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A Formação do pedagogo face às possibilidades de atuação

Por:   •  23/11/2018  •  3.374 Palavras (14 Páginas)  •  280 Visualizações

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Deste modo, o curso de Pedagogia continuou sem a definição da identidade do Pedagogo. Portanto, continuou o egresso do curso de Pedagogia confuso no trato da própria indefinição do seu espaço de atuação. Em vista disso, o Pedagogo tem tido sua identidade descaracterizada ao longo dos tempos. Após a aprovação da primeira LDB – Lei nº 4.024/61; surgem outros documentos. Surpreendentemente, depois da primeira LDB – Lei nº 4.024/61; surge de acordo a “Lei nº 5.540/68segundo Dominschek; Waloski (2013, p. 155-6):

[...] propôs uma formação diferenciada em que os alunos, [...] teriam acesso aos mesmos conhecimentos, tendo uma base teórica comum, mas que a partir de certo momento, eles deveriam optar por uma dada área de atuação e definir o foco da sua formação – assim surgiram as habilitações educacionais. ( Dominschek; Waloski 2013, p. 155-6)

Foram inúmeras discussões relacionadas ao currículo do curso de Pedagogia no Brasil. A Lei nº 5.540/68, é um exemplo disso, porém ao invés de definir a identidade do Pedagogo, a Lei nº 5.540/68 contribuiu para um maior agravante. Sobre isso, veremos primeiro como ficou o egresso do curso de Pedagogia, após a Lei nº 5.540/68. Com a aprovação da Lei nº 5.540/68, o curso de Pedagogia foi reformulado novamente. Soares Almeida (2012, p. 22, grifo das autoras), destacam que:

[...] as funções supervisora e orientadora do pedagogo escolar surgem como habilitações específicas a partir do Parecer CFE 252/1969, que reformulou esse curso e criou as chamadas habilitações técnicas. [...] a primeira característica básica do profissional formado a partir da proposta do Parecer CFE 252/1969 era de ‘um profissional em que a técnica prevalecia sobre os conteúdos, os procedimentos, sobre os objetivos e finalidades, portanto, ao aspecto propriamente tecnicista do atual contexto educacional’. (SOARES ALMEIDA 2012, p. 22, grifo das autoras)

Para entendermos essas habilitações técnicas, recorremos novamente à Almeida; Soares (2012). Assim, vamos começar pela função supervisora. No entendimento de Almeida; Soares (2012, p. 26), o supervisor, era um Pedagogo habilitado em Pedagogia, e que controlava o desempenho das atividades desenvolvidas em sala de aula pelo professor. Esse trabalho de supervisão segundo, Almeida; Soares (2012, p. 26), visava alcançar melhores resultados para o processo ensino-aprendizagem dos discentes, além do que, o supervisor exercia a função de soberano sobre alunos e professores.

Por outro lado, a função orientadora foi encarada, conforme Almeida Soares (2012, p. 30), do seguinte modo: o profissional orientador assessorava os discentes para o cumprimento dos bons modos.

A Lei nº 5.540/68, não definiu a identidade do Pedagogo, pelo contrário, dificultou o exercício da profissão de Pedagogo. De certo, a Lei nº 5.540/68, simplesmente fez uma retomada da indefinição da identidade do Pedagogo.

Em vista disso, Aquino e Saraiva (2011, p. 250), salientam:

Esta configuração profissional do pedagogo em habilitações específicas permaneceu até 2006. No referido ano são homologadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia definindo a docência como a base da formação do pedagogo e ao mesmo tempo ampliando as possibilidades de atuação do pedagogo para âmbitos não formais (extraescolares).

Inegavelmente, o curso de Pedagogia tem passado por sérias alterações. A esse respeito Libâneo (2009 apud DOMINSCHEK; WALOSKI, 2013, p. 162), dizem:

Ocorreram várias mudanças no curso de pedagogia no Brasil desde a década de 80, buscando melhorias e maior valorização do profissional [...], porém tais discussões mostram uma sucessão de ambiguidades e indefinições, com repercussões no desenvolvimento teórico do seu campo de conhecimento e na formação intelectual e profissional do pedagogo.

Tendo em vista os argumentos citados e de modo especial à busca investigativa do contexto histórico do curso de Pedagogia no Brasil, bem como, da tentativa de se reconhecer na contemporaneidade se existe uma identidade definida do profissional Pedagogo, podemos, afirmar que o Pedagogo é um profissional que está preparado para lidar com os mais variados cargos e funções, seja na docência, supervisão, inspeção, orientação e espaços não escolares, portanto o Pedagogo é portador de uma identidade multifuncional, não única.

Estudos apontam que por muito tempo, o Pedagogo ficou limitado à atuação em espaços escolares, contudo nos últimos anos, o Pedagogo teve seu campo de atuação ampliado podendo afirmar que o Pedagogo é um profissional preparado para lidar com espaços não escolares.

2.2 A pesquisa empírica discutida abordada: Metodologia, análise de dados e considerações.

Fundamentada na abordagem qualitativa, utilizou a entrevista semiestruturada para coletar dados. Três eixos importantes se desenvolveram como tema, são eles: Campo de atuação e formação do pedagogo, saberes necessários ao exercício da profissão e os desafios profissionais encontrados no campo de trabalho educacional.

Os saberes pedagógicos lhes passados de forma tradicional no curso, se mostram tão complexos que não promove estímulos para atuação, estão representados no trabalho, pela didática dos cursos, dotados de tal complexidade frente aquele pouco aprendizado que com dificuldades de compreensão significativa conseguiram aprender e absorver durante a formação.

Todo o conhecimento técnico, mantém-se, para elas, ainda mais distante da realidade escassa e marginalizada que vivem os alunos. Torna-se desafiador conciliar toda a teoria massiva transmitida, com a prática diária.

A usina que tem movido o trabalho, enquanto concepção pedagógica, da maior parte dessas educadoras, tem sido as suas incontáveis experiências concretas vivenciadas no campo físico do âmbito escolar.

A sensação de desamparo para o educador se encontra drasticamente multiplicada, pôr na escola ser sobrecarregado em inúmeras funções, que cada vez mais frequente tem sido a procura em outras áreas de atuação específicas, nos espaços informais da educação. Dessa forma, quando inserido nestes ambientes externos ao prédio escolar, ele pode perceber oportunidades de maior valorização e reconhecimento como um profissional da educação, de promoção, crescimento pessoal, vivendo e desfrutando de melhores condições de trabalho e vida particular.

Entre os desafios profissionais que tendem a paralisar o sentimento docente, o que resultaria na paralisação de muitos outros

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