Pedagogia das Diferenças em Sala de Aula- Neusa Banhara Ambrosetti
Por: Evandro.2016 • 29/4/2018 • 2.444 Palavras (10 Páginas) • 262 Visualizações
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- “Viver é o oficio que eu quero te ensinar “ Russeau
Por fim, a autora enfatiza a importância da professora deixar claro o papel do aluno em sala de aula, ou seja, poderíamos entender as relações que vão se estabelecendo na classe, como a constituição de um contrato didático, um projeto comum, baseado no conhecimento e na confiança mútuos, em que o compromisso da professora com a aprendizagem dos alunos, vai sendo comunicado aos mesmos e assumido por eles, tornando um compromisso coletivo, ou seja, o que é “ser professor” e o que é “ser aluno”.
A sala de aula como espaço de conhecimento
- Um aspecto que se destaca na sala de aula é a constante interação entre professora e aluno, bem como a dos alunos entre si, porém, um outro elemento nessa relação é o conhecimento, o compromisso com o aprender e o ensinar. A postura da professora faz toda diferença nessa relação; além de muito amigável e afetuosa, ela estimula a manifestação dos alunos e permite sua movimentação em sala de aula, deixando-os a vontade e confortáveis, em um ambiente agradável, cujo principal objetivo é a construção do conhecimento. Luiza declara que essa movimentação as vezes a incomoda, porém, acha importante, porque através disso eles também aprendem.
- Podemos observar isso constantemente durante a aula:
- Começa a correção da tarefa: “treinando multiplicação”, com 9 contas de multiplicar. Luiza chama alguns alunos apara resolverem na lousa, aqueles que sentem mais dificuldade na multiplicação. Marcelo erra uma conta.
“Joice, está certa a conta dele¿”
“Ta errada, porque ali não é dois...”
“Vem explicar para ele aqui, vamos ver se ele vai descobrir o erro.”
Marcelo e Joice discutem e ele refaz a conta; dessa vez ele acerta e a professora elogia.
- “O que se observa nessa sala de aula é que aprender não é um problema apenas individual, mas coletivo. As informações sobre as dificuldades e os sucessos de cada aluno são colocadas e conhecidas por todos. Há uma intensa e constante troca de informações sobre o processo de aprendizagem de todos e de cada um.” Ambrosetti
- Essa interação é conduzida pela professora de modo a se mostrar disponível para os alunos no caso de qualquer dúvida, ou problema, até mesmo para trocar ideias. Isso não quer dizer que Luiza não coloque regras e limites, ela deixa bem claro, que eles tem autonomia para conversas e movimentação em sala de aula, desde que já tenham feito os trabalhos, e falem baixinho, para não atrapalhar o trabalho dos colegas.
- Como já foi observado, as informações não ser resumem apenas a questões dentro de sala de aula, mas também no que acontece fora dela, como a saúde, família e assuntos pessoais, porém, além de ouvir seus alunos, Luiza também se coloca participante nessas conversas, se referindo a própria vida em vários momentos da aula.
- Tendo em vista tudo que falamos, podemos destacar a reflexão teórica na perspectiva sociointeracionista, com contribuição de Vigotsky e Wallon como podemos ver abaixo:
“Vigotsky coloca em destaque o caráter social da construção do conhecimento(...). Segundo ele, o desenvolvimento na criança, das funções psicológicas especificamente humanas, é um processo único, (...) “
(Lembremos da história do filme “mama” e “meninas lobo”)
- Para Wallon é de extrema importância o ambiente coletivo; ele enfatiza a importância do grupo para o desenvolvimento da criança em idade escolar. Esse desenvolvimento não se refere apenas à sua aprendizagem social, mas também ao desenvolvimento de sua personalidade e enfatiza a solidariedade nas relações entre indivíduos.
- A autora termina falando da importância dessa solidariedade que permite a colaboração entre as crianças na realização das tarefas na classe, em que um aceita naturalmente a ajuda do outro, favorecendo assim, o conhecimento do “eu” e do “outro” e, portanto, a construção de conhecimento com o outro.
A Aprendizagem Como Processo de Reflexão
- A reflexão é estimulada pelo professor, é de extrema importância ser trabalhada em cima da aprendizagem.
O dialogo é imprescindível entre o professor e o aluno, visando sempre “o que aprender” e “como aprender”.
A individualidade do aluno deve ser respeitada, cada ser humano é diferente como pessoa! E em sala não deve ser diferente. Mas a coletividade tem que ser trabalhada, para a socialização e melhor problematização dos problemas vividos entre eles mesmos.
O modo de ensinar deve ser claro, e jamais contido e centralizado apenas no professor.
A avaliação deve ser feita de forma cotidiana, na qual se leva em conta as necessidades de cada aluno no dia-a-dia, no dialogo é feita a avalição Professor->Aluno e a auto-avaliação do próprio aluno, mas com olhar sempre voltado ao ensino/aprendizagem. Ou seja, além das avaliações bimestrais, tem que haver a interação e observação do professor. A avaliação deve sempre valorizar o que o aluno sabe e não julga-lo por seus erros, levando-o a refletir sobre o que já sabe e querer aprender mais em cima de seus erros. A reflexão, o estimulo, a avaliação, o ensino e a aprendizagem, estão diretamente ligados, devem ser trabalhados sempre interligados.
- A importância dessa atitude reflexiva pode ser mais bem entendida recorrendo-se as contribuições de Vygotsky ele desenvolve o conceito de zona proximal mas antes de entender tal conceito é preciso conhecer outros conceitos
*Nível de Desenvolvimento Real: determinado pela capacidade do indivíduo solucionar independentemente as atividades que lhe são propostas;
*Nível de Desenvolvimento Potencial: determinado através da solução de atividades realizadas sob a orientação de outro indivíduo mais capaz ou em cooperação com colegas mais experientes;
*Zona de Desenvolvimento Proximal: Se relaciona com a diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha e aquilo que embora não consiga realizar sozinha é capaz de aprender e fazer com a ajuda de alguém mais experiente. É, portanto, tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado suporte educacional devido.
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