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As considerações teóricas que fundamentam a cultura do lúdico na educação infantil

Por:   •  4/5/2018  •  2.991 Palavras (12 Páginas)  •  292 Visualizações

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De acordo com Kshimoto (2001, p 36):

“O brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo, o brinquedo educativo conquistou espaço na educação infantil. Quando a criança está desenvolvendo uma habilidade na separação de cores comuns no quebra-cabeça à função educativa e os lúdicos estão presentes, a criança com sua criatividade consegue montar um castelo até mesmo com o quebra-cabeça, através disto utiliza o lúdico com a ajuda do professor.”

Quando se aprende brincando a criança passa a ter mais interesse pelo aprendizado. Já que o mesmo deixa de ser uma coisa chata e rotineira e passa a ser uma coisa prazerosa e divertida, onde ela possa aprender e ao mesmo tempo se expressar.

As atividades lúdicas nas escolas aumentam a criatividade, e contribuem para o desenvolvimento intelectual e motor dos alunos. Através do lúdico a criança se movimenta e aprende com mais facilidade.

Para Ronca (1989, p 27):

“O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo.”

Os movimentos das crianças, quando livres, se mostram espontâneos e desinteressados, que permitem ao ser humano transcender-se, são mais importantes e gratificantes de serem observados. Eles possuem definições e vários focos, como a relação com os deuses, com a natureza; emoção expressão, sentimentos, símbolos, linguagem, comunicação, aspectos fisiológicos, anatômicos, biológicos, psicomotores, psicológicos, intelectuais, emocionais, tempo, espaço e ritmo, Arte e Educação.

Assim, é importante para o desenvolvimento que os corpos se movimentem e se transformem, que brinquem e que se descubram, para que possam modificar as coisas do mundo e, ao mesmo tempo organizar e desorganizar a própria construção e reconstrução.

De acordo com Ronca, (1989, p.99):

“O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infância. Na realidade, embora predominante neste período, não se restringe somente ao mundo infantil”.

O ser humano age no mundo por meio de seu corpo, o movimento possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos.

As atividades lúdicas são de extrema importância no aprendizado das crianças, elas não se restringem ao jogo e à brincadeira, mas incluem atividades que possibilitam momentos de prazer, entrega e integração dos envolvidos. Segundo Luckesi (2000), “São aquelas que propiciam uma experiência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro, estando flexíveis e saudáveis.” Já para Santin (1994), “São ações vividas e sentidas, não definíveis por palavras, mas compreendidas pela fruição, povoadas pela fantasia, pela imaginação e pelos sonhos que se articulam como teias urdidas com materiais simbólicos.” Assim elas não são encontradas nos prazeres estereotipados, no que é dado pronto, pois, estes não possuem a marca da singularidade do sujeito que as vivencia, são encontradas no ato do brincar, onde a criança participa e se descobre de maneira mais pura.

O ato ludico é muito mais um processo do que um produto. A brincadeira facilita a apreensão da realidade. Brincar é atividade e experiência: exige movimento e requer da criança participação completa, desenvolvendo assim seu cognitivo e sua coordenação motora.

1.2 A IMPORTANCIA DO BRINCAR

Atualmente há uma preocupação muito grande com a formação da criança. Educadores, pais e gestores educacionais, procuram meios para educar as crianças de maneira saudável e responsável.

Segundo Antunes (1998, p.16)

“Toda criança é semelhante a inúmeras outras em alguns aspectos e singularíssima em outros. Irá se desenvolver ao longo da vida como resultado de uma evolução extremamente complexa que combinou, pelo menos, três percursos: a evolução biológica, desde os primatas até o ser humano, a evolução histórico-cultural, que resultou na progressiva transformação do homem primitivo ao ser contemporâneo, e do desenvolvimento individual de uma personalidade específica (ontogênese), pela qual atravessa inúmeros estágios, de bebê à vida adulta. Essas crianças adaptam-se e participam de suas culturas de formas extremamente complexas que refletem a diversidade e a riqueza da humanidade e possuem a habilidade de se recuperar de circunstâncias difíceis ou experiências estressantes, adaptando-se ao ambiente e, portanto, aos desafios da vida.”

É importante, portanto que educadores entendam a indissociabilidade entre educar, cuidar e brincar na Educação Infantil e reflitam como o cuidar, o educar e o brincar podem auxiliar no desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento da criança em relação a si mesmo e seu conhecimento de mundo.

É através da brincadeira, que a criança se expressa de forma mais verdadeira. É brincando que a criança explora uma grande variedade de experiências, com situações varias e propósitos diversos.

Amaral, afima que:

Aprender é uma necessidade orgânica, é social para a criança, por que tanto seus poderes devem ser traduzidos em seus equivalentes sociais, como o objetivo deve permitir através de sua conotação fortemente socializadora, a manifestação orgânica potencial da criança (AMARAL, 2008 p.103).

O ato de brincar é uma das principais tarefas para o desenvolvimento infantil, através do brincar a criança desenvolve capacidades fundamentais como imaginação, memória, atenção, imitação. Durante a brincadeira ela reflete sobre sua realidade de maneira prazerosa, a crianças, através da brincadeira, se “liberta” para ser quem quer que seja em seu mundo de imaginação.

O professor deve conhecer o melhor possível seu aluno, ou seja, saber suas preferências sobre o que gosta de brincar, de cantar, de ouvir, discutir suas experiências, fazer fluir na imaginação e verificar a influência dela na realidade e nas atitudes da criança.

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