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A PRATICA DE CUIDAR E DE EDUCAR

Por:   •  13/12/2017  •  3.922 Palavras (16 Páginas)  •  437 Visualizações

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O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados. (BRASIL, 1998, p.24)

Para atingir os objetivos do cuidar, é necessário o desenvolvimento das capacidades humanas, e para que isto ocorra de forma eficaz é necessário o embasamento em conhecimentos biológicos, emocionais e intelectuais das crianças, levando em consideração as diferentes realidades em que ela está inserida cultural e socialmente. O ato de cuidar é um ato de comprometimento, e é construído a partir do respeito às particularidades e individualidades do outro, utilizando de solidariedade e confiança mútua para obtenção de um bom relacionamento.

O documento Referencial Curricular Nacional para a Educação trata o relacionamento entre professor e criança da seguinte forma:

Além da dimensão afetiva e relacional do cuidado, é preciso que o professor possa ajudar a criança a identificar suas necessidades e priorizá-las, assim como atendê-las de forma adequada. Assim, cuidar da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. Isto inclui interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe sobre si e sobre o mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais independente e mais autônoma. (BRASIL, 1998, p.25)

No que tange o ato de educar crianças até três anos, pode-se afirmar, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que são situações de cuidados e brincadeiras que de forma orientada e integrada a métodos e ações pedagógicas contribuem para o desenvolvimento das capacidades infantis.

Na instituição de educação infantil, pode-se oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, porém, que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil. Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. [...] na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. (BRASIL, 1998, p.23)

O Ministério da Educação, juntamente com a Secretaria de Educação, traçou Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a fim de alcançar objetivos garantindo dessa maneira um bom aproveitamento desta fase escolar. As práticas pedagógicas devem ter como eixos norteadores as interações e á brincadeiras garantindo experiências que promovam o conhecimento de si e do mundo, ampliem a confiança no contexto individual e coletivo, incentive a curiosidade e a exploração, promovam a interação das crianças entre outras coisas que contemplem o seu desenvolvimento.

As Diretrizes Curriculares Nacionais voltadas para a educação infantil e o Referencial Curricular Nacional não foram criadas de forma aleatória pelo governo, mas sim baseados em estudos e em tendência modernas de vários e respeitados teóricos.

Piaget, Vygotsky e Wallon tiveram um papel de suma importância para a compreensão do desenvolvimento infantil, através do estudo desses teóricos foi possível obter uma nova perspectiva sobre o assunto, influenciando as ações em muitas das escolas infantis brasileiras. (CRAIDY, 2001)

Jean Piaget observou que o desenvolvimento infantil pode ser compreendido a partir de estágios, e dentre eles o estágio sensório-motor que inicia no nascimento e vai até os dois anos da criança em média. É durante os primeiros dois anos de vida que o bebê percebe o mundo que atua, onde coordena as sensações vivenciadas junto com comportamentos motores simples, juntando o sensorial a uma coordenação motora primária.

Nesse período, os bebês desenvolvem a capacidade de reconhecer a existência de um mundo externo ao seu redor, tendo autonomia para explorá-lo e construir sua percepção de mundo. Passam a agir não mais apenas por reflexo, mas direcionam seus comportamentos tendo objetivos a alcançar. (PIAGET,2013)

Determinados aspectos fazem parte do cotidiano da escola infantil tais como o momento de sono, troca de fralda e choro que pode influenciar de maneira importante para o desenvolvimento das crianças.

Os procedimentos necessários para higiene, sono, alimentação e outros, já estão relacionados ao cuidar e naturalmente se integra o educar. Não sendo possível neste sentido a educação desvincular-se do cuidar. As creches ou instituições da educação infantil devem compreender que uma criança de 0 a 3 anos necessita de atenção e cuidados especiais, associados à sobrevivência da criança. Nesta fase, seu corpo, sua mente e suas emoções, encontram-se em estágios de maturação e desenvolvimento, os quais são particularmente suscetíveis aos efeitos do atendimento que recebe. Por isso, o bem-estar dos bebês deve ser de grande prioridade nas instituições onde estão inseridas.

Para as crianças que estão iniciando nesta nova fase no ambiente escolar elas precisam ser bem acolhidas para uma boa experiência de descobertas, desafios e aprendizados. No que diz respeito a higiene, afirmamos que estes também devem se tornar como momentos educativos. E, como afirma Barbosa (2010, p.13) é preciso

[...] preparar um ambiente tranquilo, de intimidade e poder ofertar tempo e disponibilidade de atenção individual são características de um bom momento educativo na higienização. Deixar as crianças confortáveis, limpas com um contato especial propicia grande satisfação.

Além do cuidado e da higienização, precisa haver uma forma com que cada uma perceba a necessidade de se manter limpa e com os cuidados do seu corpo. Como hábitos de higiene podem ser citados: tomar banho diariamente, lavar as mãos antes de cada refeição, ao sair do banheiro, escovar os dentes ao final de cada refeição, cortar as unhas e mantê-las limpas, entre outros.

A alimentação da criança

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