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O SURDO: BREVE PERCURSO HISTÓRICO E O PROCESSO DE INCLUSÃO SÓCIOEDUCACIONAL NOS DIAS ATUAIS

Por:   •  24/10/2018  •  4.219 Palavras (17 Páginas)  •  323 Visualizações

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muitos anos a nossa sociedade considerados “normais” os ouvintes, ignoraram a existência e excluiu da convivência social as pessoas com algum tipo de surdez.

No segundo capítulo, será aprofundadas as filosofias educacionais adotadas atualmente no Brasil, para o desenvolvimento do aluno Surdo na sala de aula comum.

Apresentaremos qual é o papel do professor no processo de aprendizagem e dos alunos surdos, quais as formas de intervenção pedagógicas que podemos utilizar, tendo a linguagem de sinais como forma de comunicação e interação. Considerando que o processo de aprender é de forma variada, ou seja, sofre a influência de vários fatores tanto interno como externo.

O professor ao dá uma aula está intervindo no desenvolvimento global de seus alunos, portando os procedimentos pedagógicos precisam ser diversificados de acordo com a idade e deve ser respeitada a individualidade de cada um.

2 O PERCURSO DO SURDO NA HISTÓRIA

2.1 A HISTÓRIA DOS SURDOS PELO MUNDO

A história relacionada aos Surdos, descritas pela sociedade, em seu passado primórdio, assim como em qualquer outro tipo de deficiência, geralmente de maneira negativa e intolerável. Tratados muitas vezes de forma desumana, diferenciados, excluídos da sociedade, de suas culturas sociais, da convivência com o outro, abandono e até em finais trágicos.

A igreja teve um grande impacto histórico no que se diz respeito a discriminação de pessoas com alguma espécie de deficiência. Os deficientes por um grande período, foram considerados como pesos ao andamento litúrgicos pregadas pela igreja Católica e um impasse entre as famílias afortunadas, prejudicando muitas vezes os seus interesses.

Com o passar dos tempos a igreja, a qual mantinha grande influência em meio a sociedade, foi se modificando em suas concepções no tratamento e trabalho das pessoas com deficiências, e assim com as pessoas com surdez que é o objetivo desse trabalho, forçados a buscar metodologias para educar os deficientes auditivos. Prosseguindo seu vínculo com as famílias poderosas, que mantiveram seguindo suas interversões sem questionamento, preservando os seus interesses de controle.

Registros de tempos remotos, demostram que pessoas que não ouviam, não conseguiam falar normalmente e usavam gestos como forma de comunicação, eram classificados como “Surdos-mudos” (Sanchez, 1990, p.31).

Os primeiros registros que se tem conhecimento, acerca da surdez, são encontrados na época do povo Hebreu. No Egito, os Surdos, eram considerados como Deuses. Na Grécia, eram condenados a morte com a justificativa de serem incapazes de algum tipo de aprendizagem. Socrátes (360 a.c), aceitava a comunicação gestual dos Surdos como forma de comunicação. Os Romanos, seguido da influência do povo grego, consideravam os Surdos, como imperfeitos e incapazes. Já Santo Agostinho, acreditava que os Surdos assim nascidos, era por castigo divino e para a sua salvação, adotava gestos com o mesmo valor da fala. John Berverley (700 d.c), considerado o primeiro a ensinar o Surdo a falar e consequentemente conhecido como o primeiro educador de pessoas Surdas.

Ao final da Idade Média, começaram a surgir os primeiros trabalhos em sentido de educar a pessoa com surdez, porém não tendo nenhum aspecto de Inclusão Social.

No século XV, a deficiência auditiva, era alvo de pesquisas da medicina e da manobra das igrejas, tendo como pública alvo os mais pobres para as suas manipulações.

Em meio aos vários educadores de Surdos que foram surgindo no decorrer dos tempos. No século XVI, se destacaram: O médico Geralamo Cardono (1501-1576), que tinha em seu convívio o seu filho que era surdo e os seus estudos através de pesquisas acerca da deficiência auditiva. Constatou que a surdez não era empecilho para que os Surdos recebessem informações e consequentemente aprender através de outros meios e não apenas por meio da linguagem oral e da audição.

Segundo Sacks (1990, p.31)

“é possível pôr [sic] um surdo-mudo condições de ouvir pela leitura e falar pela [...], pois assim como sons diferentes são convencionalmente usados para significar coisas diferentes, também pode acontecer com as várias figuras de objetos e palavras [...] caracteres e ideias escritas podem ser relacionados sem a intervenção de sons”.

O outro grande estudioso, foi o monge que viveu no monastério na Espanha, Pedro Ponde de Leon (1510-1584), reconhecido oficialmente na história como o primeiro educador de Surdos e no uso do Alfabeto Manual (Meadow, 1980, citado por Sanchez, 1991 p. 36). No mosteiro prevalecia o Voto do Silêncio e acreditasse que em meio a isso, foram surgindo maneiras de expressões para a comunicação, já que não podiam se comunicarem através da fala.

O uso do Alfabeto Móvel foi de grande ajuda ao Surdo para soletrar as palavras. Passando assim, evoluir para um pensamento na compreensão das pessoas surdas, que não dependia apenas da audição de palavras.

Em 1620, o padre espanhol Pablo Bonet (1573-1633), filólogo e soldado, considerado o primeiro no engajamento na educação de Surdos. Através da leitura e da fala, para o desenvolvimento oral e sem o uso de nenhuma forma da linguagem gestual.

Já o pesquisador John Wallis (1616-1703), abriu mão de ensinar aos Surdos a linguagem oral e passou a ensinar a escrita usando os gestos como referência para o desenvolvimento do seu trabalho.

Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780), foi considerado o mais completo educador da época, o seu trabalho consistia em desmutização por meio da linguagem oral.

Charles Michel de L’Épée, em 1780, ficou conhecido como um dos mais importantes defensores da Língua de Sinais, trazendo aos Surdos o reconhecimento pela sua própria linguagem de comunicação.

O alemão Samuel Heinicke (1727-1790), ficou conhecido como o fundador da oralidade.

Em vários registros a respeito do tema surdez, encontrasse outros educadores, que transformaram a história, no trabalho do desenvolvimento da oralidade de pessoas consideradas na época Surdas-mudas. Foi apenas na Idade Média, que houve a separação do termo Surdo-mudo não sendo mais utilizada nos dias atuais.

2.2 O PERCURSO HISTÓRICO DO SURDO NO BRASIL

No Brasil, também temos registros de acontecimentos marcantes, na evolução em torno da história da comunidade Surda, que são influenciadas por educadores de outros países.

A primeira

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