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Ludico na educação

Por:   •  1/12/2017  •  1.505 Palavras (7 Páginas)  •  255 Visualizações

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Entretanto o mais grave de tudo é que os pais estão esquecendo a importância do brincar. Muitos acham que um bom presente é um tênis de grife ou numa roupa porque é mais útil, brinquedo virou supérfluo. No desespero por economia, os pais estão cortando o brinquedo do orçamento familiar. Grande engano, com conseqüências muito serias, pois roupas e acessórios não vão desenvolver o raciocínio nem a afetividade da criança. É preciso respeitar o tempo da criança, sua maneira de ser e estar no mundo, de vivê-lo, descobri-lo, conhecê-lo tudo simultaneamente. É preciso quebras paradigmas de que brinquedo é presente para agradar, não é mais no que isso é a estrada que a criança percorre para chegar ao coração das coisas, para desvelar os segredos que lhe escondem um olhar surpreso ou acolhedor, para desfazer temores, explorando o desconhecido.

Vygotsky atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.

Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz de conta, são reelaboradas. Estas situações são fundamentais para a atividade criadora do homem.

Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear, mais evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que esta um dos maiores espaços para a formação de conceitos.

A educação traz muitos desafios aos que nela trabalham e nela dedica sua causa. Muito já se pesquisou, escreveu e discutiu sobre educação, mas o tema é sempre atual e indispensável, pois o foco principal é o ser humano, e sendo assim, pensar em sua totalidade, corpo, meio, preferências, gostos, prazeres, enfim, em suas vivencias se torna fundamental.

A maioria das escolas hoje esta preparando seus alunos, para um mundo que já não existe mais. Ações como dar aulas deverão ser substituídas por orientar a aprendizagem do aluno na construção do seu próprio conhecer, como preconiza o construtivismo, o sociointeracionismo, porque, afinal, ou o aluno e professor estão mobilizados e engajados no mesmo processo, ou não há ensino possível.

Na realidade nos dias atuais, já não há mais espaço para professor informador e aluno ouvinte, hoje o professor é obrigado a tornar-se um agilizador do processo de ensino-aprendizagem, e o aluno, um verdadeiro pesquisador.

Aprender a pensar sobre diferentes assuntos é muito mais importante do que memorizar fatos e dados a respeito do mesmo. A própria criança nos aponta o caminho no momento em que não utiliza e nem utilizara, as energias vãs e despendidas pelas escolas, coroadas pelo descrédito, que desprepara o aluno.

A escola deve compreender que, por um determinado tempo da historia pedagógica, foi um dos instrumentos da imobilização da vida, e que esse tempo já terminou. A evolução do próprio conceito de aprendizagem sugere que educar passe a ser um facilitador do conhecimento e não mais um acumulador de conhecimentos dados e informações isoladas que sobrecarregam a memória. Necessita repensar quem ela esta educando, considerando a vivencia, o repertorio e a individualidade do mesmo, pois se não considerar, dificilmente estará contribuindo para a mudança e produtividade de seus alunos. A negação do lúdico pode ser entendida como uma perspectiva geral e, desse ponto de vista, esta diretamente relacionada com a negação que a escola faz da criança, com o seu desrespeito, ou ainda, o desrespeito a sua cultura.

O lúdico é essencial para uma escola que se proponha não somente ao sucesso pedagógico, mas também a formação do cidadão, porque a conseqüência imediata dessa ação educativa é a aprendizagem em todas as dimensões: social, cognitiva, relacional e pessoal.

É buscando novas maneiras de ensinar por meio do lúdico que conseguimos uma educação de qualidade e que realmente consiga ir ao encontro dos interesses e necessidades da criança. Cabe ressaltar que uma atitude lúdica não é somente a somatória de atividades; é, antes de tudo, uma maneira de ser, de estar, de pensar e de encarar a escola, bem como de relacionar-se com os alunos. É preciso saber entrar no mundo da criança, no seu sonho, no seu jogo e, a partir daí, jogar com ela. Quanto mais espaço lúdico proporcionarmos, mais alegre, espontânea, criativa, autônoma e afetiva ela será.

É preciso que o professor assuma o papel de artífice de um currículo que privilegie as condições facilitadoras de aprendizagens que a ludicidade contem nos seus diversos domínios, afetivo, social, perceptivo-motor e cognitivo, retirando-a da clandestinidade e da subversão,

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