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A política publica educacional no Brasil

Por:   •  8/4/2018  •  3.468 Palavras (14 Páginas)  •  422 Visualizações

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Quando se tem um olhar de cima, os problemas e dificuldades são ofuscados pelo “bom desempenho e sucesso” alcançado. Porém, quando se enxerga o país de baixo para cima, percebe-se o quanto de errado se há no destino de recursos e preocupações sociais.

Freqüentes dados são divulgados sobre o desenvolvimento do país e os recursos destinados à população. No entanto, esses dados trazem junto muito engano e tentativas de fazer de conta a existência de uma sociedade perfeita e sem problemas. Um exemplo claro disso, é quando se diz que o analfabetismo está cada dia menor, quando na verdade as pessoas têm sido manipuladas para acreditar que isso ocorre. Até porque, não é de interesse a consciência dos cidadãos, consciência a qual gera critica e opinião, o que para os que estão no poder não é nada conveniente. Pois, pessoas conscientizadas, preparadas para pensar, opinar com conhecimento é o que eles menos querem.

Projetos de alfabetização, principalmente a de jovens e adultos foram criados teoricamente com o intuito de sanar a falta de acesso à educação que esses indivíduos não tiveram. Sendo o grande objetivo, que esses projetos um dia nem fossem mais necessários devido a não existência de analfabetos. Mas não é o que se vê. Quando o que observamos, são cidadãos que sabem ler e escrever seus nomes, mas sequer interpretam frases e textos. E esse grande número de analfabetos funcionais são incluídos como indivíduos alfabetizados em dados divulgados por pesquisas e sensos.

Desde muito tempo atrás essa questão sobre a alfabetização daqueles que não tiveram acesso à educação no tempo oportuno, tem sido foco de tentativas de mudanças. Pessoas que não aprenderam a ler e a escrever, devido à vida difícil e que não dava opções, a não ser trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família. Realidade triste, porém que se deparou com entusiastas da educação, que sonharam em ver essas pessoas conhecendo novos horizontes. Conhecendo o mundo das palavras e seus significados. Pessoas que pensavam além de seu próprio ego, almejando o saber dos demais, almejando a conscientização de um país inteiro. Acreditando-se que só assim, cresceríamos não só econômica, mais intelectualmente, compondo uma nação saudável e desenvolvida. Porque a grande e irremediável verdade é que tudo começa na educação.

Foram muitos os que lutaram por esta causa, porém muitas dessas tentativas foram frustradas, No entanto, uma pessoa em especial se destacou com seus métodos e sonhos. Paulo Freire desenvolveu métodos que facilitaram o aprendizado desses analfabetos, utilizando a visão de mundo já existente em suas mentes, para abrir-lhes o entendimento. Posterior a ele a luta continuou e continua até hoje.

Uma das dificuldades que infelizmente influenciaram a aplicação da educação em crianças em tempo oportuno, além da falta de opção, a desigualdade entra como personagem atuante para mais uma vez deixar seus rastros de desrespeito. Quando só quem tinha o direito e acesso à educação no Império eram os filhos dos senhores das grandes fazendas. Quando o pobre era submetido ao trabalho, enquanto o rico podia estudar. Quando os negros eram considerados inferiores aos brancos pela cor da pele. Quando o papel da mulher era o de apenas cuidar da casa, sendo proibida de sequer pegar ou ler um livro.

Compreensão destorcida e preconceituosa. Quando todos nós somos iguais. O país em que vivemos é caracterizado pelas diferenças, pela heterogeneidade. A diversidade é a nossa riqueza. A existência de diferentes raças, etnias, crenças, culturas e costumes são o que proporciona a grandeza e peculiaridade de um Brasil de muitos povos e ao mesmo tempo de um só povo, que se integra e se completa, em território que também diz o mesmo até através de sua rica e diversa natureza.

Preconceito e idéias que precisam ser mudadas, e podem ser mudadas através da educação. Pois a educação é instrumento de progresso e crescimento, e preconceito concerteza não é sinal de uma nação evoluída e consciente.

Pensar na história como possibilidade é reconhecer a educação também como possibilidade. É reconhecer que se ela, a educação, não pode tudo, pode alguma coisa. Sua força reside na sua fraqueza. A tarefa dos educadores e educadoras é descobrir o que historicamente pode ser feito no sentido de contribuir para a transformação do mundo, de que resulte um mundo mais “redondo”, menos arestoso, mais humano, e em que se prepare a materialização da grande Utopia: Unidade na Diversidade (FREIRE, 2001).

É importante compreender e viver a diversidade, cultivando e demonstrando o respeito para com o próximo. Relação que pode ser ilustrada pela vivência do professor e aluno. Situação em que o docente está em sala com a função de passar o conhecimento adiante, e o aluno com o intuito de absorver novas informações e aprender novos conteúdos. Salientando que assim como Paulo Freire propunha em seu método de alfabetização é necessário que o professor utilize o conhecimento já adquirido pelo aluno, para introduzir em suas mentes novidades sendo relacionadas com o já conhecido.

Segundo Freire (2000), o educador precisa ir lendo cada vez melhor a leitura do mundo. Não se pode de maneira alguma, nas relações político-pedagogicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo “leitura do mundo” que precede sempre a “leitura da palavra”.

Porém, a carga de informações já adquiridas pelo individuo através do convívio com a família e com a sociedade em geral, proporciona uma formação de opiniões de diversos assuntos. O que cabe ao professor expor o planejado e esperar que cada um de seus alunos possa assimilar, respeitando a compreensão e opinião de cada um deles, de forma a não prejudicar o objetivo, que é o de aprender.

. Não pode haver caminho mais ético, mais verdadeiramente democrático do que testemunhar aos educandos como pensamos, as razões porque pensamos desta ou daquela forma, os nossos sonhos, os sonhos porque brigamos, mas, ao mesmo tempo, dando-lhes provas concretas, irrefutáveis, de que respeitamos suas opções em oposição as nossas (Freire, 2001).

Porém, o professor deve se preocupar em ser coerente de forma a expressar sua opinião, respeitando aqueles que pensam o contrário, não permitindo que isso influencie as relações entre os indivíduos.

Falamos em ética e em postura substantivamente democrática porque, não sendo neutra,

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