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A Educação Infantil é uma etapa inclusa na Educação Básica a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Por:   •  26/12/2018  •  3.795 Palavras (16 Páginas)  •  521 Visualizações

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2 O ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Desafios e possibilidades

A história da Educação Infantil inicia-se na perspectiva assistencialista com as mães mercenárias na Antiguidade, onde estas, através de uma determinada quantidade de dinheiro destinavam cuidados às crianças pequenas. Durante a Idade Média, foram criadas as rodas dos expostos (cilindros giratórios) nos muros da Igreja Católica ou de Hospitais de Caridade mantidos pela mesma, que destinavam cuidados a crianças abandonadas (em sua maioria, crianças tidas fora do casamento ou por mulheres que ainda não eram casadas). Com as revoluções durante a Modernidade, as concepções de sociedade se transformaram ligadas a lógica industrial do capitalismo, assim, as mudanças nos cuidados com as crianças foram providenciados para que as mães pudessem trabalhar e seus filhos ficassem em instituições que os cuidassem durante esse período (OLIVEIRA, 2010).

A Constituição Federal de 1988 garante a qualquer cidadão brasileiro o direito a educação de qualidade. Assim, é com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei de nº 9394/96, e a inserção da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, que o trabalho desenvolvido com crianças de 0 á 5 anos nos Centro de Educação Infantil começam a ganhar reforços de caráter educacional com um financiamento mais apropriado para a complexidade da Educação Infantil. A E.I. torna-se um desafio, pois, leva educadores a refletir: como construir um trabalho pedagógico a partir do brincar com as crianças que os auxiliem nos seus processos de construção de identidade e não os escolarizem antes do tempo valorizando suas infâncias?

Assim, o desafio se lança não só para professores regentes que atuam na E.I., mas também aos estagiários que adentram esse espaço para compreender suas diversidades. O estágio desenvolvido na Educação Infantil, quando proposto em desdobramento com a pesquisa aponta a possibilidade de compreensão dos fenômenos que integram as facetas da Educação Infantil, nesse desafio reflexivo de estar nesse espaço-tempo das crianças, reconhece-las, valoriza-las e não escolariza-las como Ensino Fundamental.

A pesquisa no estágio, como método de formação de futuros professores, se traduz, de um lado, na mobilização de pesquisas que permitam a ampliação e análise dos contextos onde os estágios se realizam; por outro, e em especial, se traduz na possibilidade de os estagiários desenvolverem postura e habilidades de pesquisador a partir das situações do estágio, elaborando projetos que lhes permitam ao mesmo tempo compreender e problematizar as situações que observam [...] (PIMENTA, 2004, p. 46)

O estágio na E.I. torna-se assim um espaço de conhecimento primordial para a compreensão das infâncias, e em especial, um espaço que construirá nos pesquisadores a possibilidade de instigar, de conhecer um mundo para além do seu, o universo infantil em seu seio de desenvolvimento. Durante o período de 07 dias observou-se na turma de 1º Período do Centro Educacional Infantil Pequeno Polegar, a busca das crianças por espaços de fala, que elas são crianças extremamente obedientes, que concordam com o que é proposto sem questionar, mas que a falta do brincar dentro das atividades pedagógicas desenvolvidas afetam consideravelmente suas vontades. Assim, observando essa carência e buscando valores como a tolerância para o auxilio na construção da identidade dessas crianças, acreditamos que a busca por relações entre si mesmo, e com os outros em correlação ao brincar fosse a chave para o desenvolvimento de atividades que alegrem as crianças e que os fizessem refletir sobre quem são e como se portam.

Assim, fez-se necessário a compreensão das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009), que organizam e orientam a direção da atuação junto às crianças para articular o processo de ensino/aprendizagem.

As DCNEI’s apresentam referências que sinalizam a necessidade de empreender esforços que auxiliem para a superação das desigualdades sociais e culturas dentro do espaço da Educação Infantil, assim, seu objetivo maior é a contemplação da família e dos direitos da criança, para uma educação democrática e emancipatória. Para além, ela assegura em seu Art. 4º a criança como um “sujeito histórico de direitos [...]” que deve interagir, brincar, fantasiar, experenciar a infância.

Aliada aos princípios apresentados nas DCNEIs, a nossa Base Nacional Curricular Comum (BNCC), documento produzido pelo Ministério da Educação (MEC) baseia a organização do trabalho pedagógico nos direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. Dentre esses campos, os direitos de conviver e conhecer-se, orientam em paralelo o conhecimento sobre o outro e sobre si mesmo e o respeito às diferenças culturais e sociais estabelecidas. Assim, para objetividade do trabalho pedagógico, a proposta de organização dos direitos de aprendizagem em campos de experiências, dentre eles o Campo de Experiência O eu, o Outro e o Nós garante a criança os direitos de conviver e conhecer-se:

O eu, o outro e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, no contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas, que geralmente ocorre na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para as crianças ampliarem o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizarem sua identidade, respeitarem os outros e reconhecerem as diferenças que nos constituem como seres humanos. (BRASIL, 2014, p. 36)

Assim, é na socialização, no sentimento de pertencimento ao espaço da Educação Infantil que a criança vai construindo sua identidade e sua autonomia. Ela vai ao passo que conhece o outro, se conhecendo e permitindo-se estar naquele ambiente, permitindo-se aprender. Assim, ela se autoriza e reconhece

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