DESENVOLVENDO AUTONOMIA EM SALA DE AULA

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Os Projetos de Aprendizagem tornam possíveis as trocas de informações e experiências, entre professor-aluno, fazendo estreitar os laços de afetividade no que diz respeito ao processo de desenvolvimento cognitivo e social.

Como forma do estudo proposto, o primeiro capítulo abordará a experiência do trabalho desenvolvido durante o estágio curricular, a autonomia crescente percebida através das falas dos alunos, das relações entre os grupos de trabalho, nos desafios e nas soluções encontradas, na relação professor-aluno, demonstrando nos questionamentos e nos discursos que sabiam o que estavam falando e o que queriam realizar.

O segundo momento será de embasamento teórico, visando os princípios que regem os Projetos de Aprendizagem, a necessidade que a criança tem de construir seu conhecimento a partir de suas curiosidades e de suas vivências, para que a aprendizagem tenha realmente significado para o aprendiz. Buscando o aprofundamento no conceito de construção de conhecimentos de Piaget.

O terceiro capítulo terá como tema principal um estudo de caso com professores, de uma escola pública que a proposta não é por Projetos, mas os professores podem aderir se quiserem. Serão elaboradas algumas questões sobre o trabalho com Projetos de Aprendizagem, para que sejam respondidas pelos professores sendo feita uma análise das entrevistas realizadas. Buscando assim uma relação da teoria com a prática desses professores, comparando com minha experiência de estágio, bem como problematizara importância dos Projetos de Aprendizagem no desenvolvimento da autonomia do aluno.

Finalizando com algumas considerações, mas deixando claro que sem nenhuma pretensão de esgotar as questões levantadas pelo estudo, deixando como proposta a pedagogia de projetos na tentativa de mudança e de cidadãos mais autônomos, visando uma reflexão mais atenta dos professores por esta forma de aprendizagem.

- EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

O estágio curricular obrigatório ocorreu em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental, na cidade de Novo Hamburgo, com uma turma de alunos do 5º ano de nove anos. Composta por 16 meninas e 9 meninos, é um grupo agitado e falante, mas interessados nas atividades e em novos desafios sempre participaram ativamente das aulas, opinando, dando sugestões e trazendo de casa materiais interessantes destinados ao enriquecimento das aulas. A maioria dos alunos tem 10 anos e estavam cursando o 5° ano pela primeira vez, apenas dois alunos eram repetentes na série.

Todos os alunos moram com seus familiares no entorno da escola. São filhos de empregados das indústrias que se localizam perto da escola ou donos de pequenos comércios como bazar, borracharia e mini-mercados. Seu nível sócio-econômico é estável, todos possuem material escolar, são assíduos e comprometidos com a proposta da escola. É um grupo ativo, com bom relacionamento, pois já se conheciam de anos anteriores, são ótimos alunos gostam de novidades lêem, e escrevem, parcialmente bem.

Com o objetivo de dar início ao estágio e conhecê-los melhor, usou-se os primeiros dias de aula para conversas, levantamento de sugestões e curiosidades, uma vez que toda a escola estava engajada em trabalhar a Copa 2010, nosso PA, precisava estar inteirado com este assunto. Sendo assim, as questões estavam relacionadas com o continente africano, o que gostariam de aprender, o que sabiam, enfim abrir um leque de possibilidades para nossas aulas. Pretendia também com esta primeira semana de aula plantar uma sementinha de curiosidade sobre esta nova forma de trabalho. Os alunos ficaram eufóricos à primeira vista, pois pareciam não acreditar que estavam sendo questionados sobre o que queriam aprender, quais suas dúvidas e o que sabiam sobre o assunto que gostariam de aprender mais. Perguntavam-me se quando fossemos até a informática pesquisariam sobre o assunto escolhido, ou eu daria o tema, ouvindo-os lembrei-me da ilustração do livro Com Olhos de Criança (TONUCCI, 1997, p. 119) onde a professora pede uma pesquisa e quando o aluno pensa em muitas coisas que gostaria de pesquisar a educadora dá o tema da mesma, o que acaba com toda a curiosidade e autonomia do aluno.

Nosso próximo passo foi pensar nas questões que norteiam o trabalho por Projetos, que são os elementos da metodologia:

- Questão de Investigação;

- Conhecimentos Prévios (Certezas e Dúvidas);

- Planejamento (O que? Onde? Quando? Como?);

- Processo: Esclarecimento de Dúvidas e Validação de Certezas em busca de respostas para a Questão de Investigação;

- Coleta de Informações;

- Coleta de Dados;

- Entrevistas;

- Enquetes etc;

- Análise de Dados;

- Elaboração de Sínteses (respostas com evidências e argumentos).

E neste contexto diferenciado, nesta nova proposta de trabalho, por Projetos de Aprendizagens, onde os alunos são autores de suas aprendizagens, é importante levar em consideração alguns aspectos, como coloca Hernández (1998, p. 23):

- Algumas ideias educativas e alguns conhecimentos psicopedagógicos que destacavam a importância dos saberes e das experiências prévias...; - A relação entre o currículo escolar e os problemas reais que são apresentados, pelas disciplinas, mas que permitem interpretar e abordar novos espaços de conhecimento interdisciplinares e criar novos objetos de estudo; - O papel do diálogo pedagógico, da pesquisa e da crítica como atitude dirigida a favorecer a aprendizagem na aula, junto à postura ideológica de que a função da Escola não é encher a cabeça dos alunos de conteúdos, mas, sim, de contribuir para formá-los para a cidadania e oferecer-lhes, como já se indicou, elementos para que tenham possibilidades de construir sua própria história, diante da que vem determinada por sua condição de gênero, etnia, classe social ou situações econômicas.

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- INÍCIO DO TRABALHO

O estágio foi iniciado no dia 12 de abril com o questionamento sobre o Continente africano, lembrando a África do Sul país sede da Copa de 2010, e pensando em desacomodá-los a ir além da Copa, a conhecer a África