PROJETO DE PESQUISA-AÇÃO: A CONSTRUÇÃO DO “EU” SOCIAL
Por: Hugo.bassi • 10/4/2018 • 2.747 Palavras (11 Páginas) • 294 Visualizações
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O desafio será levar o jovem à leitura de obras diferentes desse padrão – sejam obras da tradição literária, sejam obras recentes, que tenham sido legitimadas como obras de reconhecido valor estético –, capazes de propiciar uma fruição mais apurada, mediante a qual terá acesso a uma outra forma de conhecimento de si e do mundo. (OCEM, 2006, p.70).
Logo, procuraremos mostrar aos alunos que obras de alto valor estético não tem de ser, necessariamente, difíceis de se compreender, mas tem de haver fruição, que estas obras sejam significativas para o ensino aprendizagem deles. Para que o aluno tenha um conhecimento de si e do mundo é necessário que ele veja formas diferentes de contexto, não só em relação a períodos, mas sim características dentro das obras, fatos marcantes, o tipo de linguagem e como eles perduram pelo tempo, como os cânones, por exemplo. O estudo de literatura pelas obras literárias é proporcionar ao aluno um conhecimento a fundo dos discursos e modos de ser de cada obra e como eles refletem ainda na sociedade. É mostrar que literatura é uma arte prazerosa e capaz de formar sujeitos mais autônomos e menos vítimas dos ditos nas obras.
JUSTIFICATIVA
Apesar de não termos presenciado aulas de literatura na instituição, percebemos que os alunos tem uma afinidade por leitura. Além disso, não vimos os alunos produzindo textos durante nossa semirregência. Logo, pensamos um projeto que alie leitura de obras literárias e produções a partir de discussões dos aspectos estruturais e linguísticos presentes em cada obra proposta.
Temos consciência de que no ensino médio, principalmente no que concerne ao 3º ano, os alunos veem a literatura como porta de entrada para a universidade. Isso porque uma das principais formas de avaliação é a redação, e para efetivá-la é indicada a leitura de algumas obras literárias. Dessa forma, os alunos fazem leitura daquilo que é proposto nessas listas de vestibulares. No entanto, Bunzen (2006, p.151) assevera que:
É decisão política escolher se teremos como objetivo principal e final a formação de alunos no EM que produzem na escola (e nos cursinhos) apenas as propostas de redações do vestibular das principais universidades de cada estado ou investiremos m um processo de ensino-aprendizagem que leve em consideração a prática social de produção de textos em outras esferas de comunicação.
Assim, os alunos deixam de ler obras de alto valor estético que deveriam ser lidas no ensino médio e se aplicam somente aquelas indicadas para o vestibular. Sabemos que tal fato é grave, visto que os alunos já teriam de ter lido tais obras ao longo da vida escolar, mas como o ensino se pauta em atividades de compreensão por metaleitura, os alunos não tem conhecimento real e aprofundado da obra. As Orientações curriculares do ensino (2006, p. 70), nos diz que:
A prática escolar em relação à leitura literária tem sido a de desconsiderar a leitura propriamente e privilegiar atividades de metaleitura, ou seja, a de estudo do texto (ainda que sua leitura não tenha ocorrido), aspectos da história literária, características de estilo, etc., deixando em segundo plano a leitura do texto literário, substituindo-o por simulacros, como já foi dito, ou simplesmente ignorando-o.
Assim, são aplicadas atividades de compreensão com base em informações superficiais, que muitas vezes, não exigem a leitura da obra. O que consideramos como algo negativo, pois os alunos deveriam ter um arcabouço teórico e literário para que quando submetidos à diferentes formas de dizer, procurar sentidos reais que não o faça vítima do texto.
Como sabemos do tempo destinado à literatura, pretendemos utilizar o tempo de nossas aulas com leituras de obras, ou ao menos trechos a fim de que os alunos conheçam a obra em si e como ela se relaciona aos dias atuais.
A leitura do mundo e a leitura da palavra são processos concomitantes na constituição dos sujeitos. Ao ‘lermos’ o mundo, usamos palavras, reencontramos leituras do mundo. Em cada palavra, a história das compreensões do passado e a construção das compreensões do presente que se projetam como futuro. Na palavra, passado, presente e futuro se articulam. (GERALDI, 2010, p. 32).
Nesse sentido, buscaremos mostrar aos alunos que os períodos não são estanques, que as características de uma obra podem fazer com que ela pertença a mais de um período literário. E, também, que não significa que se dado período passou ninguém mais produzirá obras com suas características, eles não morrem; só há um tempo de maior culminância, o qual é retratado na história como período literário. Dessa forma, os alunos compreenderam que a língua passa por transformações da mesma forma que essas escolas literárias.
Pretendemos trabalhar com a leitura na literatura, bem como produção de textos a partir dessas leituras e discussões acerca dos temas que permeiam as obras propostas, tais como: a corrupção e o ‘jeitinho’ brasileiro. Entendendo que o ensino de língua portuguesa não é só a aplicação de mais uma disciplina, mas sim a língua do sujeito em ação na sociedade. Dessa forma, o professor deve abordar “uma política de ensino de língua fortalecedora das práticas sociais dos alunos em contextos específicos” (BUNZEN, 2006, p. 158).
Portanto, podemos dizer que o estágio supervisionado em língua portuguesa não é um aprendizado somente para nós alunos-professores, mas uma chance de fazer algo diferente para que os alunos compreendam que a língua portuguesa não é importante somente na escola, mas sim para sua vida. Entendemos, assim, a nossa responsabilidade para com a instituição formadora, instituição parceira, bem como com os próprios alunos de proporcionar um ensino-aprendizagem que alie teoria e prática e acima de tudo, o aluno como indivíduo em formação social.
OBJETIVOS
GERAL
- Os alunos serão capazes de identificar os períodos literários por meio de obras, bem como, analisar e compreender assuntos tratados na época de cada um relacionados aos dias atuais.
ESPECÍFICOS
- (re) conhecer o período literário por meio da apresentação e leitura de obras;
- relacionar os temas retratados nas obras aos dias atuais;
- levantar discussões acerca de temas como corrupção e situação socioeconômica no país;
- propor a produção textual
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