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OS DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS UTILIZADOS NA UNIVERSIDADE: O PAPEL DOCENTE E DISCENTE NESTE CAMINHAR

Por:   •  3/5/2018  •  8.213 Palavras (33 Páginas)  •  628 Visualizações

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serve “como via de comunicação entre pesquisadores, profissionais, professores e alunos de graduação e pós-graduação” (MOTTA ROTH E HENDGES, 2012, p. 65). Segundo as autoras, há necessidade do convencimento por parte do autor de que seu estudo tenha relevância para área do saber em que inscreve tal pesquisa e para a consecução de tal objetivo trazem algumas orientações necessárias: 1. Seleção das referências bibliográficas relevantes ao assunto; 2. Reflexão sobre os estudos anteriormente feitos na área; 3. Delimitação do problema ainda não estudado na área; 4. Delimitação e análise de um conjunto de dados representativos do universo sobre o que se pretende alcançar; 5. Apresentação e discussão dos resultados das análises desses dados; 6. Conclusão e elaboração dos resultados relacionando-os aos estudos prévios da área de conhecimento.

Embora não existam textos puros, pode-se dar conta de alguns modelos de sequências textuais: o texto argumentativo, o texto explicativo, o texto descritivo e o texto narrativo. É possível encontrar em um mesmo texto estas sequências textuais, sendo que alguns traços são marcantes em cada um desses tipos: Nos textos científicos, a argumentação é uma espécie de suporte para as ideias do autor, sobre determinado assunto, conforme se verifica, por exemplo, nas dissertações, teses ou mesmo artigos científicos. O texto explicativo é encontrado nos livros didáticos, permeia o caminho para a compreensão de uma informação já existente, utilizado para exposição de um tema ou um assunto com o objetivo de buscar respostas às questões emergentes do tema ou assunto suscitado. No texto narrativo, há uma modalização das ações relatadas a partir de diferentes momentos do percurso narrativo e estas ações são determinadas pelas categorias do crer, do querer, do dever, do saber e do poder explícitas ou não no enunciado. (DORSA, 2012, p. 21) O texto científico como o “discurso do saber” compreende dois discursos produzidos em momentos diferenciados: o discurso da descoberta que é narrativo, produzido solitariamente pelo cientista na busca da resolução de um enigma, a fim de tomar posse do "saber" e o discurso da manifestação que é social, produzido para tornar conhecida à comunidade científica, a descoberta realizada pelo cientista, transmitindo, assim, o "saber" adquirido. (SILVEIRA, 1991, p. 1) Amplia esta visão, Ferreira (2008), ao referendar os três princípios clássicos com relação à comunidade científica: i) princípio da disseminação: refere-se à visibilidade dos resultados de modo que possam ser usados pela comunidade científica; ii) princípio da fidedignidade: refere-se à revisão pelos pares com o intuito de conferir validade e qualidade ao conteúdo; iii) princípio da acessibilidade: refere-se à organização, à permanência e ao acesso ao conteúdo científico pela comunidade científica. Com base neste conceito, infere-se que os textos científicos precisam ser escritos com muito rigor, ainda que esta reconstrução da informação em conhecimento exija um produtor textual ativo e atento ao processo individual necessário para que possa ser aceito nos meios de difusão especializado como as revistas e periódicos ou anais de eventos científicos. No entanto, para Coracini (2007), apropriar-se da linguagem científica requer um conhecimento aprofundado dos recursos linguísticos empregados pela comunidade científica e não somente conhecer a sua estrutura formal. 3. Um olhar necessário nos gêneros textuais científicos O produtor textual voltado ao texto científico seja ele pesquisador experiente ou não na área acadêmica, necessita escrever para apresentar resultados parciais ou finais de sua pesquisa e este trabalho deve obedecer às normas preestabelecidas e que compreendem: embasamento teórico, observações ou descrições originais de trabalhos experimentais. Normalmente neste tipo de escrita acadêmica, o saber partilhado traz a informação antiga que é de conhecimento da comunidade e normalmente aparece na introdução ou na revisão bibliográfica, a informação nova é a razão da existência do texto e ela se configura na forma como o produtor do texto enfoca determinado assunto ou traz um novo olhar sobre algo que ainda não é do conhecimento de todos; as provas são os fundamentos das afirmações expostas e a conclusão ressalta as novas ideias expostas e o grau de intencionalidade do texto produzido.

Com relação ao estudo dos gêneros, para Bakhtin, (1997, p. 303) há diferença entre termos um bom domínio linguístico, no entanto sermos inexperiente na atividade de moldarmos os gêneros, por nos faltarmos a prática tão comum nas comunidades que fazem uso de determinados gêneros. Aprofunda esta questão Ghiraldelo (2006) quando afirma que há falta de comprometimento com a leitura de cada texto, na prática da montagem textual cortar/colar, atividade esta que se tornou comum nas universidades com o advento da informática e da cibernética. Aponta Bakhtin (2004) três características comuns a qualquer gênero textual, sintetizadas por Rojo (2005, p. 196): Os temas conteúdos ideologicamente conformados _ que se tornam comunicáveis (dizíveis) através de gêneros; os elementos das estruturas comunicativas e semióticas compartilhadas pelos textos pertencentes ao gênero (forma composicional); as configurações específicas das unidades de linguagem, traços da posição enunciativa do locutor e de forma composicional do gênero (marcas linguísticas ou estilo). Observamos, portanto, que a utilização dos diferentes gêneros textuais na universidade, torna-se um exercício contínuo, exaustivo em alguns momentos, onde a linguagem desempenha um papel significativo para compartilhar com os membros da comunidade científica os objetivos que pretendemos alcançar. Reforça, no entanto, Marcuschi (2008, p. 150), que os gêneros não são entidades formais, mas sim “entidades comunicativas em que predominam os aspectos relativos a funções, ações

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