Observação do Desenvolvimento Infantil
Por: eduardamaia17 • 28/4/2018 • 1.988 Palavras (8 Páginas) • 256 Visualizações
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Por fim, embora a segunda infância abranja de dois a seis anos de idade, podemos ver uma mudança significativa de uma criança de cinco anos em relação à de seis anos, segundo Boyd e Bee, podemos perceber uma criança mais responsável, capaz de entender ideias mais complexas e diz-se que é aos seis anos que a criança tem o primeiro ponto de inteligência, acrescentando que “O fato de que a educação escolar começa nessa idade parece refletir um reconhecimento implícito ou explicito dessa mudança fundamental” (BEE, 2011, p. 458). Além de apresentar o aumento no uso de estratégia cognitiva e ser menos atraída pelas aparências, não somente em relação aos objetos, mas também às pessoas, melhorando seu entendimento com próximo e consigo mesma, período de alta formação de um autoconceito. Contudo, é necessário sempre colaborar e incentivar o desenvolvimento da criança em todas as áreas amparando-a nesse processo de transição.
Observação da Mariana
Utilizamos para o seguinte estudo a EMEI “Aviador Edu Chaves”, tendo como foco a aluna Mariana, de cinco anos e onze meses de idade, observando-a durante todo o período de aula, envolvendo momentos dentro da sala de aula e em espaços externos, como o parque. Sempre com a preocupação de interferir o menos possível, permitindo assim que a criança não saísse de seu ambiente natural e que seguisse um dia de aula como de costume.
Desde a entrada foi observado que a aluna tem uma ótima atenção e organização, não sendo necessário comando ou ordem vindo da professora para que a aluna se situasse na fila (por ordem de tamanho). Durante o trajeto até a sala, Mariana interagia com os colegas, conversando animadamente sobre assuntos diversos. Ao chegar à sala de aula colocou-se em seu lugar sem dificuldades, aguardando assim as orientações da professora pra o inicio da aula.
A primeira atividade foi a leitura de um livro, realizada pela professora, seguido de uma roda de conversa cuja proposta era a discussão e questionamento sobre os acontecimentos da história. A aluna ouviu com atenção seus colegas e ao chegar sua vez, soube fazer com que a entendessem muito bem, mesmo com dificuldade de organizar seu raciocínio, assim como os outros alunos. Teve uma boa dicção e utilizou as palavras corretamente, explicando o que entendeu da história e interligando com alguns fatos do seu dia a dia.
Na hora do lanche Mariana não teve nenhuma dificuldade, conseguiu realizar suas tarefas sem precisar de qualquer ajuda ou companhia, aparentando assim ser uma criança independente e pró-ativa. Mesmo estando sozinha não pareceu, em momento algum, estar se isolando ou ser uma criança retraída, apenas não necessitava de companhia naquele momento, até porque ao terminar seu lanche foi se sentar com outras crianças, conversando e brincando animadamente.
Após o termino do lanche os alunos foram para a área externa da escola, nos possibilitando maiores descobertas sobre a criança observada. A professora dividiu a sala em dois grupos (meninos e meninas), e propôs duas atividades, parque e brincadeira de roda, onde dois os grupos participaram das atividades. Enquanto estava no parque Mariana demonstrou ter uma ótima coordenação, pois subia nos brinquedos com facilidade, corria sem qualquer problema e conseguiu amarrar o cadarço do seu próprio sapato. Interessante o momento em que Mariana encontrou um inseto no parque, a curiosidade e o entusiasmo dela foram tão grandes que despertou o interesse das outras crianças, pararam o que estavam fazendo e foram até ela. Quando os grupos trocaram de atividade, foi possível notar sua atenção, pois entendeu as regras da brincadeira rapidamente, catava e batia palmas no ritmo da canção, ao contrario das outras crianças, que não se importavam se estavam fazendo certo ou não.
Mudando da atividade em grupo para algo mais livre, as crianças foram levadas a um espaço, no qual, formaram uma fila de meninos e meninas separadamente. A professora posicionou quatro caixas de brinquedos e foi pedindo para cada criança pegar um brinquedo de seu interesse, Mariana aguardou a sua vez, sendo uma das últimas, pois a fila era por altura, ficou conversando com a amiga sobre o que escolheriam ao chegar sua vez. Dado o momento, as duas se encaminharam aos brinquedos, selecionando aqueles que gostaram para a sua brincadeira: brincar de casinha. Juntaram duas bonecas cada uma, improvisaram uma cama e usaram uma capa de coberta. Logo após a montagem da cena, outra criança se aproximou de Mariana e pediu a capa, Mariana além de ceder a capa para a colega, ajudou a colocar e ajustar a capa corretamente. Mariana e sua amiga continuaram com a brincadeira de casinha por aproximadamente quinze minutos, sempre conversando e gesticulando entre si, alterando o tom de voz e dando muitas risadas, enquanto a maioria das crianças se preocupava em pegar os brinquedos umas das outras e correr por todos os lados. Assim que a professora encerrou a atividade, Mariana, sua amiga e mais algumas crianças, pegaram a caixa de brinquedos e começaram a guarda-los um a um, recolhendo primeiros os seus, depois pegando os que estavam largados pelo chão, e por fim, pedir os brinquedos das crianças restantes. As mesmas crianças que juntaram os brinquedos nas caixas guardaram-nas na sala dos professores carregando uma caixa por vez, bem organizadas, carregando em conjunto sob a liderança de Mariana, sempre dizendo como fazer as coisas da melhor maneira, e fazendo isso, sendo agradável com todos.
Após o horário de recreação, as crianças são colocadas novamente em fila e retornam para a sala para realizar a última atividade do dia: assistir vídeo em sala de aula. Mariana interage com o vídeo cantando e se divertindo com as músicas ficando mais comportada (mais silenciosa) que seus amigos de sala.
Certo momento a professora chama Mariana e pede para que ela dê um recado para outro professor, Mariana vai e volta da outra sala sem desvios ou distrações, mostrando assim, que entendeu perfeitamente as ordens da professora. Continuando a atividade por 20 minutos ela começa a ficar sonolenta, sendo assim mais introspectiva, continua cantando, porém em um tom mais baixo e diminui consideravelmente a interação com seus amigos de sala.
Conclusão
Estamos continuamente em desenvolvimento e é possível dizer que na infância as mudanças são mais perceptíveis, pois é neste período que é construída a base para a vida adulta. Nessa fase, aprendemos
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