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Diálogos e reflexões sobre o conselho de classe do Colégio Polivalente Edivaldo Boa Ventura

Por:   •  22/11/2018  •  2.895 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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O recolhimento dos dados apresentados nesse estudo pauta-se na perspectiva da observação participante, com entrevistas realizadas com uma professora e a gestora da referida escola, é um estudo do tipo etnográfica entremeada á pesquisa bibliográfica, pois a “pesquisa do tipo etnográfica, que se caracteriza fundamentalmente por um contato direto do pesquisador com a situação pesquisada, permite reconstruir os processos e as relações que configuram a experiência escolar diária” (ANDRÉ, 2009, p. 34).

Além disso, realizamos uma pesquisa bibliográfica por meio de um “estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas e jornais e redes eletrônicas, [...] material acessível ao público em geral” (MOREAI, 2003, P.10) no intuito de subsidiar a ação investigativa, ou seja, a partir de aportes teóricos de Luck (2012) participação e trabalho coletivo; Libâneo (2002) a organização e prática pedagógica na gestão e Cruz (1995), Luckesi (ano), Gadotti (1998) que discute sobre a formação do pedagogo para as questões de novas práxis pedagógicas e Linhares; Mesquida; Souza (2007) trazendo as questões de Althusser sobre a escola como aparelho ideológico de estado.

Após os aspectos administrativos/financeiros a reunião encaminhou-se para o eixo do Conselho Classe: a análise do aproveitamento dos alunos. Nesse momento observamos inferências de determinados professores, que citaram nomes de alguns alunos e alunas. De acordo com a narrativa destes, os alunos mencionados não queriam de modo algum estudar. Não permaneciam na sala, saindo frequentemente da sala de aula. Referiam-se á diversos alunos como desinteressados etc.

E, à medida que as análises sobre os estudantes iam sendo concluídas, sem proposição de qualquer intervenção, os presentes iam retirando-se da reunião, evidenciando a distorção do sentido da reunião. Desse modo, a reunião configurou-se muito mais como cumprimento de um dispositivo burocrático, do que como uma avaliação possibilitadora do replanejamento da ação pedagógica, tendo em vista criar outras estratégias no sentido de superar a problemática apresentada.

Dessa forma, esses apontamentos nos direcionar a analisar que a escola possui múltiplas dimensões no âmbito político e pedagógico em torno do capitalismo, fazendo necessário rever o papel de cada sujeito dentro desse ambiente, assim repensar sobre a urgência de rever a formação desses docentes; reavaliar a função social da escola juntamente com a comunidade escolar: gestores, professores, alunos e pais, no intuito de elaborar uma proposta que reestruture os processos formativos, de modo a incluir as bases da proposta curricular no seu âmbito cultural/indenitário, estrutural/político, buscando assim, dar sentido e coerência ao processo avaliativo.

Por entendermos que o Conselho de Classe deve ser um momento de reflexão profunda, e ao mesmo tempo, um órgão colegiado de discussões, articulações das mudanças pedagógicas em busca de alternativas para propor saídas que incidam sobre melhorias ao aproveitamento dos alunos, bem como mudanças positivas na aprendizagem dos mesmos ficou claro aqui, que esse processo tem sido vivenciado de modo distorcido nesse espaço escolar.

Nesse sentido autores como: Cruz (2005) contribui para pensar alternativas que possam melhorar esta ação pedagógica para que seja teoricamente melhorada. Consequentemente, supõe-se que para o resgate do real papel do Conselho de Classe deve- se pensar uma outra estrutura para seu funcionamento, levando em consideração, conforme aponta Cruz (1994; 2005): a auto-avaliação crítica e reflexiva do professor quanto à sua ação pedagógica no bimestre ou conforme seja decidido em cada escola: a discussão sobre o perfil da turma; o levantamento de estratégias coletivas para a realização de intervenções pedagógicas e por último a discussão sobre os casos críticos da turma. Ratificamos esses aspectos, contudo acrescentamos ainda, a participação dos representantes de classe e dos representantes do Conselho Escolar.

A avaliação dos setores envolvidos e o processo de auto-avaliação permite ainda que os professores reflitam sobre a consecução da prática pedagógica e os seus desafios de forma a questionar: em que as ações podem avançar; quais às dificuldades encontradas e de que forma serão enfrentadas; se as inovações metodológicas, ou avaliativas dão conta de atender as necessidades da turma, bem como identificar aspectos que precisam ser retomados para que a aprendizagem se desenvolva.

É importante destacar que os resultados desse processo avaliativo devem ser pensados discutidos coletivamente, para que todos juntos possam pensar possíveis alternativas para resolução dos desafios apresentados. Dessa forma, os professores estarão desempenhando de maneira democrática e construtiva seu trabalho e contribuindo para a consecução do sucesso tanto dos discentes, quanto de toda a comunidade escolar.

Para Cruz (1995), a definição sobre o conselho de classe vai um pouco mais além. O conceito de Conselho de classe assemelha-se ao conceito de avaliação, é o momento de uma avaliação diagnóstica da ação pedagógico-educativa feito pelos professores e alunos em momentos distintos, às vezes à luz do Marco Operativo da Escola. O conceito apresentado por Cruz traduz dois momentos importantes. O primeiro é que o Conselho de Classe é um momento de avaliar diagnosticamente o trabalho coletivo a partir de um referencial e em determinado tempo. O segundo é que ele deve subsidiar as ações descrevendo os objetivos que se pretende alcançar. Portanto, é uma reflexão conjunta da ação pedagógica na escola. O Conselho de Classe pode reforçar e valorizar as experiências praticadas pelos professores para mudar e ser instrumento de transformação da cultura escolar. Libâneo (2002, p.303) também define Conselho de Classe como um órgão colegiado composto pelos professores da classe, por representantes dos alunos e em alguns casos, dos pais.

Tem a responsabilidade de formular propostas referentes à ação educativa, facilitar e ampliar as relações mútuas entre os professores, pais e alunos, a luz do PPP, Projeto Político Pedagógico. Para Libâneo (2002), assim como os demais autores aqui citados conceituam o Conselho alertando para a responsabilidade que este órgão colegiado tem de formular propostas com base educativa que garantam uma relação cordial entre professores, alunos e pais.

A observação e participação na realização do Conselho de Classe aliadas às discussões teóricas relacionadas a gestão participativa na escola evidenciam a lacuna deixada pela ausência do coordenador

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