A LITERATURA INFANTIL ATRAVÉS DA OBRA DE MONTEIRO LOBATO
Por: Salezio.Francisco • 4/7/2018 • 2.649 Palavras (11 Páginas) • 436 Visualizações
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Lobato (1956) levou as crianças ao conhecimento das tradições folclóricas, com seus heróis reais e fictícios, seus mitos, conquistas da ciência como a polêmica do petróleo e outros, herança que lhe caberá transformar o presente e o futuro e questionar as verdades impostas pela sociedade, os valores e os não valores que o tempo cristalizou e que cabe ao presente redescobrir e renovar, oportunizando na criança o surgimento de ideias, tomada de decisões, descobrir, dar asas á fantasias e a imaginação criadora. Lobato (1956) provou que o convívio gratificante entre as pessoas é possível, desde que haja circunstancia permissíveis.
Sabe-se que, na escola, é necessário um planejamento organizado e levar o mundo lobatiano (1956) para a sala de aula é um desafio, pois desde seu surgimento como instituição, a escola está diretamente ligada á aquisição de saberes. A literatura é um espaço de liberdade, imaginação e aventuras e é com simplicidade, coerência e usando as historias fantásticas de Lobato (1956) que envolvem as crianças e, assim, o aprendizado acontece sem sofrimentos.
Segundo Edimir Perrotti (1986), Monteiro Lobato (1956) é o idealizador de um espaço semelhante ao escolar, capaz de, ao mesmo tempo, ser mais eficiente que a escola e esse cenário perfeito se localizam no Sítio do Pica - Pau Amarelo. Lobato queria que os estudantes aprendessem as matérias escolares de maneira fácil e divertida. Daí inventou histórias que explicam os mais diferentes conceitos como inteligências, senso de humor e muita criatividade. Contudo, é bom lembrar que o conhecimento é algo tão vivo quanto as pessoas que o produzem.
A Lobato deve muito o Brasil. Em primeiro lugar o exemplo magnífico e raro do intelectual que não se vende e não se aluga, não se coloca a serviço dos poderosos ou dos sabidos. Depois, foi ele um homem de ação e um descobridor. Devem-se a ele a campanha do livro e a campanha do petróleo. Foi ele o criador da nossa literatura infantil.(ANDRADE,2008 p.47).
A citação acima nos da uma ideia de imenso arco de interesse que movia o escritor na obra que desenvolveu. Assumindo esses diferentes papeis tem grande destaque sua obra infantil. O livro Emília no País da gramática parece ter sido escrito com o propósito de apresentar os conceitos gramaticais de maneira a tornar mais fácil e prazeroso um conjunto de regras que as crianças pudessem achar difícil.
Para cumprir essa intenção, Lobato (1956) usa um artifício interessante, em companhia de Emília, Quindim e a turma do sítio, conduz o leitor a um imaginário País da gramática. O passeio tem evidentes objetivos didáticos: ensinar regras e classificações gramaticais de modo mais agradável, com certo humor e, de preferência, sem sisudez escolar.
Outra obra que Lobato soube adequar aos conteúdos á sua forma de ensinar, os personagens do sitio metidos a sábios e curiosos se debruçam com voracidade sobre um conhecimento novo e se maravilham com ele . Foi dessa maneira que , na década de 1940, Lobato se preocupou em mostrar que a matemática não é nenhuma Cuca apavorante, mas sim uma mistura de Visconde de Sabugosa, com toda a sua sabedoria, seriedade, rigor e da boneca Emília, com seus questionamentos pertinentes desencadeadores do real processo de aprendizagem.
Não sei Monteiro Lobato chegou, a saber, que algumas “chaves do tamanho” de sua invenção haviam sido instaladas á entrada do País dos Bonecos. Talvez não. Mas se o tivesse sabido, Lobato não as zangaria. Ao contrário daria boas risadas, diria algumas pilherias e talvez, mesmo, quisesse fazer uso delas... Grande Lobato! Genial Lobato! Como poderíamos sem ele, entrar no País dos Bonecos. (LOBATO, 1956 p. 47).
Lobato (1956) optou pela sinceridade e verdade. E Emília é essa verdade que desafia em sua obra como personagem tipo, no seu relacionamento com o mundo da criança, onde sua autenticidade surpreende as próprias crianças, habituadas a um padrão de comportamentos: ou como tipo caricatural, na configuração do eu lobatiano.
Relacionando o mundo fantástico criado por Monteiro Lobato, onde ele respeita as peculiaridades do mundo da criança, não omitir igualmente seu ângulo pedagógico com o pensamento de Paulo Freire referente a prática do professor, valores estes que devem ser abstraídos antes mesmo de atuar em sala e na prática. Não podemos nos esquecer que o ser humano constrói sua própria historia, pois é um ser inacabado.
Segundo Freire (1997) “Quem ensina aprende ao ensinar e ensina quando aprende”. Nós seres humanos estamos programados a aprender pela curiosidade e é ai que o professor deve estar atento a uma relação ideológica com a criança dando importância a sentimentos, emoções, desejos, inseguranças, medos, respeitando a autonomia, e a individualidade, e não esquecendo de ser mais uma vez ético, sendo que seus ensinamentos devem equivaler com ações e nunca aceitar discriminações, pois é com as diferenças que se aprende.
No sítio do Pica Pau amarelo todos são diferentes: a Emília, uma boneca de pano irreverente verdadeira em cada palavra, critica e absolutamente mandona. Visconde, um boneca feito de milho, sábio, mas submisso, principalmente ás maluquices de Emília, Pedrinho e Narizinho, aventureiros e abertos ao novo. Tia Nastácia; simples e cheia de medo e crenças.
Dona Benta, avó sábia e disciplinada. É neste maravilhoso que as diferenças se completam e a harmonia impera, todos ensinam e aprendem ao mesmo tempo. O envolvimento e a interação de todos em uma aventura, tudo que se fala não é descartado e sim investigado, transformando em outra aventura.
No ambiente escolar o professor deve usar de bom senso para avaliar sua prática de forma que permite aos educandos participarem da avaliação. Mostra aos alunos que se preocupa com a realidade e tem esperança em novas mudanças, estar atento ás manifestações do aluno em sala de aula.
O silencio, o sorriso e até mesmo uma saída de sala, escutar com paciência as dificuldades e ansiedade de cada um. Qualquer descuido pode tirar a liberdade, a criatividade e seu gosto pela aventura.
Cada dia vivido no Sitio do Pica Pau amarelo é uma aventura inesquecível, cada dia vivido em família e na escola também transforma se em aventura. Desenvolver o gosto e maneira de olhar o mundo, mesmo que a realidade seja dura e sombria, a imaginação e vontade de viver o novo, a esperança de tudo que irá mudar, pois na comunidade onde os alunos do Sítio e isso sendo bem trabalhado no aluno poderão desperta-lo para uma nova forma de compreender sua realidade, pois, fora sua grande obra, sua forma de entender e falar
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