RESENHA CRÍTICA: Os saberes que ensinam: o saber escolar

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A partir daí a autora nos diz sobre a necessidade de uma transposição didática, termo desenvolvido por Chevellard que se desenvolve em quatro saberes: o saber acadêmico; saber a ensinar; saber ensinado; e o saber aprendido. Concordamos com a autora quando a mesma aponta que tal proposição reflete uma tentativa de Chevellard em hierarquizar os saberes, sendo o saber acadêmico concebido como uma relação vertical ante o saber aprendido nas escolas. Para o autor, a relação dá-se da Academia para a Sociedade e não o contrário. Entretanto, como Monteiro nos diz, a ideia de transposição didática – posteriormente substituída pela ideia de mediação didática – é interessante para um avanço nas relações estabelecidas entre professores, alunos e conhecimento. Com isso, o saber acadêmico seria o saber em si, construído e legitimado pela Academia. O saber a ensinar é a seleção que o professor propõe ao passar em sala de aula a partir do acadêmico. O saber ensinado é a prática em aula da seleção realizada pelo professor. O saber aprendido refere-se ao que se construí com os alunos: o fundamental, pelo texto, da transposição didática, é a escolha do que se ensina de acordo com a realidade e a individualidade dos alunos, da escola, do contexto sócio-cutural e outros elementos. No texto, coloca-se como pontos para esse processo estabelecido por Chevellard a dessincretização, a despersonalização, a programabilidade, publicidade e o controle social da aprendizagem como elementos chaves para a compatibilidade de saberes acadêmicos, ensinados e aprendidos. A distância da construção de conhecimento da Universidade com a Escola e a Sociedade se observa aqui, quando uma anteriorização do saber acadêmico é necessária para o saber ensinado, não permitindo o caminho inverso.