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1. Titulo: A família Hoje: Uma análise contextualizada

Por:   •  29/11/2017  •  2.867 Palavras (12 Páginas)  •  532 Visualizações

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dos filhos e escravos, a maior parte da alimentação era produzida na própria fazenda e, quando a criança crescia, logo começava trabalhar junto aos adultos. Portanto, as famílias tinham em suas casas um senhor, que tinha o papel de chefe da família, pai, marido e comandante da tropa, e o restante da família o respeita e seguia suas regras e normas. Como afima Toledo (2007, p.22):

Identificada com uma estrutura forte, extremamente centralizadora e autoritária, a família patriarcal, vista como uma instituição normatizadora, vigilante e disciplinar, organizava as formas de reprodução e reposição da vida social ao lado da Igreja e de valores morais, mantendo-se basicamente inalteradas até o século passado. No Brasil, esse modelo só foi colocado em xeque pelo processo de modernização desencadeado na década de 30 e consolidado após os anos 50.

Segundo Castells (2002), a família sofre transformações no último quarto século, devido à mudança da rotina da mulher, inserindo-se no mercado de trabalho, passando assim, quase todo o dia fora do seu lar.

Em meio às considerações desses autores fica claro que a família é fortemente marcada pelo contexto no qual está inserida. Sendo a Revolução Industrial forte marco na organização padronizada da família cabendo outras organizações.

É importante ressaltar que a relevância da Revolução Industrial onde a mulher se encere em peso no mercado de trabalho e passa a mudar a estrutura familiar, além das relevantes mudanças em todo âmbito social e desenvolvimentista nas aéreas tecnológicas.

Essas mudanças advindas da Revolução Industrial foram muito significativas no que se refere à constituição familiar no qual a mulher passa a ter uma autonomia como afirma Acosta e Vitale (2008, p.21):

A partir da década de 1960, não apenas no Brasil, mas em escala mundial, difundiu-se a pílula anticoncepcional, que separou a sexualidade da reprodução e interferiu decisivamente na sexualidade feminina. Esse fato criou as condições materiais para que a mulher deixasse de ter sua vida e sua sexualidade atadas a maternidade com um “destino”, recriou a mundo subjetivo feminino e, aliado a expansão do feminismo, ampliou as possibilidades de atuação da mulher no mundo social.

É nesse cenário que a mulher passa a ser sujeito de sua própria história. E a partir dai inicia-se diversas mudanças no campo da maternidade, mas precisamente nos anos 1980, inseminações artificiais, fertilizações “in vitro” dissociaram a gravidez da relação sexual entre homens e mulheres e apesar de sempre haver um imaginário ideal de família tais mudanças chocam com esse ideal.

Ao se discutir família não se deve pensar apenas no modelo nuclear, já que esta vem se modificando e construindo novas relações a partir de transformações vivenciadas pela sociedade. Para Szymanski (2002), as mudanças que acontecem no mundo acabam por influir e afetar a família de uma forma geral e de uma forma particular, a partir da formação, do pertencimento social e da história de cada um destes segmentos.

O modelo de família considerado “ideal”, ainda transmitido e predominante em nossa cultura é o da família nuclear( pai, mãe e filhos), mas não é a única forma de organização familiar existentes nos dias de hoje. Existem outros arranjos como afima Toledo (2007, p.30):

Novas configurações, arranjos ou diferentes formas de organização familiar ganharam visibilidade, especialmente nas grandes metrópoles, e hoje, sem duvida, é cada vez maior a aceitação de famílias que apresentam outras composições, como as monoparentais, formadas por parceiros homossexuais, ou, até, as que se mantém como família mesmo sem haver coabitação com o parceiro amoroso. Os arranjos familiares hoje se constituem uma resposta ás novas demandas colocadas pela modernidade, mas a forma como a família assume o plano do real ainda é entendida como divergente, e não a possível. Há um consenso de que a modernidade é desejável, mas não pode ser uma ameaça a um ideal de segurança afetiva num mundo cada vez mais adverso. Assim, os novos arranjos são tolerados como inevitáveis, mas, ao mesmo tempo, negados e entendidos como desvios da norma, ativando mecanismos perversos de controle e preconceito. A diversidade de arranjos familiares implica o tratamento plural, ou seja, não podemos mais referir a família, mas as famílias.

Sendo assim, mesmo que a contragosto de um padrão imposto socialmente de maneira quase que generalizada, as famílias que não seguem determinado padrão devem ser aceitas e respeitadas em suas diferenças e seus direitos efetivados assim como qualquer outra família.

3.1 - Conceito e função da família

De acordo com Mioto (1997), família está ligada a cultura, pela situação socioeconômica da sociedade e pela constante mudança conforme o contexto pela qual está inserida. A família é uma instituição social constituída pela sua história e pelas transformações da sociedade, a partir dessa construção atualmente possui conceitos variados e subjetivos, indivíduos que se unem por laços consanguíneos ou afetivos que não excluem as características individuais de cada sujeito pertencente a ela.

Mioto (1997, p.120) define “família como um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos”. A família tem como função a proteção, desenvolvimento e socialização de seus membros. Szymanski (2002, p.9) considera família como “[...] uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças adolescentes e adultos”, ou seja, ela considera família não somente pelo laço consanguíneo, abrangendo outras possibilidades a partir das transformações da sociedade enfatizando também o laço afetivo.

A Política Nacional da Assistência Social identifica como funções básicas da família:

“[...] prover a proteção e a socialização de seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado”. (PNAS,2004, P.29).

A partir desta percepção a família está situada numa perspectiva de constante mudança, com distintas formas de famílias, em diferentes lugares e espaço de tempo, além disso, não possui um modelo definido e sim a partir do contexto onde ela está inserida.

3.2 - Família

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