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RESENHA: O URBANISMO, ESSE (DES)CONHECIDO SABER POLÍTICO

Por:   •  25/12/2018  •  1.284 Palavras (6 Páginas)  •  445 Visualizações

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No segundo texto A Ilusão Urbanística (cap. Viii- A Revolução Urbana) Henri Levebvre define imediatamente o urbanismo como a atividade que “traça a ordenação dos estabelecimentos humanos no território com traços de pedra, de cimento ou de metal.”. Esse conceito é claro, verdadeiro e é uma das faces do urbanismo. Conforme foi visto no texto anterior, a modificação das cidades através da modificação e construção de espaços é uma das características do urbanismo moderno. Não podemos deixar de lado a segregação de classes e o surgimento de novas, bem como o surgimento de teorias, técnicas e conceitos.

Levebvre fala sobre o conceito de ilusão urbanística e analisa de forma não depreciativa. Dentro dela classifica visões de urbanismo de acordo com os participantes e (ou) com o objetivo a ser atingido e que andam sempre em conjunto com a ilusão urbanística. De acordo com o texto existem “diversos urbanismos, o dos humanistas (propõem utopias abstratas), o dos promotores imobiliários (vendem felicidade, status, estilo de vida), o do Estado e dos tecnocratas (vontades e representações em instituições e ideologias)”. É certo que somos participantes e temos no mínimo uma visão de urbanismo. Estamos encaixados como alvos da visão de promotores imobiliários quando ansiamos por um estilo de vida cada vez mais elevado e caro; somos alvos e participantes ativos da visão do Estado e dos tecnocratas desde o nascimento, pois participamos a todo o tempo de instituições criadas por eles, absorvemos ideologias, vivemos (ou deveríamos viver) debaixo de leis.

A ilusão urbanística vincula-se também a outras duas ilusões, a filosófica e a estatista. A ilusão filosófica é quando o filósofo exprime (ou tenta exprimir) toda a realidade dentro de uma teoria. Sua relação com o urbanismo se resume quando se define como sistema. A ilusão estatista é quando o Estado acredita estar no controle de todos os processos e de todos e sua relação com o urbanismo é o fato de ele se impor, ao preencher espaços e quando surgem opiniões de técnicos e tecnocratas que são ouvidas e são (ou não) consideradas como algo a ser feito. Isso só mostra como que o urbanismo é presente e tenta satisfazer necessidades ao mesmo tempo em que se sustenta e se amplia.

O espaço como produto de valor surge mais uma vez, agora na visão de Levebvre, sustentando e sendo uma alternativa para o capitalismo. Além disso, o espaço urbano não é somente um produto, mas algo estratégico e não mais limitado à habitação, mas algo a satisfazer necessidades.

O urbanismo muda visões, objetivos e teorias. É carregado de ilusões que obscurecem a realidade ocultando problema e inserindo “verdades” e estilo de vida na sociedade, separando-a pelo espaço que ocupa, seu poder de compra e pelo seu status. Modifica espaços de forma impiedosa e os trata como objeto. É operado pelo privado e principalmente pelo Estado através da sua lógica ou de sua imposição através da coação. Submete a sociedade como um todo a sua ordem e a sua filosofia. Mas em sua essência existe para sustento e satisfação do capital e de seus detentores.

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