Cor e violencia
Por: Kleber.Oliveira • 4/2/2018 • 1.723 Palavras (7 Páginas) • 323 Visualizações
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A coordenadora citou os projetos e eventos desenvolvidos pela Coordenadoria de Juventude de Volta Redonda, que atuam no intuito de oferecer ao jovem uma vida mais digna e com mais opções de cultura e lazer, com amplo acesso. “Estamos entrando na fase de implantação do projeto Trilha Jovem, que irá reaparelhar a Fazenda do Ingá, um parque ambiental com 211 hectares de Mata Atlântica virgem, localizado em um bairro de periferia de Volta Redonda e que irá envolver a juventude desde a construção de seu Plano de Manejo. Construiremos no local um Centro de Educação Ambiental com auditório, biblioteca, almoxarifado, herbário e viveiro, um deck sobre a principal nascente que corta o parque, um mirante para observação de fauna e flora, além de diversas atividades eco ambientais voltadas para o jovem”, exemplificou. Falou ainda da Caravana da 7ª Arte, em parceria com o SESC, com a exibição gratuita de filmes, levando cultura aos bairros mais afastados da cidade.
Em 2013 a coordenadoria também realizou o 1º Encontro Regional de Conselhos Municipais de Juventude, que reuniu jovens de 15 cidades da região, sendo o primeiro intercâmbio de tantos conselhos realizado no país. Houve ainda, paralela à Jornada Mundial da Juventude a “Global Village: Feira Multicultural Internacional”, que reuniu jovens brasileiros e estrangeiros com o objetivo de promover a troca de informações sobre os países, instigando a curiosidade da população e mostrando ao público, de forma jovem e descontraída, a importância de conhecer as diferentes culturas para se entender e respeitar a diversidade. Outro projeto aprovado foi o Estação Juventude, que promove a inclusão e emancipação do jovem, com a ampliação do acesso a políticas e equipamentos públicos.
Outra fala importante foi da deputada Benedita da Silva, que defendeu a importância de levar temas como este para dentro das universidades, pois são espaços de construção de conhecimento ainda muito carregados pelo preconceito. “As políticas de cotas não precisariam existir se vivêssemos em um país justo, onde, de fato, todos fossem iguais perante a lei”, afirmou, após comentar sobre a discriminação sofrida pelos cotistas. “As políticas públicas devem ser acompanhadas de amplo diálogo, inclusive interior, com a gente mesmo, pois somos nós que reproduzimos e passamos adiante todo o preconceito da sociedade”, justificou a deputada.
Após o debate, a plenária foi aberta para a fala da plateia, que participou dando seus depoimentos não apenas de situações de opressão e preconceito, mas de histórias de superação, que devem ser usadas como exemplos de que é possível a construção de uma sociedade menos violenta e mais igualitária.
Negros são 70% das vítimas de assassinatos no Brasil, reafirma Ipea.
negrobelchior / 18 de Outubro de 2013
Por Douglas Belchior
Dados divulgados pelo Ipea dão conta de que assassinatos se relacionam à cor, condição social e escolaridade.
A pesquisa Participação, Democracia e Racismo?, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira apontou que, a cada três assassinatos no País, dois vitimam negros. Os dados foram apresentados pelo diretor Daniel Cerqueira, no lançamento da 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi).
Segundo a pesquisa, a possibilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é maior inclusive em grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes. A chance de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.
A pesquisa mostra ainda que negros são maiores vítimas de agressão por parte de polícia. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que em 2009, 6,5% dos negros que sofreram uma agressão tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.
Segundo Daniel Cerqueira, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por ano no País e há um forte viés de cor e condição social nessas mortes: “Numa proporção 135% maior do que os não-negros. Enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36,5 por 100 mil habitantes, no caso de brancos, a relação é de 15,5 por 100 mil habitantes”
O diretor do Ipea afirma ainda que “Há uma perda na expectativa de vida devido à violência letal 114% maior para pessoas negras. Enquanto o homem negro perde 20 meses e meio de expectativa de vida ao nascer, a perda do branco é de oito meses e meio”, explica Cerqueira.
De acordo com projeções do estudo, pelo menos 36.735 brasileiros de entre 12 e 18 anos serão assassinados até 2016, em sua maioria por arma de fogo, em caso de se manter o atual ritmo de violência contra os jovens. Trata-se do maior nível desde que o índice começou a ser medido em 2005, quando a taxa era de 2,75 adolescentes assassinados por cada mil.
Para Almir de Oliveira Júnior, pesquisador do Ipea, e Verônica Couto de Araújo Lima, acadêmica da área de Direitos Humanos da UnB, se no Brasil a exposição da população como um todo à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a pertencer a um grupo de risco.
O estudo foi realizado pela Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, pelo Fundo das Nações Unidas Para a Infância, o Unicef, pelo Observatório de Favelas e pelo Laboratório
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