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AS ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  11/10/2018  •  10.712 Palavras (43 Páginas)  •  336 Visualizações

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1 INTRODUÇAO

O conhecimento humano do mundo apoia-se em dois processos: o sentir e o simbolizar. Os sentimentos são "apreensões diretas" das situações, numa atitude corporal e afetiva. O simbolismo, especialmente o lingüístico, toma os sentimentos, fracionando-os em conceitos e relacionando-os entre si. Porém a linguagem discursiva é impotente para desvelar determinados aspectos do sentir. O acesso a tais aspectos é possível através dos "Símbolos" estéticos, que se apresenta como que uma visão direta dos sentimentos. Através da arte as pessoas são levadas a conhecer com maior clareza os nossos próprios sentimentos.

Portanto, a arte é importante na educação por auxiliar no desenvolvimento de dimensões humanas que não são atingidas através do ensino factual proporcionado por nossas escolas. O que, no entanto, não foi ainda considerado no seio do ensino oficial, especialmente no brasileiro.

A necessidade que o homem tem de existir instala nele um imperativo, o de superar a própria condição. Esta tendência, tendo-se hipertrofiado neste tempo, gerou a desumanização das formas culturais e do próprio homem. É preciso, então, para minimizar as conseqüências nocivas deste processo, agir dentro da existência, reativando o próprio cerne desta última, ou seja, a vivência, como forma de diminuir a negligência do homem para com as formas culturais e para com a própria humanidade, aumentando-lhe a consciência de suas necessidades reais e tornando-o mais livre e eticamente mais maduro. Um campo de atuação em que isso se torna possível é a Educação e, dentro desta, a arte, através da sensibilização do homem para com o outro e para com as formas culturais. Para tanto, é preciso que esta última tenha como pressupostos básicos a valorização da corporeidade, das vivências emocionais, do trabalho, da ética e da própria arte.

Devolver a educação, dentro e fora da sala de aula, ao desafio do diálogo e criar métodos e meios para que ela se realize sempre como uma relação, dentro de ritos proveitosos em que a troca seja a norma, é nessa perspectiva que se justifica este trabalho.

Partindo desse pressuposto, surge o seguinte questionamento: pode-se dizer que a realidade da existência humana é a experiência da relação?

Para solucionar tal questionamento o trabalho teve como objetivo geral:

Demonstrar o quanto a Arte Visual é importante na formação dos indivíduos, pois ela apropria elementos da cultura e os insere no curso do desenvolvimento intelectual, social e histórico, transferindo aos educandos várias possibilidades: de assimilar os conteúdos programáticos tradicionais, de desenvolver sua auto-estima e principalmente sua capacidade criativa.

Seguido dos objetivos específicos:

- Trabalhar o conceito de Arte e sua participação na construção da História da Humanidade;

- Mostrar que é fundamental o conhecimento e incentivo do professor sobre as várias possibilidades de se fazer trabalhos artísticos em sala de aula;

- Indicar que a valorização das habilidades dos educandos, enquanto artistas é importante para se eleve à estima;

- Apresentar que a disponibilização de momentos agradáveis desenvolve a expressividade dos sentimentos e das potencialidades dos alunos, deixando-os criar e recriar seus trabalhos;

- Incentivar a busca pelo desenvolvimento da imaginação criativa.

Para alcançar os objetivos propostos foi utilizada a pesquisa bibliográfica, fundamentada em estudiosos como Kincheloe, Buoro, Giroux, Vygotsky, entre outros, e a pesquisa de campo que contou com a colaboração de professores do município de Linhares-ES.

O trabalho está estruturado em quatro capítulos. O primeiro enfoca a Arte na História do homem, de forma a demonstrar que as criações artísticas foram remotamente confeccionadas por pessoas que também no seu contexto tinham a necessidade de expressar o que sentiam e pensavam, mesmo que com objetos bastante rudimentares compunham o que queriam.

O segundo capítulo insere o papel das interações sociais na sala de aula, a importância dos indivíduos se respeitarem enquanto pessoas, cidadãos, visando cada um compor o seu espaço para que o mesmo obtenha uma amplitude maior, a sala de aula, espaço comum a todos e para todos. No mesmo capítulo há as ideologias de Vygotsky acerca da Arte como forma de a criança reconhecer e desvendar o mundo.

No terceiro capítulo destaca-se o dualismo existente: a Arte e a Criança. Desenvolvendo a importância de se trabalhar a Arte desde e principalmente na Educação Infantil, onde a imaginação criativa é mais aguçada, com todo o aparato lúdico próprio da idade e da fase em que ela (a criança) se encaixa.

Arte e Educação se transformam numa combinação possível, o que é enfocado no quarto capítulo.

A partir da estrutura apresentada neste trabalho de conclusão de curso, em seus quatro capítulos, acredita-se que o tema é de grande relevância, haja vista a necessidade de se trabalhar a Arte Visual na Educação Infantil de maneira a desenvolver a criatividade do educando.

Para maiores esclarecimentos tanto para os profissionais da educação quanto às demais pessoas que, de uma forma ou de outra, estiverem lidando com o processo ensino-aprendizagem a partir da arte visual.

2 A ARTE NA HISTÓRIA DO HOMEM

Um dos primeiros registros da existência humana na Terra aparece nas imagens desenhadas nas cavernas, que hoje se denominam imagens artísticas. Neste sentido, pode-se dizer que a Arte está presente no mundo desde a antigüidade Pré-histórica.

A vida adquire sentido para o ser humano à medida que ele organiza o mundo. Por meio das percepções e interpretações, os sistemas externos da realidade são mapeados nos sistemas internos do ser, e o cérebro vai também se desenvolvendo no contato com essa realidade.

Para construir imagens, o homem não só deve ter sensibilidade para o fenômeno, mas necessita de memória e capacidade de tomar decisões. Até mesmo no caso das imagens nas cavernas, estas já são imagens transformadas a partir de um olhar, com certo domínio do espaço e do tempo. Elas estão ligadas não só ao próprio sustento

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