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[pic 1] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS ANA CLARA FONSECA DE SOUZA RESUMO CRÍTICO O PAPEL DOS ATORES DENTRO DA ESTRUTURA CONCORRENCIAL DO SISTEMA POLÍTICO E ECONÔMICO INTER

Por:   •  27/10/2018  •  1.288 Palavras (6 Páginas)  •  446 Visualizações

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Todavia, essa responsabilidade que recai sobre o Estado divide opiniões. Braudel defende a necessidade de um Estado com governo “central” capaz de se impor interna e externamente[9]. Já Evans, apesar de concordar que a capacidade ampliada do Estado é essencial para uma política econômica eficaz[10], ao reconhecer essa centralidade no Estado inevitavelmente questiona a capacidade de ação para se impor internamente quanto na sociedade internacional – o que envolve os quatro tipos de soberanias descritas por Krasner[11].

Levando em consideração a visão de Weber, que concebia a construção de uma estrutura sólida e competente como pré-requisito para o funcionamento do mercado – O Estado; e a visão de Gerschenkron, que por sua vez é contrário a visão de Weber e nega que o Estado seja crucial para o funcionamento do mercado, e sustenta que existe a subordinação de países de industrialização tardia ao Estado para mobilizar recursos. Dessas duas visões Evans discute as posições tomadas pelos Estados como predatórias ou desenvolvimentistas.

A atitude de um Estado desenvolvimentista para o autor é solucionar o que impede o investimento e induzir os capitalistas privados a investir, por meio de incentivos. Já um Estado predatório é caracterizado pelo consumo do excedente que é extraído, o incentivo aos atores privados para atividades improdutivas e a falta de fornecimento de bens coletivos.

Ambos os tipos de Estado podem ser exemplificados com a análise de Eduardo Costa Pinto sobre a participação do Vietnã e da Malásia na industria de eletrônicos se considerada a participação do Estado[12]. O Vietnã avançou uma posição nas cadeias globais de valor (CGVs) com a produção mas a falta de implementação das políticas públicas pelo Estado o impede de avançar; A Malásia, ao contrário do Vietnã, recebe enormes esforços de políticas públicas destinadas à ciência e tecnologia e já avançou uma posição a mais que o Vietnã nas CGVs.

Por fim, em contraposto à noção de Evans sobre Estado desenvolvimentista, a visão de Mazzucato se mostra a mais sensata e desarticula a noção de investimento do setor privado como a mais relevante. A autora nega que a versão de outros autores, como economistas neoclássicos, que o Estado deveria ocupar papel secundário e defende que um Estado empreendedor investe em áreas onde o os atores privados não investiriam mesmo possuindo recursos, pois o investimento de capital de risco público se mostra muito mais paciente do que com espectativas de lucro, de tal modo que os investimentos do Estado estão por trás da maioria das Revoluções Tecnológicas e não deve ser posto apenas para auxiliar o mercado a se reerguer quando houver problemas[13].

BIBLIOGRAFIA

- ARRIGHI, Giovanni; HUI, Po-Keung; RAY, Krishnendu; REIFER, Thomas Ehrlich. Caos e Governabilidade no Moderno Sistema Mundial. Rio de Janeiro: Contraponto/UFRJ, 2001.

- BOYER, Robert. Teoria da Regulação: os fundamentos. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.

- BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

- EVANS, Peter. O Estado como problema e solução. São Paulo: Lua Nova, 1993.

- KRASNER, Stephen. Soberanía, hipocresía organizada. Barcelona: Paidós, 2001.

- LENIN. Imperialismo, a nova fase do capitalismo. 1917.

- MAZZUCATO, Mariana. O Estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público versus setor privado. São Paulo: Portifólio-Penguim, 2014.

- PICCIOTO, Sol. Regulating global corporate capitalism. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

- PINTO, Eduardo Costa. Cadeia global de valor de eletrônicos e inserção do Vietnã e da Malásia. Brasília: 2016.

- POSSAS, Maria Silvia. Concorrência e competitividade: notas sobre estratégia e dinâmica seletiva na economia capitalista. 1993.

- SCHUMPETER, Joseph. A instabilidade do capitalismo. In: IPEA. Clássicos de literatura econômica: textos selecionados de macroeconomia. Brasília: IPEA, 2010.

- STRANGE, Susan et all. Rival States, Rival Firms. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

- VITALI, Stefania et all. The network of global corporate control. 2011.

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