A escola que sempre sonhei - Abordagens Pedagógicas
Por: Sara • 4/5/2018 • 2.210 Palavras (9 Páginas) • 415 Visualizações
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aprender muitas coisas. Acima de tudo ela aprende que ela tem um lugar importante na
vida.
"Uma hora depois, durante o banho, Francisco perguntou: "Os deficientes têm cura?" Percebi que a mensagem tinha seguido o seu curso e uma hora depois tilintava ainda na sua cabeça. Entendi que aquela pergunta poderia estar sendo feita por várias razões. Titubeante, respondi-lhe que dependia. Que havia coisas que se podiam curar e outras que não. Queria dar-lhe um exemplo, pegar no concreto, para que Francisco percebesse o que eu queria dizer. Perguntei a ele: "Sabes quem é a Rute, ela sala da Mônica?" (referia-me a uma menina com síndrome de Down que freqüentava a mesma escola de Francisco). "Claro, papá!" - disse-me ele. Perguntei-lhe, para chegar mais depressa ao meu exemplo: "Achas que a Rute é diferente, tem alguma coisa diferente?" "Não, papá, é parecida com a Clara...”(a menina chinesa da sala do Francisco). Desisti do exemplo. Percebi que essa diferença não tinha entrado ainda na vida de Francisco. O 1º ciclo vai tratar de lhe incutir esse
conceito."
"Prefiro a indiferença do ensino pré-escolar ao exercício de diferença do 1º ciclo. Logo no primeiro ciclo. Na Escola da Ponte, não há indiferença, mas também não há o discurso nem a prática da diferença, da norma ou do desvio. Na Escola da Ponte, deficiente não é adjetivo, nem substantivo."
"Algumas das crianças que acolhíamos transferiam para a vida escolar os problemas sociais dos bairros pobres onde viviam. Exigiam de nós uma atitude de grande atenção e investimento no domínio afetivo e emocional. E tomamos consciência de que não passa de um grave equívoco a idéia de que se poderá construir uma sociedade de indivíduos personalizados, participantes e democráticos enquanto a escolaridade for concebida como um mero adestramento cognitivo. Se os pais eram chamados à escola, pedia-se castigo para o filho ou pediam-se contributos para reparações urgentes."
Inteligências Múltiplas
Desenvolvida por Howard Gardner, essa teoria prevê que o homem possui oito inteligências, sendo elas:
- Lógico-Matemática: Onde o indivíduo encontra facilidade ao deparar-se com números e maior desenvolvimento do raciocínio lógico;
- Linguística: Desenvolvimento das habilidades de escrita, facilitando a formação de textos e poesias;
- Corporal: Desempenho favorecido em práticas de esportes, exercícios e locomoção;
- Naturalista: Destacam-se habilidades agrônomas e envolvimento com a natureza.
- Intrapessoal: Melhor desenvoltura em relacionamentos, falar em público e expressar-se;
- Interpessoal: Autoconhecimento, autoconfiança e autoestima destacadas;
- Espacial: Noções de espaço e lateralidade;
- Musical: Facilidade em criar melodias, tocar instrumentos e identificar notas musicais.
A partir do conhecimento de tais inteligências, o professor deve analisar no aluno quais são as habilidades que mais se sobressaem, buscando aprimorá-las. Ao ter a visão proposta por Gardner, a avaliação dos alunos ocorre de forma diferente, buscando destacar os conteúdos onde a criança tem mais facilidade.
"A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão aprendendo valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, as relações naquela sala imensa. Na outra parede encontrei dois quadros de avisos. Num deles estava afixada a frase: "Tenho necessidade de ajuda em...". E, no outro, a frase: "Posso ajudar em..." Qualquer criança que esteja tendo dificuldades em qualquer assunto coloca ali o assunto em que está tendo dificuldades e o seu nome. Um outro colega, vendo o pedido, vai ajudála, E qualquer criança que se ache em condições de ajudar em algum assunto coloca ali o assunto em que se julga competente e o seu nome. Assim, vai se formando uma rede de relações de ajuda."
Inteligência Emocional
Com base nos estudos de Daniel Goleman, a teoria em questão trata-se do autoconhecimento e da capacidade de conciliar as emoções com a razão. Tal capacidade auxilia no desenvolvimento da criança durante a infância, em relações interpessoais e no desenvolvimento da empatia. Ao trabalhar no aluno suas inteligências múltiplas, o professor passa a ser um auxiliador na formação da personalidade da criança, fazendo-a enxergar o mundo de forma mais holística, respeitando o outro e a si mesma. O método citado é chamado de “Alfabetização emocional” e tem como objetivo despertar o olhar empático e o autocontrole de seus alunos.
"Notei, numa mesa ao lado, uma menina que escrevia e consultava um
dicionário. Agachei-me para conversar com ela. "Você está procurando no dicionário uma palavra que você não sabe?", perguntei.
Não, eu sei o sentido da palavra. Mas estou a escrever um texto para os miúdos e usei uma palavra que, penso, eles não conhecem. Como eles ainda não sabem a ordem alfabética e não podem consultar o dicionário, estou a escrever um pequeno dicionário ao pé da página do meu texto para que eles o compreendam. As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem, Isso não é exceção."
Psicanálise
Teoria que tem como objeto de estudo o inconsciente, a psicanálise busca compreender os comportamentos e sentimentos do homem. Fundador da psicanálise, Sigmund Freud desenvolveu estudos que mostram que nossos atos são frutos dos desejos do inconsciente. Dividiu então os níveis de consciência em três, sendo eles:
- Consciente: estado onde estamos cientes de nossos atos;
- Pré-Consciente: quando ideias podem se tornar conscientes, como os sonhos ou atos falhos;
- Inconsciente: estado em que nossos desejos e impulsos reprimidos ficam armazenados, porém fazem parte de nossas atitudes durante o cotidiano.
De acordo com Freud, a consciência é formada
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