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A POESIA EM SALA DE AULA

Por:   •  26/2/2018  •  4.196 Palavras (17 Páginas)  •  314 Visualizações

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O objetivo geral do mesmo é ressaltar a importância da poesia em sala de aula, visando conciliar o “lúdico” com o aprendizado efetivo das crianças.

Como objetivos específicos, encontram-se:

- levar à criança a compreensão da poesia como forma de aprendizado;

- promover a interação entre poesia e ensino-aprendizagem;

- estimular nas crianças o gosto pela poesia e pela leitura.

Como embasamento da pesquisa foram utilizados referenciais teóricos que abordam o tema de maneira mais facilmente compreensível, buscando estimular o uso da poesia em sala de aula.

Para melhor entendimento sobre o assunto, o trabalho foi dividido em capítulos, da seguinte maneira: o primeiro aborda a literatura e a poesia no Brasil, enfatizando sua origem e desenvolvimento; o segundo tem como principal foco a utilização da poesia em sala de aula e o terceiro estabelece a relação entre literatura infantil, poesia e aprendizado.

2 CAPÍTULO I

A literatura e a poesia no Brasil – origem e desenvolvimento

A impressão dos primeiros livros dedicados ao público infantil tiveram origem com o surgimento da imprensa no Brasil, sendo o primeiro livro, segundo Marques (2012) publicado com o título “As aventuras do barão de Munchausem e Leitura para meninos”, de autoria do senador José Saturnino da Costa Pereira.

O mesmo trazia ensinamentos sobre Geografia e Cronologia e abordava também a história de Portugal e a história Natural e era de cunho estritamente moral.

Segundo este autor, na época do império a poesia tinha um caráter essencialmente moral e sua principal característica baseava-se em um adultocentrismo na voz temática poética (voz poética de um adulto dirigida a um leitor infantil, tendo sempre como objetivo um valor moral), característica esta que permaneceu até a primeira metade do século XX.

Como exemplos desse tipo de leitura, o autor cita o soneto “Amada Filha”, escrito por Alvarenga Peixoto (dedicada a sua filha Maria Ifigência) e o poema Conselhos a meus Filhos, de Bárbara Heliodora.

Outro autor que se destaca é o poeta Casimiro de Abreu, que ganhou uma publicação atual do poema Meus oito anos, datado de 1859.

O primeiro poeta a escrever no Brasil foi o jesuíta José de Anchieta, que em seu trabalho de catequese, no século 16, adota o estilo dramático como meio de propagação dos valores cristãos entre os indígenas (BARROS, 2013).

A partir de Anchieta, vários outros poetas constituíram a história da poesia no Brasil, no entanto, não é pretensão desse trabalho elencar todos os nomes, apenas fazer um breve retrospecto da poesia e sua história.

Na segunda metade do século 18, o Brasil vive um período de pré-Romantismo, representado por Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, entre outros.

Até meados do século 19, os poetas brasileiros eram profundamente influenciados pelas literaturas portuguesa e francesa. Além do mais, conservavam em suas obras alguns traços da poesia Renascentista, como, por exemplo, o farto uso de citações mitológicas e temas da história antiga (BARROS, 2013).

Apesar de Gonçalves de Magalhães ter sido considerado pela crítica o poeta precursor do Romantismo no Brasil, Álvares de Azevedo, Castro Alves e Joaquim de Souza Andrade – o Sousândrade –, são figuras fundamentais nessa fase da poesia brasileira.

O Simbolismo, chegado ao Brasil via influência francesa, é representado, principalmente, pelos poetas Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

Com a entrada no século 20 chega ao Brasil o Modernismo, período no qual se faz presente a figura de Graça Aranha, como sendo o responsável por disseminar as novas idéias e experiências entre os poetas brasileiros.

Em 1922 realizou-se a Semana da Arte Moderna, sendo a mesma encabeçada por Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

A partir daí, os temas brasileiros ganham força na poesia, derrubando a mera cópia e a exaltação dos modelos estrangeiros. Novos poetas viriam a contribuir para o Modernismo, incluindo nomes como Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Murilo Mendes e João Cabral de Mello Neto, entre outros.

A poesia infantil, no Brasil, surge em consonância com a escola, as temáticas abordadas eram ditadas pelo governo com o objetivo de significar o ensino do Português e sensibilizar as crianças quanto ao trabalho e valores morais da época.

Somente a partir da década de 60 é que a poesia infantil passou a adquirir contornos, de fato infantis, apresentando questões relacionadas à criança e, consequentemente, à infância, através das poesias de Cecília Meireles uma vez que esta traz para a poesia infantil a musicalidade e, muito embora em alguns de seus poemas estejam presentes os elementos linguísticos reforçadores da aprendizagem da língua, desvela o olhar para a ligação entre o ser e as coisas (MARQUES, 2005).

Assim sendo, o chamado “universo infantil” passa a ter uma voz lírica, um contorno próprio para as crianças - e, com isso, os ensinamentos moral e cívico dão lugar ao sentimento de criança, ao inusitado e ao lúdico representado por sons e imagens.

Interessante destacar que os poemas de Cecília Meireles também não se restringem à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.

Apreende-se que a década de 60 foi um período caracterizado, melhor dizendo, marcado por significativas mudanças no que diz respeito à política do país e, dessa forma, consequentemente a escola passa também por transformações, entre elas, a exigência e a obrigatoriedade da inclusão de textos literários para o ensino de Língua portuguesa nas escolas.

Começa aí um novo entendimento sobre a questão da poesia que, aos poucos, vai tomando novos rumos e se “moldando” ao processo de ensino-aprendizagem.

Atualmente, verifica-se que o principal objetivo da poesia não é, necessariamente, educar as crianças e sim fazer com que ela entenda um jeito novo de perceber as coisas ao seu redor.

Isso fica mais facilmente perceptível nas palavras de Marques (2012, p.06) quando o mesmo diz que:

"Os poetas que escrevem para as crianças não precisam necessariamente

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