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RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Por:   •  14/2/2018  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  348 Visualizações

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As crianças têm internalizado desde cedo essa construção, principalmente as crianças negras que se apontam como ruins e incapazes, e, no decorrer de suas vidas, não se aceitam, buscam um padrão estético embranquecido e pior, não tem estímulos que as façam sair de uma realidade de exclusão de acesso à educação, até que se desinteressam e abandonam os estudos por não se sentirem capazes, uma vez que até na escola seus amigos brancos são evidenciados como os mais inteligentes, os melhores. Conforme afirma, Ana Célia da Silva:

(…) a pior das consequências da ação do estereótipo é a autorrejeição e a rejeição ao seu outro igual, é esse ódio contra si próprio que a ideologia coloca no oprimido, um tipo indicioso de inferiorização que resulta em desagregação individual e desmobilização coletiva.

A nossa realidade reproduz esse padrão cotidianamente de forma tão sutil que torna escancarado. Mas há uma grande parte dessa sociedade que demonstra sua crueldade, não apenas com discursos e atitudes de racismo e preconceito, mas também tolhendo, excluindo e evitando que o negro faça parte dos processos, contribuições e desenvolvimento sociais, não lhe dando acesso à educação, saúde, emprego igualitário e, que ao mesmo tempo, respeite suas diferenças e historicidade.

A questão étnico-racial está ligada a um terreno delicado que é a crença do mito da democracia racial, pois existem duas partes da sociedade, uma que não acredita haver racismo e por isso se conforma de que não há o que discutir. E outra, a dos racistas que discriminam pela cor de pele e consequentemente, reproduzem um quadro de exclusão, reverberando sempre uma não vontade de debater, encarar, problematizar o assunto e desconstruir esse ranço preconceituoso.

A sociedade brasileira é equivocada em relação ao racismo, tanto por acreditar no mito da democracia racial, como, por exemplo, diante da cultura e costumes que são originalmente do continente africano e que foram readaptados no Brasil. A visão determinista eurocêntrica e ocidental leva à ignorância, no sentido da desinformação, à intolerância e ao desrespeito, motivos principais que explicam essa ambiguidade na sociedade brasileira. E na escola e todos seus livros didáticos, também se manifesta de forma muito impactante, principalmente nas crianças negras.

O livro didático, de modo geral, omite o processo histórico e cultural, o cotidiano e as experiências dos segmentos subalternos da sociedade, como o índio, o negro, a mulher, entre outros. Em relação ao segmento negro, sua quase total ausência nos livros e sua rara presença de forma estereotipada concorrem em grande parte para a fragmentação de sua identidade e autoestima. (…) Não é apenas o livro o transmissor de estereótipos. Contudo é ele que, pelo seu caráter de “verdadeiro”, pela importância que lhe é atribuída, pela exigência social do seu uso, de forma constante e sistemática logra introjetar na mente das crianças, jovens e adultos, visões distorcidas e cristalizadas da realidade humana e social. A identificação da criança com as mensagens dos textos concorre para a associação da sua identidade individual e social (Silva, 1995, p.47-48).

No livro de Rachel Oliveira, Tramas da Cor, conta a história de Jéssica, uma pré adolescente negra, sobre a qual a autora aborda de forma sensível e contundente questões do racismo naturalizado, aponta os estereótipos e preconceitos que permeiam o contexto escolar, da discriminação escancarada e ao mesmo tempo da democracia racial, quando não só não identifica o problema, como apenas culpabiliza a vítima Jéssica por ela reagir à opressão e violência simbólica de forma descontrolada:

Uma menina negra que, no cotidiano escolar, é constantemente exposta a imagens e expressões pejorativas, mas consideradas naturais e corriqueiras. Ela tem os sentimentos feridos e sente que luta sozinha contra a agressividade dos colegas de classe em relação a sua cor. Ao mesmo tempo, nega tudo que se refere à cultura afro-brasileira, principalmente os princípios religiosos. Um dia, um incidente mobiliza sua família e a escola, fazendo-os se envolver com a sua história. Assim, ela descobre que existem perspectivas para a resolução desse tipo de problema.

Nesta história que é fictícia, mas semelhante à muitas histórias de crianças negras, é possível compreender de forma muito evidente o que é essa ambiguidade nos corredores da escola, na vida familiar e na comunidade. Ajuda a entender esse racismo ignorado e até prenuncia uma auto denúncia ao seu leitor, pois traz uma verdade que

quase sempre é negada, a de que existe racismo e preconceito está muito vivo em cada indivíduo.

Backlash Blues (Nina Simone)

Mr. Backlash, Mr. Backlash

Just who do think I am

You raise my taxes, freeze my wages

And send my son to Vietnam

You give me second class houses

And second class schools

Do you think that alla colored folks

Are just second class fools

Mr. Backlash, I'm gonna leave you

With the backlash blues

When I try to find a job

To earn a little cash

All you got to offer

Is your mean old white backlash

But the world is big

Big and bright and round

And it's full of folks like me

Who are black, yellow, beige and brown

Mr. Backlash, I'm gonna leave you

With the backlash blues

Mr. Backlash, Mr. Backlash

Just what do you think I got to lose

I'm gonna leave you

With the backlash blues

You're the one will have the blues

Not me, just wait and see

Tradução:

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