MÉTODOS CLINICOS DE PIAGET

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Nas cinco reações consideradas, lembramos aspectos que, para Piaget, são fundamentais quando se interroga a criança sobre o que pensa dos fenômenos da natureza ou de sua própria vida, por exemplo. São reações fundamentais também para se ter um critério mais seguro do valor das respostas nas famosas provas operatórias de Piaget. Nestas, contudo, prevalece a crença desencadeada, uma vez que é o experimentador quem coloca sobre as ideias dela ou sobre as hipóteses de trabalho dele.

- PROVA OPERATÓRIA INFRALÓGICA- LÁPIS E VARETAS

[pic 1]

1) Três canetas do mesmo tamanho dispostos sobre a mesa,de modo que seus extremos coincidam. Chamar a atenção da criança para que ela perceba que todos são igualmente longos.

Estagiária: - Todas as canetas são do mesmo tamanho?

Menina:- Sim.

2) Adiante uma caneta em relação as demais.

[pic 2]

Estagiária: - E agora, as canetas são do mesmo tamanho?

Menina: - Não

Estagiária: - Porque as canetas não são do mesmo tamanho?

Menina: - Porque essa está na frente.

Estagiária: - E se eu colocar a caneta como estava? O que acontece?

Menina: - Ela fica igual às outras.

De acordo com a prova operatória aplicada nesta criança de seis anos, podemos notar que a mesma se encontra na Etapa 2 (5 a 6 anos)- Respostas Intermediárias; ora acerta ora erra, e gradualmente predomina a resposta correta.

Nesta fase da Crença Desencadeada, há abertura ou fechamento de elos, quem sabe perdidos ou ignorados pela criança. Nessa corrente ou anéis que cria, pelas perguntas ou falas dos outros (seu professor ou colegas), a criança pode produzir ou constatar algo que, sem eles, não faria por si mesma. Mas, o que faz- graças à ajuda do outro- é dela, é produto de algo que pensa ou em que acredita.

Eis como Piaget (1926/1947, p.17) caracteriza esse tipo de reação:

Quando a criança responde com reflexão, extraindo a resposta de seus próprios recursos, sem sugestão para ela, dizemos que há crença desencadeada. A crença desencadeada é influenciada necessariamente pelo interrogatório, pois a simples maneira como a questão é colocada e apresentada à criança força-a a raciocinar em uma certa direção e a sistematizar o seu saber de um certo modo; mas ela é contudo um produto original do pensamento da criança, pois nem o raciocínio feito pela criança para responder à questão , nem o conjunto dos conhecimentos anteriores que utiliza a criança, durante sua reflexão são diretamente influenciados pelo experimentador.

- CONCLUSÃO

A capacidade de aprendizagem humana é uma evidência. Compreender os estágios cognitivos da criança é de fundamental importância no processo de relações estabelecidas entre aluno/professor. Saber questionar e ouvir a criança, perceber qual entendimento e leitura ela faz do mundo físico, da lógica e das questões morais, em conformidade ao Método Clínico de Jean Piaget, figura-se como uma habilidade de avaliação rica, capaz de encaminhar o professor para uma conclusão lógica sobre o potencial de aprendizagem da criança entrevistada.

- REFERÊNCIAS

GOULART, Iris Barbosa. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor- 24ª.ed.rev- Petrópolis, RJ- Vozes, 2008.

MACEDO, Lino de. Ensaios Construtivistas- São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.

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