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O Uruguai de Basílio da Gama

Por:   •  11/8/2018  •  1.566 Palavras (7 Páginas)  •  329 Visualizações

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3. Movimento literário

O Uraguai pertence ao Arcadismo. Percebemos isso principalmente pela inovação no gênero épico: versos decassílabos brancos, isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco cantos. Além disso, também há a exaltação da natureza, e o bucolismo.

4. Estilo do Autor

Como já falado no subtítulo do Arcadismo, o autor utilizou em seu poema épico versos decassílabos brancos durante toda a história.

Uma coisa importante é que todos os autores de poemas épicos antes de Basílio da Gama seguiam o modelo de Camões de dez cantos. Porém se pensarmos, nos poemas de conteúdos imensos, como “Os Lusíadas”, era possível se fazer um livro de dez cantos, afinal o tema era muito rico em detalhes. Já no Uraguai, o tema “índios contra luso-espanhol” não é relativamente rico, porque de certa forma não da para se extrair muitas informações.

Portanto a solução usada por Basílio foi reduzir o seu livro para cinco cantos, sendo então o primeiro poeta a fazer isso.

5. Tempo/Espaço

A história se passa no Rio Grande do Sul, e o tempo é entre os seis anos da guerra Guaranítica (1750 – 1756).

6. Tipo de Narrador

O narrador pode ter duas classificações. Por ser um poema como qualquer outro ele é um eu-lírico. Mas por esse poema ser épico e longo, o narrador pode ser considerado um onisciente ou onipresente.

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7. Personagens

- Tanajura (feiticeira índia)

- Cacambo (chefe da tribo)

- Lindóia (esposa de Cacambo)

- Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia)

- Balda (padre jesuíta que administra a aldeia e vilão da história)

- Cepé (guerreiro índio)

- General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal)

- Catâneo (chefe das tropas espanholas)

[pic 2] [pic 3]

General Gomes Freire de Andrade (à esquerda), e Cacambo (à direita)

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8. Enredo

A obra segue o padrão camoniano em relação ao primeiro canto dos Lusíadas. Logo na primeira estrofe encontramos a proposição, na qual é apresentado o tema da narrativa, que no caso seria o confronto entre indígenas e europeus.

A dedicatória é feita ao irmão do Marquês de Pombal.

Vale lembrar que O Uraguai segue o processo “In media res”, pois já se inicia falando do massacre dos índios, e só depois se contará o porquê de ter acontecido. Ou seja, o livro começa no fim da história, e depois vai explicar o começo.

O canto I é iniciado com Basílio da Gama relatando sobre as várias pessoas mortas no campo de batalha (em sua maioria índios). Após isso há toda uma exaltação com a chegada do general Gomes Freire de Andrade, em espera dos espanhóis. Por fim se destaca o desfile das tropas luso-espanholas. A partir do “Tratado de Madri”, as terras no sul do Brasil que eram dos espanhóis, passariam a ser dos portugueses.

No canto II temos o exército luso-espanhol partindo para a batalha. Há a soltura dos índios presos. Nas margens do rio Uruguai o comandante Gomes Freire se encontra com dois caciques: Cepé e Cacambo. Eles tentam chegar a um acordo, porém nada é feito, pois os jesuítas portugueses que estavam no comando das aldeias indígenas se negam a aceitar nacionalidade espanhola. Ocorre então o combate entre os índios e as tropas luso-espanholas. Os índios lutam valentemente, mas são vencidos pelas armas de fogo dos europeus. Cepé morre em combate com um tiro no peito, e Cacambo comanda a retirada de sua tribo.

No canto III, como consequência de inimigos de guerra, as tropas indígenas e portuguesas se separam. Cacambo tem um sonho com Cepé, no qual ele manda o cacique incendiar o acampamento onde estão as tropas de Gomes. Ele o faz, depois, regressa para a sede. A mando de Balda, prendem Cacambo e matam-no envenenado.

Então surge Lindóia na história. Com a morte do cacique, Balda quer que seu filho Baldeta se case com Lindóia, para que de certa forma os jesuítas, por meio de Baldeta, tomassem posse total do povoado. Observa-se aqui uma forte crítica aos jesuítas.

Com o canto IV, Balda começa a planejar tudo. Queria entregar Lindóia a seu filho. A mulher descobre que isso estava acontecendo e vai consultar a feiticeira Tanajura para saber o que fazer. Tanajura era uma mulher vista por todos os membros da tribo como muito sábia. Por conta da mitologia indígena, os nativos acreditavam que ela podia até mesmo prever o futuro. A feiticeira era como uma mãe para Lindóia, pois foi ela que a criou quando era uma criança.

Tanajura depois de ouvir a história de Lindóia chegou à conclusão que seria melhor para a saúde e vida de Lindóia, que ela se casasse com Baldeta. Mas ela não queria que isso acontecesse, então faz com que uma cobra venenosa pique seu pescoço, cometendo então suicídio.

Logo todos sabem desse acontecimento envolvendo Lindóia. Os padres e os índios fogem da sede, não sem antes atear fogo em tudo.

Essa parte do suicídio de Lindóia é a mais importante do canto V, e talvez seja a mais importante da obra.

Para encerrar, no canto V, é narrada uma perseguição dos índios pelos lusos, além da prisão de Balda. Basílio da Gama deixa seu depoimento dizendo que tudo que ocorreu na história, foi por culpa dos jesuítas, e também defendeu Gomes Freire de Andrade, dizendo que o próprio, mesmo tendo sido inimigo dos indígenas, os protegeu enquanto os próprios estavam presos, e de certa forma, escravizados. Opinião que agrada ao Marquês de Pombal.

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9. Verossimilhança

A obra apresenta quase por completa uma história com componentes ou elementos da narrativa reias. As exceções são as presenças da índia feiticeira (Tanajura), e de toda a crença fantasiosa

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