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INTERAÇÃO NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO: Ampliando o olhar da sala de aula

Por:   •  18/9/2018  •  4.132 Palavras (17 Páginas)  •  287 Visualizações

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Além da atenção, faz-se necessário o desenvolvimento de outros estímulos para uma aprendizagem mais significativa. Sabe-se, por exemplo, que há uma correlação entre um ambiente rico de estímulos e o aumento das sinapses. Mas quem determina o que vem a ser um ambiente estimulante? Quais são as estratégias para que esse ambiente possa ser estimulante? Qual será o desenvolvimento da criança nesse ambiente estimulador? Sabemos que a Neurociências mostra que o indivíduo se desenvolve diante da interação dele com o meio e que quem trabalha com as práticas para o desenvolvimento da criança é a pedagogia. Diante dessa discussão, como o professor pode contribuir para o melhor desempenho do aluno em sala de aula?

Diante dessas indagações, faz-se necessário um diálogo mais próximo entre neurociência e educação, tornando conhecido dos educadores os processos da aprendizagem dentro do cérebro e suas áreas de estimulação para que as práticas em sala de aula possam gerar conhecimento real. Para responder a estas indagações, a presente pesquisa fundamenta-se no seguinte problema: As ferramentas propostas pela neurociência trazem resultados positivos na aprendizagem significativa? Para responder a esta indagação, foi proposto o seguinte objetivo: permitir um diálogo da neurociência com a educação para o melhor desenvolvimento dos alunos. E, ainda, traçados os seguintes objetivos específicos: estimular, através de práticas pedagógicas em sala de aula, os sentidos dos alunos; desenvolver funções executivas; propor a construção de um ambiente estimulador.

METODOLOGIA

A pesquisa posposta será desenvolvida pelo método qualitativo, por permitir maior familiaridade do pesquisador como tema pesquisado. De caráter bastante específico, possibilitará a aplicação de procedimentos já descritos na literatura, porém poucos discutidos entre os profissionais da área da educação. Ao final da pesquisa, o tema abordado será mais conhecido e estaremos aptos a construir hipóteses sobre o assunto. Para o desenvolvimento do trabalho foi feito pesquisas bibliográficas, para identificar quais são as estratégias pedagógicas mais adequadas que levam a um aprendizado significativo.

APLICAÇÃO DA ESTRATÉGIA NEUROCIENTÍFICA PARA O TRABALHO DO PROFESSOR

A capacidade de pensar e o desenvolvimento do pensamento sempre foi motivo de investigação para muitos estudiosos da área da educação, assim como, atualmente dos neurocientistas. Por muito tempo perguntou-se como pensarmos. Hoje, os estudos neurocientíficos estão bastante avançados e já permitem vislumbrar alguns indicativos de como isso acontece. Para Consenza; Guerra (2011):

O cérebro é a parte mais importante do nosso sistema nervoso, pois é através dele que tomamos consciência das informações que chegam pelos órgãos dos sentidos e processamos essas informações, comparando-as com nossas vivências e expectativas. É dele que emanam nossas respostas voluntárias e involuntárias, que fazem com que nosso corpo, eventualmente, atue sobre o ambiente. (CONSENZA; GUERRA, 2011, p.11).

Ainda para Cosenza e Guerra (2011), mais que intervir quando ele não funciona bem, os educadores contribuem para a organização do sistema nervoso do aprendiz e, portanto, dos componentes que ele apresentará durante a vida. E essa é uma tarefa de grande responsabilidade! Como já foi dito na introdução desse artigo, a neurociência não traduz uma nova pedagogia e sim um processo de reflexão a respeito das estratégias pedagógicas para o melhor aproveitamento do aluno acerca da sua aprendizagem. De acordo com Guerra, devem ser considerados alguns pontos essenciais para que o aprendente tenha um melhor aproveitamento do conteúdo. Silva e Morino (2012) afirmam que:

Dessa forma, só a neurociência em sala de aula oferece aos professores o conhecimento básico para desenvolver e utilizar uma nova pedagogia. A partir do conhecimento e aplicação das neurociências na formação de professores esses conhecerão os meios neurocientificos e terão o domínio dessas teorias em favor da educação. (SILVA; MORINO, 2012.)

RENDER PARA A VIDA

Para Cosenza e Guerra (2011), o aprendiz tem a garantia do seu aprendizado, a partir do momento que ocorre uma adaptação do conteúdo para o mundo em que vive; fazer com que a aula tenha significado para o aluno. Para Vygotsky[2] (2008, citado por BOCK, 2008), a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do individuo com o mundo está sempre mediada pelo outro. Pensando nessa perspectiva, o professor tem um papel fundamental na elaboração do seu planejamento, uma vez que a aula será elabora para o aluno e não para ele mesmo.

Já Ferreiro (1996) o que a criança aprende não corresponde o que lhe é ensinado, pois existe um espaço aberto na elaboração do sujeito. O educador deve estar atento a esses processos para promover, adequadamente, a aprendizagem. Traçar estratégias que aproxime o aluno do conteúdo para que ele perceba aplicação do mesmo no cotidiano, será fundamental para sua aprendizagem significativa.

DESENVOLVIMNTO DA VIA SENSORIAL

As informações sensoriais são reconhecidas em áreas diferentes do cérebro, ou seja, importante que o professor desenvolva diversas estratégias para que o cérebro possa ser estimulado nos diversos campos sensoriais. Ressaltam-se as estratégias concretas porque são elas que produzem as informações com mais sofisticação, traduzindo um aprendizado com mais benefício.

De acordo com Cosenza e Guerra (2011), para que se tenha um conhecimento do funcionamento do cérebro em relação à aprendizagem, é necessário que se examine as informações sensoriais que chegam ao sistema nervo. Os processos sensoriais começam nos receptores especializados em captar um tipo de energia. Neles tem inicio, em que a informação vai passando de uma célula para outra, até chegar ao cérebro, geralmente no córtex cerebral, responsável pelo seu processamento. Quanto mais se estimula a parte motora (psicomotricidade) mais o sujeito se integra ao mundo. A percepção auditiva desenvolve habilidades importantes na aquisição do conhecimento, ela produz mais fatores neurotróficos[3] e por isso elas têm maior aprendizado.

A Educação Psicomotora é compatível com a teoria psicogenética de Wallon na medida em que respeita a complexidade do ser humano, compreendendo-o em sua multidimensionalidade psíquica, corporal e social, propondo-se a superar as dicotomias corpo-mente, indivíduo-sociedade e razão-emoção, heranças

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