fatos destacáveis para o desencadeamento do assédio moral vivenciado por elas; Hirigoyen (2005, p.350), aponta que as maiores vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho são as mulheres, destacando que o caso mais propício é o da mulher em meio a um grupo de homens. Elas são as maiores vítimas do assédio moral, podendo evoluir para o Assédio Sexual, com isso 70% dos casos de assédio são dirigidos às mulheres e 30% aos homens, sendo estes mais resistentes e menos propensos a pedir ajuda externa.

Algumas distinções de mulheres, físicas e biológicas, as colocam em posição de vítima nas práticas de assédio moral, já que existindo a possibilidade de engravidar, e consequentemente ter responsabilidades referentes a maternidade, as empresas sugerem, sutilmente, que estas não engravidem, restando a elas o receio e medo da continuidade do vínculo empregatício. Para Ferreira (2004, p. 26), quer venha de um indivíduo ou de um sistema organizacional, o assédio moral é um processo perverso, pois permite que a mulher seja manipulada à custa do desprezo por sua liberdade, com o único propósito de fazer com que outros aumentem poder e vantagens, onde para um indivíduo perverso, isso justifica a eliminação daqueles que podem ser um obstáculo ao seu progresso.

Segundo Alkimim (2008, p.36), a dupla jornada exercida pela mulher, como profissional e mãe de família, que auxilia complementando a renda familiar, bem como a importância que está detém na sociedade, também são aspectos que fortalecem os atos de assédio moral dos homens em relação as mulheres, assim, nota-se que esta diferença entre mulheres e homens favorece o desencadeamento das práticas de assédio. A empregada vítima é fortemente prejudicada em sua saúde física e psíquica, o assédio causa uma ruptura no bem-estar das relações com os colegas de trabalho, chefes e família abalando a sua qualidade de vida até mesmo fora da empresa. Segundo Hirigoyen (2000, p.65) destaca “Toda conduta abusiva que possa trazer danos à personalidade e à integridade do assediado, colocando em risco o seu emprego ou ambiente de trabalho”, a autora define que a coação moral nos dias de hoje, é considerada como um dos problemas mais sérios a ser enfrentado pela sociedade. Não paira dúvidas de que a violência sofrida pelos indivíduos alcança um quadro de ofensa à própria dignidade do trabalhador e aos seus direitos de personalidade, causando-lhe dor física e mental, obrigando a vítima a afastar-se do emprego, contribuindo assim para um desemprego forçado. Uma vez que toda está problemática é contrária ao que traz nossa Carta Constitucional, a qual tem a obrigação de proteger e da mesma forma defender a dignidade da pessoa humana e os direitos de personalidade.

Ainda existir uma cultura patriarcal e machista dominando o mundo, em que a mulher vem cada vez ocupando os espaços que historicamente eram privativos dos homens, observamos que o universo feminino ganha consciência de que deve enfrentar o império discriminador que a sociedade ao longo do tempo lhe impôs sendo vitoriosas nesse propósito, por ser determinada em tudo o que quer, a mulher quando lhe foi dado o direito de estudar, revelou-se mais dedicada a aprender e, por isso mesmo, tem se destacado em todas as atividades antes só exercidas pelo gênero masculino, realiza com competência sua missão de dona de casa, de mãe, de esposa e de profissional em qualquer que seja o trabalho, assumido com competência posições de liderança e de comando reage contra o preconceito de uma concepção atrasada que o homem definia tudo na vida, inclusive de determinar o que, quando e como, a mulher deve agir e se comportar, uma cultura atrasada patriarcal não admitindo ser tratada como “objeto”. Estão conquistando espaços que lhes foram negados ao longo da dos tempos, disputando seu lugar de igual para igual, numa concorrência leal e justa, as lutas que as mulheres enfrentam cotidianamente para superar as desigualdades de gênero envolvem, em diferentes momentos da história e contextos sociais, dramas, tragédias e resistências na comunidade e no trabalho.

A ideologia do machismo está impregnada nas raízes culturais da sociedade há séculos, tanto no sistema econômico, político, como nas religiões, na mídia e no núcleo família, este último apoiado em um regime patriarcal, onde a figura masculina representa a liderança, o genitor da família a questão envolvendo o princípio da desigualdade, que na realidade os fatos que geram a exclusão das mulheres, na sociedade, estão radicados na essência da própria cultura de nossa sociedade, neste cenário, a mulher encontra-se num estado de submissão ao homem, perdendo o seu direito de livre expressão ou sendo forçada pela sociedade machista a servir e assistir as vontades do marido, companheiro ou do pai, caracterizando um tradicional regime patriarcal, as políticas mudaram, as mulheres entram no espaço organizacionais com o direitos constitucionais adquiridos pelas lutas feministas, é necessário de muita lutar para que haja uma igualdade gênero socialmente com o machismo no setor organizacional a figura feminina que desempenha suas funções, torna-se uma ameaça para o seu chefe e colegas gerando o assédio moral no ambiente laboral. Barreto (200, p.22) define que “A exposição prolongada e repetitiva à condição de trabalho que deliberadamente

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