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A Fundação Leão e o serviço social no brasil

Por:   •  19/12/2018  •  2.564 Palavras (11 Páginas)  •  242 Visualizações

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Esse período, marcado pela administração de Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (1699- 1782), colocou em prática em Portugal os fundamentos do despotismo esclarecido19, estimulando a aproximação de Portugal à realidade econômica e social dos países do Norte da Europa. No caso, a realidade da Inglaterra, que começava a se apresentar de forma mais dinâmica que o reino português. Perseguindo esse objetivo, ele instituiu várias reformas administrativas, econômicas e sociais. Estabeleceu, assim, um conjunto de reformas que melhoram as finanças e a capacidade de arrecadação da Coroa Lusitana e enrijeceu os laços de exploração que Portugal mantinha com suas colônias. Em termos práticos, sua administração foi importante para a metrópole portuguesa e desevantajosa para as regiões colonizadas por Portugal, incluindo a América, sendo, inclusive, apontada como uma das causas externas das revoltas anticoloniais.

As estratégias da administração portuguesa, sob o comando do Marquês de Pombal em meio à crise do Antigo Sistema Colonial, acabou contribuindo também para evitar momentaneamente o quadro de revoluções e independências que se viam processando na Europa e na América, respectivamente, uma vez que sua política administrativa teve continuidade nos reinados da Rainha Maria I e de seu filho D. João VI. Entre as medidas tomadas por Pombal em relação à colônia portuguesa estão: a expulsão dos jesuítas e o confisco de seus bens e terra; o incentivo à expansão da cana-de-açúcar, inclusive nas terras confiscadas dos jesuítas; a diversificação da produção agrícola com o estímulo a outras lavouras comerciais como o fumo e, principalmente, o algodão em novas áreas produtoras, no caso, nas regiões do agreste e do sertão. O algodão, particularmente, tonar-se-ia um produto de suma importância na relação que Portugal manteria com a Inglaterra entre o final do século XVIII e início do século XIX. . Isso porque após a independência das Treze Colônias Inglesas na América, que originaram os Estados Unidos da América, Portugal, através de suas colônias, tornou-se o principal fornecedor dessa matéria-prima para a Inglaterra.

[pic 4]

Fato que não só equilibrou a balança portuguesa em relação à Inglaterra como despertou nesta a cobiça pela principal colônia portuguesa na América. Razão pela qual a Inglaterra apoiou a vinda da coroa portuguesa para sua colônia na América do Sul. Então, foi o contexto econômico o grande responsável por desestabilizar a monarquia absolutista portuguesa forçando-a a vir para a América do Sul? Em grande parte sim, mas não apenas! Lembre-se de que, como já anunciamos no início desse conteúdo, politicamente a Revolução Francesa também contribuiu para aprofundar as transformações e rupturas que estavam em curso na Europa, na América e no mundo contemporâneo.

Segundo Eric Hobsbawn, a Revolução Francesa e suas ideias de liberdade, fraternidade e igualdade teve uma influência direta e universal sobre vários países, “pois ela forneceu o padrão

para todos os movimentos revolucionários subsequentes”(2000, p. 73). Ela teve um impacto importante na desestabilização do absolutismo, que já vinha em crise desde a Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra em 1688. Entretanto, os franceses não apenas colocaram abaixo o absolutismo, eles foram além do que os ingleses fizeram no século XVII. Os franceses não preservaram a monarquia sob bases constitucionais, como fizeram os ingleses. Eles, os franceses, instituíram o modelo republicano como parâmetro de cidadania, liberdade e fraternidade para as sociedades contemporâneas.

Inspirados nas ideias iluministas, os Estados Unidos da América teriam instituído o modelo republicano contemporâneo antes mesmo que os franceses. Mas os acontecimentos ocorridos

entre os estadunidenses, ou seja, os nascidos nos Estados Unidos da América, não obtiveram a mesma repercussão dos fatos ocorridos na França. Isto se deu em razão da importância

que a monarquia absolutista francesa representava para a Europa. Ela era o grande modelo para as demais monarquias absolutistas do período, entre o final do século XVIII e o início do século XIX21.Mas, como os desdobramentos da Revolução Francesa afetaram Portugal e suas colônias? A resposta a essa pergunta nos leva a entender os motivos políticos que conduziram a realeza portuguesa a sair da Europa e a deslocar-se para a América do Sul. Vejamos, então, por que isso ocorreu.

Vejam que a Revolução Francesa foi importante não apenas por representar uma nova forma de governo calcada na cidadania republicana, ela também redimensionou o mapa político

europeu e americano. Após a sua decretação em 1789, esse movimento passou por várias disputas entre os grupos que reclamavam o comando, os ganhos e os rumos da revolução – sobretudo o grupo dos girondinos e dos jacobinos –, essa disputa não contribuiu para instalação da ordem, além disso, desestabilizava a economia. Pondo fim a isso, Napoleão Bonaparte, em 1799, no 18 Brumário, inicia um golpe de Estado que o manteve à frente do governo até 1815. Neste período, ele estabilizou a economia, garantindo as condições para o desenvolvimento da economia capitalista francesa, derrotou as forças contrarrevolucionárias dos países monarquistas vizinhos que temiam que o exemplo francês alcançasse os seus domínios e iniciassem uma política militarista para impor os interesses econômicos franceses na Europa e no Mundo. E como isso afetou Portugal? Veja bem, a França buscou dominar o comércio europeu e mundial. Para isso ela tinha que vencer a concorrência inglesa, que como já vimos estava em vantagem por ter iniciado primeiro a Revolução Industrial. A França, então, começa a exigir que os países europeus proibissem os navios ingleses de aportarem em seus portos. Os franceses, que possuíam um exército eficiente, não conseguiram derrotar os ingleses no mar, por isso, instituíram o chamado Bloqueio Continental22[pic 5]

Portugal procurou adiar, o máximo possível, tomar uma decisão em relação a aderir ou não a exigência de Napoleão. Por um lado, os portugueses tinham importantes interesses comerciais com os ingleses, sobretudo no que se referia à questão do algodão naquele período, no início do século XIX, por outro, os franceses ameaçavam invadir o território português, caso Portugal não aderisse ao bloqueio decretado por Napoleão. Habilmente e em segredo, a coroa portuguesa planejou a sua transferência para a América do Sul sob a proteção da marinha de guerra inglesa. A decisão portuguesa partia do raciocínio

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