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TUTORIA- DIMENSÃO DO SABER DOCENTE EM DIFERENTES PERFIS PROFISSIONAIS: UMA EXPERIÊNCIA DISCENTE

Por:   •  19/8/2018  •  8.060 Palavras (33 Páginas)  •  360 Visualizações

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Contudo, busquei, com este trabalho, motivar os leitores que o tomarão, sejam eles discentes, docentes, ou pesquisadores que se interessem pelo assunto, entretanto, imprimindo um conceito mais completo deste Tutor tão vital à EAD, e assim, fomentar mais uma forma de olhar e de entender os perfis profissionais. O trabalho teve como finalidade responder a questão “é possível identificar as concepções de Piaget, Vygotsky e Paulo Freire em perfis profissionais de três tutores com os quais me relacionei como aluna?”. Por meio deste estudo, consegui constatar que há fortes traços das concepções desses estudiosos nos tutores com os quais convivi e que a afetividade, a criatividade, a mediação, o acolhimento, a concepção de educação e os saberes científicos de um tutor são pontos fundamentais para o bom desenvolvimento do aluno que opta a cursar um curso na modalidade a distância.

Palavras-chave: Tutoria, Discente, Fazer pedagógico, Educação à distância, Teóricos pedagógicos.

1 - APRESENTAÇÃO

[pic 1]

- – TEMA EM ESTUDO

Todos os setores de nossa vida sofrem mudanças e adaptações, o novo por vezes assusta, porém, traz consigo quebra de paradigmas, luz ao fim do túnel, assim foi e é com a Educação a Distância, o novo que assusta, mas que passa de tendência à concretude da educação. A tendência da educação atual é ceder aos riscos, analisar, criar o novo e rejeitar toda e qualquer forma de discriminação.

Nesse sentido, é necessário que os tutores reflitam sobre a real importância de seus papéis na educação a distância, e estejam preparados para caminhar com maestria, conhecimento e intuição. Vejamos o que nos disseram os compositores Oswaldo Montenegro e Ulysses Machado em sua composição Intuição, letra extraída do CD Duplo – Oswaldo Montenegro Ao Vivo 25 anos (Warner Music 2004):

Canto o que não silencia

é onde principia a intuição

E nasce uma canção rimada

Da voz arrancada

Ao nosso coração.

É sentindo essa intuição que nos leva adiante, que nos faz querer mais, que faz com que sempre possamos mais, que concebemos a tutoria. Uma conquista diária, um inovar permanente, e quem sabe “uma intuição latente?” Foi pensando nestas e noutras perguntas que resolvi estudar alguns dos meus próprios tutores e relação que tive com cada um deles.

Garcia Aretio (2001) apresenta três funções para o tutor: a função orientadora, mais centrada na área afetiva, a função acadêmica, mais relacionada ao aspecto cognitivo, e a função institucional, que diz respeito à própria formação acadêmica do tutor, ao relacionamento entre aluno e instituição e ao caráter burocrático desse processo.

Landim (1997) menciona que um primeiro marco da modalidade de estudos a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: “Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições, semanalmente instruídas, como as pessoas que vivem em Boston”. Alves (1994), considera como a primeira experiência de EAD, um curso de contabilidade na Suécia, em 1833. Moore e Kearsley (1996) destacam que o estudo em casa tornou-se interativo com o desenvolvimento de serviços de correio baratos e confiáveis que permitiam aos alunos se corresponderem com seus instrutores.

Contudo, o papel da tutoria passa a ter maior significância, e seus profissionais passam a ser possuidores de uma formação multidisciplinar que engloba o desenvolvimento de competências pessoais, profissionais e tecnológicas que vão além dos conhecimentos acadêmicos especializados. Isso foi considerado um dos fatores primordiais para o bom desempenho do aluno.[pic 2]

Nos cursos de Graduação e Pós-Graduação a distância que cursei, os tutores eram de fato, chaves-mestra ao desenvolvimento global dos discentes, sendo considerados os maiores vínculos que tínhamos e que nos uniam naquele universo novo, desafiador, promissor, mas extremamente assustador. Ora, por dias, semanas, meses, anos, convivíamos com os tutores que se quer sabíamos quais os tons de suas vozes (neste caso, refiro-me principalmente ao curso de Pós–Graduação, visto que a Graduação foi semipresencial, com encontros em Oficinas de Aprendizagens e Seminários de Integração); porém, nem todos permitiram que tal vínculo elencado acima se tornasse forte e estimulador, eram como se fossem pessoas distintas no ambiente virtual e presencial, embora, tratasse de uma mesma pessoa. O que será que mais movia este sentimento de que um mesmo tutor poderia ser diferente em ambientes de aprendizagem distintos? Seria seu acolhimento? Sua afetividade? Sua criatividade? Sua mediação? Seu saber científico, ou sua concepção de educação? Ou a ausência dessas características em maior ou menor grau?

Pensando nessas e em outras perguntas, resolvi estudar a relação entre tutor e aluno. O propósito deste trabalho é a elaboração de um relato de experiência sobre a Tutoria, a partir de um estudo bibliográfico. Sendo assim, o tema do trabalho relaciona-se à dimensão do saber docente do tutor em diferentes perfis profissionais, tendo como um dos fundamentos da pesquisa, minha experiência discente nos cursos que realizei na Graduação em Pedagogia e Pós-Graduação em Especialização em Educação a Distância, respectivamente. Os tutores analisados serão pensados sob as abordagens de Jean Piaget, Vygotsky e Paulo Freire. Partindo-se dessa premissa, desejo prosseguir com uma proposta que tente mostrar como os diferentes perfis de profissionais na Tutoria destes cursos interferiram no meu desenvolvimento de aluna da Educação a Distância, avaliando as nuances que contemplam seus perfis, como o acolhimento em situações presenciais e a distância, a afetividade, a criatividade, a mediação, o saber científico e quiçá o mais importante de todos eles, a concepção de educação que cada um incorporou em seu fazer pedagógico. Veja o que nos diz Gonzales (2004, p. 01):

A relação pedagógica conclama a uma construção cotidiana. Sozinho, o aprendiz caminha vacilante, perdendo o rumo desejado. Nisso o tutor pode ampará-lo, conduzi-lo e encaminhá-lo. À medida que o processo de aprendizagem se efetiva, a relação do aluno com o tutor, muda, se aprofunda, estreitando o laço afetivo, propiciando

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