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Disciplina: Relações Étnico-Raciais no Brasil.

Por:   •  28/12/2017  •  3.920 Palavras (16 Páginas)  •  422 Visualizações

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3. Explique a transição do escravo trabalhador para o trabalhador escravo.

O fim da escravidão não ressarciu os negros dos 350 anos de sofrimento. Estes nunca mais seriam os mesmos, ficaram marcas nas vidas dos negros. Mais de 700 mil negros entraram em um ilusório mercado de trabalho, que já era um lugar difícil e com baixa valorização do atual trabalhador e com essa enxurrada de novos trabalhadores (saturação de mão-de-obra), fez aumentar ainda mais a demanda de oferta e procura de empregos, baixando ainda mais a valorização do antigo e novo trabalhador, já que sempre estaria à disposição alguém que aceitasse realizar o mesmo tipo de trabalho por uma quantia menor salarial. Os negros e seus descendentes depois da escravidão nunca mais teriam condições de competir com os imigrantes, já que os imigrantes esgotaram as forças dos negros. Muitos acabam voltando a trabalhar com seus antigos senhores por salários que mal pagavam seu sustento.

Até hoje muitos negros não tem um lugar descente na sociedade, uma moradia digna, oportunidade de trabalho, assistência à saúde e respeito.

4. Definir o conceito de eugenia.

O conceito de Eugenia foi criado por Francis Galton (primo de Charles Darwin) a partir da teoria da evolução das espécies, foi concebido pela observação do aumento das doenças e dos problemas sociais, por exemplo, Galton dizia que o aumento dos casos de tuberculose, de nascimentos de bebês com má formação e do aumento da criminalidade era culpa da miscigenação e que esta estava levando a humanidade ao caos genético. Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. Em outras palavras, melhoramento genético, onde ele visava por meio de uma ação seletiva a extinção de doenças hereditária visando um controle social para melhoramento de futuras gerações, tanto fisicamente quanto mentalmente. O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de pureza racial. Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não aptas para a reprodução.

5. Descreva a influencia das ideias eugenistas entre os intelectuais brasileiros.

O movimento eugenista, ao procurar “melhorar a raça”, deveria “sanar” a sociedade de pessoas que representassem determinadas enfermidades ou características consideradas “indesejáveis” (tais como doenças mentais ou então chamados “impulsos criminosos”), promovendo determinadas praticas para acabar com essas características nas gerações futuras.

A hora e a vez da eugenia haviam chegado. Em 1917, o jovem médico e farmacêutico Renato Kehl, que se tornaria o principal propagandista da eugenia no Brasil e na América Latina, iniciaria uma grande campanha de divulgação das ideias eugênicas no meio médico e intelectual. A entusiasmada propaganda causaria impacto, contribuindo para que em janeiro de 1918, após a mobilização e os esforços da elite médica paulista, fosse fundada a Sociedade Eugênica de São Paulo, a primeira sociedade de eugenia da América Latina. Contando com 140 membros, entre eles os mais prestigiados cientistas e intelectuais brasileiros, esta instituição se considerava como uma associação científica de estudos e propaganda sobre a regeneração racial da população brasileira.

Durante os anos 1920, o movimento eugenista se deslocaria para o Rio de Janeiro, onde ganharia novo fôlego em meio ao crescente nacionalismo que estimulava grande parte da intelectualidade local. Convencidas do poder da ciência em estabelecer uma nova ordem ao mundo, à elite brasileira entendia que a eugenia poderia desempenhar um papel importante no sentido de auxiliar a regeneração nacional, orientando o Brasil a seguir o trilho do progresso e do tão almejado “concerto das nações civilizadas”.

A aproximação da eugenia com o ideário médico-ambientalista possuía uma clara posição política de introdução da eugenia no cenário intelectual brasileiro, já que, com isso, conseguia atrair não somente atenção dos sanitaristas e higienistas para este movimento, mas também a de outros setores da sociedade. Como o debate intelectual e político acerca das concepções sanitárias e higiênicas tinham conquistado a imprensa e a opinião pública, além da atenção política que o Estado vinha dispensando a esta questão, é possível afirmar que os intelectuais ligados ao discurso eugênico pegaram uma carona do movimento sanitarista com objetivo de conquistar força em prol da divulgação da eugenia.

Devido às possibilidades que a eugenia oferecia como um instrumento para regenerar a saúde física, mental e moral da população, os médicos psiquiatras associados à Liga Brasileira de Higiene Mental assumiram o ideário científico da eugenia como discurso fundamental de seus projetos14. Em grande medida isso acorreu porque os problemas sociais como a criminalidade, delinquência, prostituição, doenças mentais, vícios e pobreza eram cada vez mais associados ao patrimônio hereditário, o que fazia com que os intelectuais e boa parte da elite local acreditassem no importante papel que a eugenia - a verdadeira ciência da hereditariedade - poderia desempenhar para regenerar a raça nacional.

6. Relacione o conceito de eugenia com o movimento sanitarista e com Monteiro Lobato.

É possível afirmar que os intelectuais ligados ao discurso eugênico pegaram uma carona do movimento sanitarista com objetivo de conquistar força em prol da divulgação da eugenia. Portanto, a ligação da eugenia com o ideário sanitarista e com as concepções científicas.

A recorrência a estas orientações derivava em grande medida dos benefícios que as concepções ambientalistas apresentavam aos intelectuais brasileiros para reformar o ambiente social e enfrentar os graves problemas sanitários e de saúde da população nacional.

A aproximação da eugenia com o ideário médico-ambientalista possuía uma clara posição política de introdução da eugenia no cenário intelectual brasileiro, já que, com isso, conseguia atrair não somente atenção dos sanitaristas e higienistas para este movimento, mas também a de outros setores da sociedade.

Devido às possibilidades

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