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O PRAZER DA LEITURA NA SALA DE AULA: O DESAFIO DE FORMAR LEITORES NOS ANOS INICIAIS

Por:   •  10/8/2018  •  3.533 Palavras (15 Páginas)  •  415 Visualizações

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Assim, o bom desempenho do estudante está centrado na leitura e todas essas informações nos remetem, à escola e as situações de leitura, levando-nos a uma reflexão sobre como ela a tem abordado. Compreende-se que a leitura não pode ser vista somente como um meio de adquirir conhecimento, mas também como um meio para facilitar o fortalecimento de ideias, possibilitando o enriquecimento do vocabulário do aluno, permitindo novas aprendizagens, explorando a imaginação e transportando-o para outras perspectivas.

Nesse sentido, Zorzi (2003, p.01) acrescenta que

aprender a ler não se reduz à capacidade de decodificar e dar sentido às palavras. Mais especificamente, juntamente com o aspecto que podemos considerar cognitivos da leitura, deve ser levado em contato conta o elemento afetivo em relação a ela.(ZORZI, 2003, P. 01)

Como o autor afirma aprender a ler envolve aspectos cognitivos e esses aspectos devem ser motivados pelos aspectos afetivos. Diante dessas afirmações fica explícito o quanto a leitura é importante na vida de qualquer indivíduo e que ela está presente na nossa vida em todas as atividades, seja a leitura de mundo ou a leitura da palavra escrita, pois como Freire (2011, p. 17-19) assegura que a leitura do texto e do contexto está ligada visceralmente ligada a alfabetização e a todas as práticas da educação alongando a inteligência do mundo.

Essas afirmações evidenciam que precisamos de um olhar atencioso na leitura nos anos iniciais, pois é nessa fase que se constroem as bases para desenvolver leitores para toda a vida. (PRIOLLI; SALLES, 2008, p.10)

Para alcançar os objetivos da leitura é necessário que se faça da prática de leitura um caminho para novas descobertas com fins a instigar o estudante sobre as possibilidades e caminhos que ela pode proporcionar, principalmente o prazer em ler. (VILLARDI 1997, p.8).

Dessa forma, a escola é a grande responsável por esse processo, visto que para muitos alunos ela é o único lugar onde essa prática pode ser vivenciada. No entanto, isso não parece estar muito claro para alguns professores que se preocupam excessivamente como os conteúdos,resoluções de exercícios e leituras impositivas, que se esquecem que eles são os grandes responsáveis por despertar o gosto pela leitura. Sendo assim, é fundamental que o professor saiba como direcionar momentos de leitura e principalmente deixe que os alunos, em determinados momentos, escolham suas próprias leituras para que se sintam ouvidos e respeitados nas suas predileções. Essa troca gostos entre professor e aluno só traz crescimento para ambos.

- O USO DA LEITURA NA SALA DE AULA

A teoria tradicional da leitura tinha com objetivo de formar alunos com boa pronúncia, entonação eficiente, com boa dicção e velocidade. Dessa forma, as práticas da leitura pouco ou nada traduziam a sua prática social. Os estudos de textos era voltados para o estudo da gramática de forma isolada sob forma de identificação e classificação. ( SCHMITT, 2009 p. 5) Porém, durante vários períodos da história as funções da leitura passaram por mudanças de acordo com a necessidade de cada civilização. “Somente a partir do século XIX, é que se passou a considerar sistematicamente, os aspectos de lazer e entretenimento que podem ser extraídos dos textos impressos (...)”.(GRAY, 1984 apud OLIVEIRA, 1996, p.02)

O fato é que em muitas escolas e professores ainda utilizam a leitura de forma descontextualizada e somente com os objetivos anteriormente citados. Os textos apresentados para os alunos são, fragmentos de livros – nesse caso pecam porque não fornecem ao aluno o todo da história, mas apenas uma parte, adulterando a estrutura original da obra e seu sentido mais global - , ou são textos escritos pelos próprios autores do livro didático, perdendo as vezes sua originalidade (VILLARDI, 1997, p.4). E na maioria dos casos são impostos aos alunos. Segundo Prado (1995, p.64), livro imposto como tarefa nos cursos de ensino, sem que tenha havido todo um acercamento afetivo da criança só pode provocar recusa e desprezo. Isso significa que a leitura de estudo deve está ligada à leitura afetiva.

Como Schmitt (2009, p. 7-8) afirma

A leitura para produção de sentido não significa pronunciar corretamente as palavras, ter boa dicção, informar-se ou realizar tal atividade somente para compreender o texto e responder perguntas em relação a espaço, tempo e personagens. Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, isto é, encontrar certas respostas na escrita, ter acesso à escrita possibilita transformar-se e são muitas as sensações e impressões que a leitura suscita em nós. (SCHIMITT, 2009, P. 7-8).

Isso nos leva a uma reflexão sobre o contexto em que muitas escolas e professores estão utilizando esse instrumento de aprendizagem em sentido contrário. Paulino (2001, p. 29) acrescenta que “(...) o uso inadequado de textos fragmentados, deslocados, manipulados, levaria à subordinação do leitor ao jugo escolar”. Isso significa que a escola estaria desviando o seu verdadeiro papel que é o de formar cidadão críticos.

Segundo Edmund Burke Huey(1908 apud CRAMER E CASTLE (2001 p. 15).

Os métodos predominantes de ensino da leitura são tipos que cultivam hábitos e atitudes errôneas em relação aos livros...Os métodos vêm e vão, mas todos carecem do elemento fundamental de qualquer método bem fundado, ou seja, de consideração às necessidades mentais da criança. Nenhum esquema para aprendizagem da leitura pode suprir essa carência. Apenas uma nova motivação, a qual coloque a criança dentro de uma relação vital com os materiais lidos, pode ser de utilidade aqui... A criança não quer aprender a leitura como instrumento mecânico. Ela deve ter um “desejo pessoal” pelo que é lido. Ela deve chegar também à sua leitura com experiência pessoal para poder apreciá-la. (EDMUND BURKE HUEY 1908 APUD CRAMER E CASTLE (2001 P. 15).

Smith (1999, p. 128) apresenta maneiras fáceis de tornar difícil a aprendizagem da leitura da leitura na sala de aula.

- esperar a dominar as regras de leitura. O processo da leitura é aprendido com a prática e não deve esperado que o iniciante domine certa quantidade de palavras ou letras para se começar a ler.(...)

- garantir que as regras de fonologia sejam aprendidas e usadas. As crianças não precisam dominar a fonologia para identificar as palavras que nunca viram escritas anteriormente.(...)

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