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O LÚDICO E SEUS EFEITOS NA APRENDIZAGEM

Por:   •  10/4/2018  •  4.561 Palavras (19 Páginas)  •  283 Visualizações

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Para mudar tal visão, faz-se necessário uma prática pedagógica dinâmica e provocadora, no sentido de instigar os alunos a aprender de maneira significativa e prazerosa. O educador exerce considerável função nesse processo, pois é quem vai direcioná-lo, sendo mediador e propondo atividades que estimulem o aluno em sala de aula. Os brinquedos e jogos são reconhecidos por educadores como fator importante na educação, uma vez que, o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e aprimora habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e atenção. A ludicidade é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.

O lúdico tão importante para a saúde física e mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores. Todas as sociedades reconhecem o brincar como parte da infância. Partindo de concepções teóricas de que a criança tem sua curiosidade despertada por jogos e brincadeiras e por meio deles se relaciona com o meio físico e social, de modo a ampliar seus conhecimentos, desenvolver habilidades motoras, cognitivas e lingüísticas, a escola deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento dos alunos.

As crianças fazem das brincadeiras uma ponte para o imaginário, a partir disto, muito pode ser trabalhado. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regra, desenhar, entre outras atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem. Por intermédio delas, as crianças expressam suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, aperfeiçoam características importantes para a vida adulta.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

O ato de brincar e jogar torna o indivíduo capaz de pensar, imaginar, interpretar e criar, aspectos estes, que propiciam autonomia, iniciativa, concentração e análise crítica para levantar hipóteses acerca dos fatos, bem como nos ensinam a respeitar regras e vivenciar conflitos competitivos.

A criança pode superar sua condição real, pois traz uma bagagem de conhecimentos adquiridos em experiências vividas no contexto em que está inserida e esses conhecimentos são exteriorizados por meio do lúdico. Na medida em que joga, se conhece melhor e constrói o seu “eu”.

À luz da teoria de Ronca e Terzi (1995) citados por Tezani (2004), o lúdico proporciona compreender os limites e as possibilidades da assimilação de novos conhecimentos pela criança, visto que, mediante o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem, o indivíduo conhece e interpreta os fenômenos à sua volta, trabalhando com os limites existentes entre o imaginário e o concreto. Por meio das atividades lúdicas, o indivíduo forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções e se socializa.

A ligação das atividades lúdicas com a aprendizagem proporciona o estabelecimento de relações cognitivas, simbólicas e produções culturais. O lúdico possui dois fatores motivacionais, o prazer e o ambiente espontâneo. As tarefas lúdicas demandam um interesse intrínseco do indivíduo, pois este canaliza sua energia para cumprir com os objetivos propostos, produzindo um sentimento eufórico e de entusiasmo.

Para Piaget (1978) os jogos não são apenas para fins de entretenimento, também contribuem para o desenvolvimento intelectual, físico e mental dos indivíduos, fazendo com que os mesmos assimilem o que percebem da realidade.

Na teoria do autor os jogos são classificados em três estruturas quanto ao aspecto da evolução do individuo: exercício, simbólico e regras. A primeira tem como finalidade a satisfação, a segunda o indivíduo começa a utilizar a simbologia e a última desenvolve a delimitação do espaço e tempo.

A partir do momento que a escola valoriza as atividades lúdicas, auxilia na criação de um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a criatividade estimulada e os direitos dos indivíduos respeitados. A educação deve abrir mão da idéia de que aprender significa acumular conhecimentos sobre fatos e informar.

Segundo o referencial Curricular da Educação Infantil (1998, p.23) citado por Dallabona (2004,p.32):

“Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras, e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.”

Para tanto, o educador deve repensar sua prática pedagógica, visando inserir atitudes que prezem pela reconstrução do pensamento e da maneira de perceber e compreender o conhecimento, cabendo ao profissional, o compromisso de modificação e transformação por meio da interação com os alunos.

Aprender é um processo em que cada individuo adquire novos conhecimentos, habilidades, valores diversos e, principalmente, desenvolve a capacidade de pensar, julgar e empregar conceitos que direcionem à mudanças de atitudes e de comportamentos no cotidiano frente a sociedade.

Segundo Vygotsky (In: Alves & Magalhães, 2006, p. 17):

A aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo podem ser compreendidos como a transformação de processos básicos, biologicamente determinados, em processos psicológicos mais complexos. Essa transformação ocorre de acordo com a interação com o meio social e do uso de ferramentas e símbolos culturalmente determinados.

Essa aprendizagem esta dividida em sete estilos, sendo Físico, quando o individuo usa muito a expressão corporal para se expressar; Interpessoal, quando o individuo é introspectivo; Lingüístico, quando os sujeitos se expressam melhor com as palavras; Matemático, quando predomina o pensamento/raciocínio lógico; Musical, quando as pessoas se interessam mais por sons e musicas; Visual, sujeitos que exploram mais o aspecto visual das coisas.

Dentre esses estilos de aprendizagens, os professores podem se utilizar de diversos recursos pedagógicos, com os quais possibilitarão a construção do conhecimento de forma intensa. Essa construção pode ser com indivíduos diferentes e com aspectos diferentes e diferentes modos. Abrangendo uma totalidade de indivíduos tocados pelo saber,

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