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A Cultura Medieval Portuguesa (Séculos XI a XIV)

Por:   •  29/8/2017  •  1.449 Palavras (6 Páginas)  •  678 Visualizações

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nobre diversifica-se: surge a poesia lírica e a satírica, com as suas cantigas de amor, de amigo e de escárnio ou maldizer, e altera-se a memória linhagística pontuada por narrativas de proezas dos antepassados, como mostram os livros de linhagens.” (p.33)

“Com a vinda do conde de Bolonha, que ocupa o trono português desde 1248, surgem, finalmente, as influências da França do Norte, que trazem consigo os romances de cavalaria e a matéria da Bretanha.” (p.33)

“Os novos temas são agora os acontecimentos e as intrigas da corte, o amor cortês, o prestígio social e os sinais da hierarquia social, como o vestuário e o dinheiro, as estória de fidelidade e de traição.” (p.33)

“A identificação precisa de vários trovadores permitiu definir melhor o processo de criação cultural, ao verificar que eles são geralmente bastardos e cavaleiros sem fortuna, ou seja, um grupo de dependentes que a corte sustenta, e aos quais confia o seu entretenimento nas horas de lazer.” (p.33)

2-O Clero

“Durante o século XII, os monges beneditinos prolongam o ideal cluniacense, mas entram em decadência e acabam até por seguir, com pouca criatividade, a produção cultural das outras ordens religiosas.” (p.33)

“Os cônegos regrantes formam a escola mais activa e original, com os seus vários textos de vidas de santos, geralmente com destinatário e intenções bem marcadas.” (p.33)

“Os primeiros cistercienses limitaram-se a importar livros, embora em apreciável quantidade, muitos deles, porém, copiados e iluminados aqui sobre modelos franceses.” (p.33)

“Tardam a adaptar-se à cultura local e a interessar-se pelo ambiente que as rodeia.Só os farão já depois de avançado o século XIII, então com obras originais em latim e com traduções, revelando, nessa altura, a influência da escolástica e do pensamento difundido pelos Mendicantes.” (p.33)

“As traduções feitas pelos monges brancos ou coleccionadas por eles multiplicam-se no século XIV, e revelam, então, uma enorme curiosidade por temas fantásticos e da literatura moral.” (p.33)

“O meio eclesiástico torna-se, assim, muito pluriforme, dentro da sua comum preocupação pelos temas da moral, da exegese e da mística. Entre os regrantes prevalece, como vimos, a preocupação pastoral. Entre os primeiros cistercienses, a exegese e a mística.” (p.33)

“No clero secular, o grande centro de interesse é o direito canônico” (p.34)

“Da sua utilização pelas burocracias estatal e diocesana surge então um verdadeiro grupo de intelectuais, que são os principais agentes da centralização régia e da estruturação das cúrias episcopais.” (p.34)

“A cultura clerical completa-se, finalmente, com a intervenção dos Mendicantes, que constituem os grandes inspiradores da expressão urbana da religiosidade medieval.” (p.34)

“A importância da accção cultural dos Mendicantes advém do facto de eles terem sido, provavelmente, os melhores testemunhos do imaginário medieval citadino. Foram eles, decerto, juntamente com os meirinhos, corregedores, tabeliães, mordomos e outros funcionários régios, os principais agentes da incipiente, mas cada vez maior, influência da cidade sobre o campo.” (p.34)

IV - As grandes épocas culturais

Os séculos XII e XIII são caracterizados por uma população predominante de jovens, o que propiciou à inovação cultural e os difere do século seguinte. (p.35)

No século XII a concentração demográfica se encontrava no Norte, porém no século seguinte podemos verificar uma deslocação intensa de pessoas para o centro do país.(p.35)

A maioria dos autores com obras importantes da literatura, do direito e da medicina são encontrados no século XIII no Centro e Sul do país.(p.35)

O século XIV apresenta características de enfraquecimento da criatividade literária. (p.35)

Alguns historiadores da literatura já tinham verificado o quase desaparecimento da lírica. Porém, segundo o autor, nenhum conseguiu uma explicação satisfatória. O autor diz ainda que chegaram a cogitar a hipótese de o fim da lírica se dever à morte da maioria dos trovadores na Peste Negra de 1348. (p.36)

José Mattoso cita outros fatos como influenciadores sobre a cultura e o clima de agitação social e política. Entre eles a guerra civil entre D. Dinis e D. Afonso (1319-1324); as revoltas contra o rei D. Fernando; e a revolução de 1383-1385. (p.36)

Diante de um cenário dramático nesta época sombria, faltava a inspiração lírica. Por isso, o estilo de criação deste período é a escrita moral ou mística. (p.36)

Para os homens daquela época, afundados em problemas e tormentas, o refúgio era a literatura de evasão, um imaginário de sonhos. Por isso, em suas criações podemos encontrar as fantásticas lutas dos heróis, paraíso que não conseguimos identificar se é nesse mundo ou além da morte. Os heróis Amadis de Gaula e Barlão e Josafate

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