O Processo de Alfabetização na Educação Infantil: Uma relação delicada
Por: Hugo.bassi • 4/7/2018 • 7.358 Palavras (30 Páginas) • 361 Visualizações
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O Processo de Alfabetização na Educação Infantil, uma relação delicada, tem a linha de pesquisa bibliográfica, o tema justifica-se, pois é um grande dilema entre os que defendem a alfabetização inicial e entre os que são contra, percebi que existe uma preocupação com o processo de alfabetização no último nível desta etapa, no trabalho com crianças de 5 e 6 anos a fim de que estas, ao ingressarem no primeiro ano do ensino fundamental, já possuam certo domínio da leitura e escrita e a partir disso há uma discussão.
A discussão apresenta-se pela pergunta: deve-se permitir ou não que as crianças aprendam sobre a língua escrita na pré-escola? A resposta é redondamente afirmativa, pois a defesa da presença da cultura escrita desde cedo, ainda na educação infantil, é bastante esclarecedora: a simples presença do objeto não garante conhecimento, mas a ausência do objeto garante o desconhecimento.
Os objetivos do conteúdo do projeto de ensino são expor e analisar conceitos e práticas da alfabetização na educação infantil, fazendo com que o professor possa oferecer atividades que estimulem nas crianças o desejo de querer aprender a ler e escrever. Existem objetivos específicos no desenvolvimento do projeto, como, que o professor valorize a rotina durante todo o ano letivo e plano de aula; crie um ambiente de aprendizagem rico e estimulante, com práticas que ofereçam contato com material escrito pertinente, funcional e prazeroso; prepare atividades de uma forma que desperte o interesse dos alunos pela leitura, pela escrita e pelo manuseio do material didático.
Os conteúdos a serem desenvolvidos no projeto abordam a temática de como o docente pode desenvolver sua aula, valorizando a rotina durante todo o ano letivo. A idéia é criar um ambiente de aprendizagem rico e estimulante: práticas que ofereçam contato com material escrito pertinente, funcional, prazeroso; com diversos portadores e suportes, gêneros, funções e objetivos da escrita e da leitura.
A partir deste conhecimento que as atividades propostas a seguir foram elaboradas no processo de desenvolvimento do projeto: acolhimento, história com livro, aprender a escrever o nome próprio, a letra é? e, como é que se escreve?
Os recursos necessários para a realização deste projeto de ensino são: livros, papéis, canetas, pincéis, fantoches e dedoches, CDs, rádio, objetos diversos para colocar no saco surpresa.
O processo de avaliação não deve ter como objetivo a seleção, a promoção ou a classificação dos pequenos e precisa considerar a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano, empregando múltiplos registros.
Para elucidar as questões abordadas no projeto busquei o referencial teórico de Emília Ferreiro, que afirma que a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida. Também tive referencia de Magda Soares onde professora destaca a influência da psicogênese da língua escrita, cujas pesquisas apontam a necessidade de a criança aprender a ler e escrever por meio de práticas e materiais reais de leitura e escrita. A especialista defende que alfabetização e letramento envolvem duas aprendizagens distintas, mas que devem ocorrer de forma articulada, o que denomina como alfabetizar letrando. E por fim, Maria Ângela Barbato Carneiro diz “participar de atividades de comunicação e leitura interessantes respeitando o nível de desenvolvimento, vai ajudar os pequenos quando chegarem à alfabetização".
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A alfabetização na educação infantil é assunto que há muitos anos vem sendo discutido em toda a América Latina e alguns países da Europa. Muitos pesquisadores aprofundaram-se no assunto, mas a polêmica sim ou não, continua a assombrar profissionais da área. É um grande dilema entre os que defendem a alfabetização inicial e entre os que são contra também as opiniões divergem. O professor oprimido por concepções conflitantes, pela pressão das famílias, pela ação das crianças, sempre que pode quer refletir sobre o assunto.
Refiro-me, neste trabalho, a uma prática voltada para ensino da leitura e escrita para crianças da educação infantil numa faixa etária de 5 e 6 anos e, para uma teoria que estudada na formação inicial, explique o processo de alfabetização e a aquisição da leitura e escrita pela criança, fundamentando o trabalho do professor.
Precisamos entender todo o contexto da educação infantil e as suas concepções. Para compreender o que é a educação infantil, é necessário entendermos também o que é infância. A relevância de termos uma boa compreensão deste conceito é reconhecermos a infância como uma categoria social, o que determinará os rumos dados às instituições de educação infantil, como afirma o trecho abaixo:
A maneira como conceituamos a infância está misturada com a maneira como concebemos a criança. Moss (2002) afirma que a infância está relacionada com a vida adulta, porém não é hierarquicamente inferior. Trata-se de uma etapa importante da vida da pessoa e deixa traços para fase seguinte. (MOSS, 2002 apud GUIMARÃES, 2005, p.98).
Hoje, podemos considerar as crianças como seres sociais, que têm uma história, pertencem a uma classe social, estabelecem relações segundo seu contexto de origem, têm uma linguagem, ocupam um espaço geográfico e são valorizadas de acordo com os padrões do seu contexto familiar. Segundo Gouvêa (2002), a noção de criança não foi sempre assim:
Porém a visão que hoje temos da infância e do lugar que a criança ocupa em nossa sociedade é fruto de uma longa construção histórica, durante a qual a criança passou a ocupar um novo lugar social. Apresentando rapidamente este percurso, verifica-se que, na sociedade medieval européia, a criança não era percebida como afetiva e cognitivamente diferente do adulto. A criança participava das atividades coletivas de seu grupo social, através das quais exercia seu aprendizado para a vida adulta. O universo infantil não era destacado do universo adulto. Da mesma forma que a criança participava de atividades, como por exemplo o trabalho, partilhava vivências e produtos culturais, como jogos, brincadeiras, histórias. Tais
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