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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SEUS PRESSUPOSTOS

Por:   •  6/12/2018  •  3.378 Palavras (14 Páginas)  •  450 Visualizações

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“Não se têm indícios de como os primeiros grupos de humanos na Terra se comportavam em relação às pessoas com deficiência. Tudo indica que essas pessoas não sobreviviam ao ambiente hostil da Terra.” (GUGEL, 2011, p. 1).

Na antiguidade, por exemplo, houve a existência de sociedades que respeitavam e aceitavam pessoas que possuíam algum tipo de deficiência. Um exemplo desta aceitação foi a civilização do Egito Antigo, onde “[...] a pessoa com deficiência integrava-se nas diferentes classes e hierarquias.” (SILVEIRA; NASCIMENTO, 2013, p. 4).

Apesar de a cultura egípcia acolher pessoas portadoras de necessidades, a história da humanidade revela que a grande maioria das civilizações não aceitava estas pessoas integradas livremente na sociedade. Era explícita essa rejeição em vários povos, como exemplo, em Esparta e Roma.

Na Idade Antiga (período entre a invenção da escrita e a queda do Império Romano) pessoas que possuíam comportamentos “estranhos” eram associadas ao diabo, ao pecado, a bruxaria e, nesse contexto, eram incluídas pessoas com necessidades especiais. Nesse mesmo padrão, encontra-se a Antiguidade Clássica, onde esses indivíduos eram ligados aos maus espíritos e possessão de demônios.

No início do século XIX, houve a tentativa da recuperação de crianças com deficiência, tendo o objetivo de ajustá-la ao meio social. No mesmo século a medicina desenvolvia-se nos estudos das necessidades especiais. Pessoas com deficiências continuavam em asilos e hospitais, mas agora com o objetivo de tratamento médico.

Durante a Idade Média, o pensamento voltado para a exclusão da pessoa com deficiência física era dominante e tinha defensores importantes, como Platão e Aristóteles. A partir da Idade Moderna o pensamento ignorante que antes existia, deu lugar a novas ideias.

No Brasil, a educação inclusiva começou a ter seus direitos prescritos na lei, apenas trinta anos atrás, quando em 1988 foi regida a Constituição Federal. A partir daí, percebeu-se uma movimentação em busca de direitos igualitários para todos, além de soluções para os desafios enfrentados na educação de pessoas com necessidades especiais.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Previsto na Constituição Federal o direito à educação, ao acesso à escola e dentro da Lei de Diretrizes e Bases. As escolas e os professores devem estar preparados para atender as crianças portadoras de necessidades especiais para lhes garantir uma educação de qualidade, de modo a contribuir com a Educação Inclusiva. Para que possamos construir uma sociedade justa e livre de preconceito e discriminação é preciso começar cedo, na escola. A educação inclusiva é uma proposta de ensino que tem por objetivo educar todas as crianças em um mesmo espaço escolar, tendo em vista a inclusão, o respeito e acima de tudo, propor um pensamento que exclua a ideia de que as diferenças são um problema, mas sim, diversidade. E isso deve ser respeitado por todos.

A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. (ALONSO, 2013).

No Brasil, até a última década existia a divisão entre escola regular e escola especial. Tendo em vista a inclusão de pessoas com deficiência no meio social e educacional, passou a existir apenas a escola regular, que fornece ensino a todas as crianças/pessoas especiais, dando suporte, assistência e favorecendo o rompimento de barreiras no processo de aprendizagem.

Apesar desta proposta de ensino já estar em vigor, no Brasil, ainda há muito que ser investido na educação inclusiva. Os reflexos do pouco investimento aparecem em escolas mal preparadas; professores sem experiência e sem formação para lidar com essas crianças; materiais impróprios que não favorecem ou não auxiliam na aprendizagem dos alunos com deficiência; salas inadequadas para atender estes alunos, dentre outros. Estes são apenas alguns desafios que a educação brasileira precisa enfrentar para atender adequadamente crianças com necessidades especiais.

A Educação Inclusiva visa atender crianças com necessidades especiais, para que elas tenham acesso ao saber sistematizado, além de conviverem naturalmente com crianças sem deficiência nas instituições de ensino. Inseri-las desta forma na sociedade, ajuda não só na questão educacional, mas também na qualidade de vida.

INCLUSÃO ESCOLAR

A inclusão escolar veio para romper barreiras que “impediam” de frequentar ou “excluíam” crianças com deficiências das escolas de ensino regular. Este processo possui uma grande dimensão, já que envolve determinados fatores que ao serem inclusos nas escolas comuns promovem alterações em vários âmbitos do ambiente escolar, desde a estrutura escolar (salas, materiais, modificações internas e externas, etc.) até a capacitação e contratação de professores especializados em educação inclusiva.

“A escola inclusiva parte do pressuposto de que todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar e social. A diversidade é valorizada, acreditando que as diferenças fortalecem a turma e oferecem a todos os envolvidos maiores oportunidades para a aprendizagem.” (SILVEIRA; NASCIMENTO, 2013, p. 23).

Para que a inclusão escolar ocorra, primordialmente é importante salientar que ao se referir as pessoas com deficiência, as terminologias devem ser apropriadas, demonstrando respeito para com essas pessoas. Uma vez que, ao usar termos inadequados, o preconceito, a discriminação e os pensamentos obsoletos são reforçados e perpetuados, sendo este o grande problema para a mudança de pensamento das pessoas na atualidade.

“É importante frisar que, a inclusão das pessoas com deficiência na vida escolar e social supõe uma profunda mudança na maneira de pensar do educador, no conteúdo e nos estilos de ensinar.” (OLIVEIRA, p. 3). A inclusão escolar, não propõe apenas uma mudança na estrutura da escola, mas acarreta numa mudança de pensamento e de atitudes do professor tutor da sala, pois ele será o responsável e mediador entre o conhecimento e seus alunos com e sem deficiência.

Desta forma é que a inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino leva a reflexões e mudanças na forma de ensinar, a partir da mudança de paradigmas e a necessidade de (re) pensar a cultura da inclusão e o papel da escola na construção da cidadania. Para

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