BRINCAR, BRINCADEIRA E BRINQUEDO
Por: Juliana2017 • 1/3/2018 • 3.864 Palavras (16 Páginas) • 365 Visualizações
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Nas aulas de educação física que acontecem na segunda-feira de 13h50min ás 14h50min e na quinta-feira de 15h50min ás 16h40min, observamos que a brincadeira está presente com interação da professora, sendo elas: morto e vivo, brincadeiras com corda e bola, estatua.
Em momentos livres a professora regente deixa as crianças brincarem de boneca, carrinho, panelinha e brinquedos de montar, isso ocorre em horários distintos, de segunda á sexta após as atividades rotineiras.
Na sexta-feira as crianças tem a liberdade de levar á escola um brinquedo pessoal para compartilhar com os demais.
Todas as atividades realizadas são descritas pela professora na pauta do planejamento pedagógico, em seus relatórios semanais, notamos que as atividades com brinquedos e brincadeiras são recorrentes, diante disso, ela afirma que a “brincadeira é muito importante para o desenvolvimento integral da criança, pois quando a criança brinca ela produz o seu cotidiano num mundo de imaginação e o brinquedo torna a brincadeira mais gostosa e rica, favorecendo o seu desenvolvimento cognitivo” diz a professora.
- O BRINCAR
As crianças nascem em um mundo cheio de regras sociais e tentam o seu modo adaptar a essas normas. No brincar, elas criam seu próprio espaço que é compensado pela capacidade de imaginar, criar fantasias. (MELO & VALLE, 2005).
Vigotsky (1984), diz que a criança não nasce sabendo brincar, é na relação com os outros que ela vai constituindo esse entendimento, e assim começa a compreender o brincar como forma de linguagem. Geralmente as crianças pequenas se envolvem em um mundo de fantasia onde imaginário e real muitas vezes se mistura.
Ao brincar, a criança internaliza os diferentes papéis sociais que assume na relação com os outros. “o que na vida real passa despercebido, pela criança, torna-se uma regra de comportamento no brinquedo”(Vygotsky, 1991, p. 108).
Para Vygotsky (1984), é no ato de brincar que a criança aprende a atuar no âmbito cognitivo, dependendo das motivações e tendências internas, ao invés dos incentivos fornecidos pelos objetos externos, é nesse momento que a criança esta mergulhada em um contexto social e cultural que facilita a exploração da imaginação, memória e de suas experiências vividas.
Assim a aprendizagens são diversos âmbitos: cognitivo, motores, construção de autonomia e identidade, desenvolvimento da linguagem, como meio de comunicação e socialização, construção de conhecimento, ampliação de repertorio de experiências, estímulo de criatividade e imaginação. Vygotsky ( 1984).
3.1 CONCEITOS DE BRINCAR
A palavra brincar dá-se a idéia de tempo e de diversão, mas há mais significados como: faz de conta, agitação, distração, lúdico em ação. Desde o nascimento entendemos e ouvimos falar em brincar, portanto faz parte da nossa vida, principalmente na infância.
Para Vygotsky (1984), definir o brincar exclusivamente como atividade que dá prazer é incorreta, por dois motivos, primeiro que há várias atividades que dão prazer para a criança do que o brincar, segundo, há jogos que por sua própria natureza nem sempre são agradáveis, principalmente quando o resultado no final não é favorável. Para o autor, nas brincadeiras do período pré-escolar, as operações e ações da criança são sempre reais e sociais. Nelas as crianças assimilam a realidade; dessa forma, o brincar é o caminho pelo qual ela compreende o mundo em que vive e que será chamada a mudar.
Por outro lado, temos Aberastury(1972) que completa dizendo que a brincadeira infantil é um meio da criança por para fora os seus medos, angustias e problemas que enfrentam e que elas revive de forma ativa tudo que sofreu passivamente, modificando tudo que lhe foi penoso, vivendo emoções que seriam proibidas na realidade.
É no brincar que a criança estimula sua atenção e concentração, sua auto-estima e ajuda a desenvolver relações de confiança consigo e com os outros.
“Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não as entendemos.” (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004).
Para Vygostsky (1984), diz que brincar dá a criança oportunidade para refletir sobre regras sociais e reconhecer não apenas o seu papel, mas de seus parceiros e na observação pode assumir o papel do outro. Brincar possibilita á criança superar importantes restrições em suas possibilidades de agir.
Vigostsky (1989) defende ainda que brincar, mesmo que sozinho, a criança constitui uma zona de desenvolvimento proximal, um espaço de relações interpessoais no qual um parceiro mais experiente, ou seja, aquele que tem seu comportamento mais mediado pelo conjunto de signos presente em uma cultura, não precisa estar concretamente presente, mas pode ser trazida a situação pelas ações das crianças e, gradativamente, pelas representações dele que elas começam a construir.
- CARACTERISTICAS DO BRINCAR
Na perspectiva lúdica o brincar se caracteriza por várias formas, uma delas é o efeito positivo, que embora o objeto possua significado próprio que não se altera no decorrer do jogo, ele adquire um sentido novo e particular para a criança, em decorrência das regras implícitas presentes na situação.
De acordo com Vygotsky (1984), a brincadeira possui três características a imaginação, a imitação e a regra e estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, nas de faz-de-conta, e nas que exigem regras, podendo aparecer nos desenhos, como atividade lúdica, pois a criança ao brincar ela imagina, sonha, constrói, esquematiza, organiza e acima de tudo, sente o que está vivendo e percebendo do mundo. A criança se entrega totalmente no brincar, ou seja, ela constrói um mundo ao seu modo.
Vygotsky (1984) coloca que uma criança com menos de três anos, o brincar é um jogo sério, assim como para um adolescente, sendo assim, ela não separa a situação imaginaria da situação real, neste período o brincar torna-se uma forma de atividade mais limitada, que preenche um papel específico no seu desenvolvimento e permeia as atitudes em relação à realidade. Neste caso, a essência do brincar é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção.
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