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Biologia educacional como disciplina no Brasil

Por:   •  12/1/2018  •  1.903 Palavras (8 Páginas)  •  436 Visualizações

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A situação da Biologia Educacional no Paraná está melhorando, no entanto, em outros estados a situação não é a mesma, em quase todos os cursos públicos, a matéria é optativa, ou nem é ofertada, além disso, encontramos pouquíssimos livros de Biologia educacional disponíveis no mercado.

O artigo “Formação de professoras e escolas normais paulistas: um estudo da disciplina Biologia Educacional”, de Luciana Maria Viviani, escolheu duas instituições de ensino de São Paulo, sendo a primeira a Escola Normal de Campinas, e a segunda a escola Normal de São Carlos, o trabalho utiliza para apoio as referências teóricas dos escritores André Chervel e Ivor Goodson.

Existe uma tradição na educação no que diz respeito ao ensino das disciplinas. A escola deve possuir uma atuação criativa, tanto dentro de seus limites como fora deles.

Em 1980, foi implantada pela primeira vez uma disciplina relacionada à área de conhecimentos biológicos, a biologia, como parte da reforma educacional proposta por Caetano de Campos, reforma essa que tinha como objetivo implantar uma escola que trouxesse cidadania e progresso ao país, almejando a expansão do conhecimento científico em detrimento da tradição humanista clássica.

No início do século XX a população brasileira era vista de forma negativa em comparação a outros países mais desenvolvidos, os intelectuais da época propunham medidas para superar essa situação e alcançar padrões considerados progressistas.

Na área médica higienista haviam propostas a serem realizadas nas escolas, tanto físicas, intelectuais e morais.

O movimento eugenista propunha a “regeneração racial”, movimento este presente em mais de trinta países, seguindo as características políticas, científicas e institucionais do local.

Na década de 20 houve uma sobreposição do movimento eugenista e higienista, associando o melhoramento do saneamento ambiental, com o melhoramento da raça, atribuindo ao meio o poder de transformar as células germinativas, e, portanto, todo o processo de hereditariedade, dando assim muita ênfase ao processo de reprodução humana, a puericultura, a gestação, entre outros aspectos, sempre relacionados à eugenia. Paralelamente, houve várias reformas sanitárias visando à melhoria da saúde da população, e consequentemente das futuras gerações.

A partir dos anos de 1920, ocorreram mudanças no discurso pedagógico, com um olhar mais otimista para a criança e sua natureza, em relação a suas ações e com poças limitações deterministas. Vários elementos escolanovistas europeu e americano foram considerados pelos reformadores de ensino, promovendo propostas de intervenção social concretizadas em reformas dos sistemas de ensino de vários estados.

O objetivo era superar a pedagogia tradicional praticada no estado de São Paulo no final do século XIX e implantar a pedagogia moderna. Durante esse processo de implantação ocorreram vários embates e conciliações de tendências pedagógicas.

Em 1933 foi aprovado o código de educação de são Paulo, voltado para a renovação educacional.

No início da construção da Biologia Educacional, foram lançados um programa provisório e um livro didático de autoria de Aristides Ricardo.

Almeida Júnior teve grande influência na expansão da Biologia Educacional nos círculos intelectuais e gestores da educação e higiene escolar de São Paulo. Seu livro “Biologia Educacional” foi lançado em 1939, e devido ao sucesso teve 22 edições.

O autor considerava necessidade social a formação de professoras que levassem a uma ação civilizatória a todas as regiões do estado e do país, mesmo as mais distantes, com o objetivo de mudar a mentalidade da população. Era essencial também formar professoras qualificadas, que conhecessem os fins da educação escolar, formando seus alunos segundo os mesmos parâmetros, visando uma educação renovada. O autor dava conhecimento de um ser humano sob o ponto de vista de sua individualidade e as possibilidades de sua melhor adaptação ao meio, fixando assim os limites de atuação da escola e dos professores, otimizando o processo de ensino.

A diversidade individual foi comprovada através da enormidade de combinações genéticas possíveis, além das influências ambientais vividas por cada ser individualmente.

O ser humano figurado na Biologia Educacional era resultado de influências hereditárias e ambientais, constituindo assim o eixo da proposta didática de Almeida Júnior, apesar disso, o autor também considerou a existência de uma base hereditária imutável, que poderia inclusive determinar o fracasso individual.

Essas concepções poderiam alcançar a eficiência e o progresso da sociedade como um todo, ou ainda justificar o discurso da causalidade natural tanto do fracasso escolar individual, quanto das desigualdades sociais na escola e no trabalho.

Houve um período longo ligado a questões raciais (eugenia), mas depois desse período, concluiu-se que o mais importante seria cuidar do indivíduo nos quesitos educação e higienização e que as questões raciais não teriam relevância em nosso país.

A partir de 1952, a genética foi inserida como conteúdo e passou a ser o tema com mais destaque na Escola norma de São Carlos, até 1963. A matéria era voltada para o conhecimento do indivíduo.

Aos estudantes dos anos iniciais cabia antes demais nada serem higienizados e curados, para posteriormente serem ensinados. Através da escola eram difundidas práticas de controle social sobre as crianças e suas famílias.

Havia um perfil de atuação feminino dentro e fora das famílias, principalmente no que diz respeito ao cuidado com as crianças, por conta disso, as práticas associadas às mulheres eram desvalorizadas, enquanto conhecimentos científicos eram associados aos homens.

Almeida Júnior e Mário Mursa, em sua publicação “N’O livro das mamães”, (1938), atribuía conhecimento científico as funções caseiras. Essas publicações contribuíram para a formação de um determinado perfil social

No que diz respeito à disciplina de Biologia Educacional, o perfil do profissional formado era feminino, e esse novo perfil deveria passar por preparação para atuar diante da reforma da educação.

O livro de Almeida júnior apresentava conceitos científicos da área de fisiologia para confirmar a possibilidade e necessidade da educação, pois se comparando a animais, o homem enfrentaria um ambiente

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