ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS: DISCIPLINA DE FISIOLOGIA APLICADA E PSICO BIOLOGIA
Por: Evandro.2016 • 4/1/2018 • 2.887 Palavras (12 Páginas) • 612 Visualizações
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AÇÃO DA ACUPUNTURA NA NEUROFISIOLÓGIA DA DOR
1a) Processo da dor: por que ocorre e as implicações com as fibras nervosas e substâncias químicas (proteínas, neurotransmissores).
O Processo da dor é uma resposta fisiólogica do organismo a estímulos nocivos externos e internos que venham a desequilibrar o estado de homeostasia dos organismos vivos. A percepção da dor se inicia na periferia, através da ativação de nociceptores (receptor sensorial da dor). Esses estão presentes por todo o organismo e são classificados em três subtipos: Receptores mecânicos de altolimiar: detectam pressão; Receptores mecanotermais de baixolimiar: detectam pressão e calor; Receptores polimodais: detectam pressão, calor e fatores químicos. Os receptores mecânicos de altolimiar e os receptores mecanotermais de baixolimiar são inervados pelas fibras nervosas mielinizadas Aδ e Aβ, enquanto os receptores polimodais são inervados pela fibra nervosa nãomielinizada C.
As substâncias químicas que ativam os receptores polimodais são várias, dentre elas estão os mediadores inflamatórios como: prostaglandinas, leucotrienos, bradicininas, serotonina, substância P e histamina. Além de ativar os nociceptores, o estímulo doloroso é conduzido para a medula espinhal através das fibras Aδ, Aβ e C. Esses são considerados os primeiros moduladores da via da condução de dor, pois fazem sinapses com neurônios secundários da medula espinhal, que por sua vez, fazem sinapse com um terceiro neurônio no cérebro que completa a condução nociceptiva. Devido à mielina presente nas fibras Aδ e Aβ, acabam por transmitirem impulsos nervosos 10 vezes mais rápidos que as fibras C. Em consequência, a ativação periférica de mecanorreceptores de altolimiar ao longo das fibras Aδ e Aβ conduz para a medula espinhal rapidamente dor aguçada. Quando ocorrem lesões no tecido, há a liberação de mediadores químicos da inflamação que ativam receptores polimodais que transmitem o impulso através da fibra C para a medula espinhal, que é associada à sensação dolorosa latejante e ardente. Deste modo, em sua maior parte, as dores são bimodais por natureza resultando em sensação aguda.
Existe uma exceção que é a dor visceral, transmitida unicamente pelas fibras C. Na medula espinhal existem basicamente duas vias ascendentes para a condução da dor até o cérebro:1. Via neoespinotalâmica: conduz a dor somática, bemlocalizada, através de poucas sinapses; 2. Via palioespinotalâmica: conduz a dor visceral, de localização precária, através de sinapses. Quando há a detecção da dor pelo cérebro, são conduzidas informações por uma via descendente, na medula espinhal, relacionada com a fibra C, que por sua vez, se comunica com inter neurônios. Quando esses últimos são estimulados, liberam opióides endógenos (como encefalinas, endorfinas e dinorfinas) que se combinam com receptores de opióides, diminuindo deste modo, a liberação da substância P. O limiar da dor varia de indivíduo para indivíduo e, também, entre os animais. Ele é definido como o momento em que certo estímulo passa a ser reconhecido como doloroso. Já o limiar de tolerância é definido como o ponto em que o estímulo doloroso alcança tal intensidade que não pode mais ser suportado pelo indivíduo. A resistência à dor é a diferença entre os dois limiares e demonstra a amplitude de uma estimulação dolorosa à qual o indivíduo possa considerar como aceitável.
O manejo da dor consiste na inibição da percepção, da sensibilização central (modulação das etapas medulares), da transmissão (inibição da condução do impulso) e da transdução (inibição da sensibilização periférica dos nociceptores). Seu controle é feito com a administração de analgésicos. Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas com a função de biossinalização. Por meio delas, podem enviar informações a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão ou músculo alvo.
Os neurotransmissores agem nas sinapses, que são o ponto de junção do neurônio com outra célula. Muitos outros neurotransmissores são derivados de precursores de proteínas, os chamados peptídeos neurotransmissores. Demonstrouse que cerca de 50 peptídeos diferentes têm efeito sobre as funções das células neuronal. Vários desses peptídeos neurotransmissores são derivados da proteína préopiomelanocortina (POMC). Os neuro peptídeos são responsáveis pela mediação de respostas sensoriais e emocionais tais como a fome, a sede, o desejo sexual, o prazer e a dor. Substâncias químicas: São liberados no processo da dor os peptídeos opioídes, outra substancia endógena como a β endorfina, encefalina e dinorfinas, seus receptores são Mi(µ), delta (Õ) e Kappa (ĸ), distribuídos em terminais aferentes periféricos e áreas do SNC relacionadas à nocicepção e a dor. Colecistocinina octapeptideo (CCK8): A CCK tem função de estimular a secreção de enzimas do pâncreas, a contração da vesícula biliar, motilidade intestinal, assim como inibir a secreção de ácido induzido por gastrina.
A CCK também serve como um neurotransmissor e modula a ação de outros neurotransmissores, por ex.: dopamina, 5HT, GABA e aminoácidos excitatórios. A CCK está distribuída em várias regiões do cérebro, incluindo no córtex cerebral, hipocampo, núcleo amigdalóide e hipotálamo. A CCK está localizada principalmente nas fibras do nervo periférico nos gânglios mientérico e da submucosa, assim como em células endócrinas do trato gastro intestinal. Serotonina 5 hidroxitriptamina (5TH): Para nosso propósito, entendemos que a Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor e existe naturalmente em nosso cérebro. Sua função é conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente a serotonina ou 5hidroxitriptamina (5HT) é uma indolamina, produto da transformação do aminoácido LTriptofano. Catecolaminas, noradrenalina e adrenalina: Os receptores adrenérgicos ou adrenorreceptores pertencem à classe de receptores ligados à proteína G e que são alvos das catecolaminas. Os receptores adrenérgicos são ativados por seus ligantes endógenos, as catecolaminas: Adrenalina (epinefrina) e Noradrenalina (norepinefrina). Muitas células possuem estes receptores, e a ligação de um agonista geralmente causará uma resposta simpática, ou seja, respostas de luta ou fuga. Por exemplo, a frequência cardíaca aumenta, as pupilas se dilatam, há a mobilização de energia e o fluxo sanguíneo é desviado de órgãos não essenciais para o músculo esquelético.
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