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O Desenvolvimento do Indio na Literatura Brasileira

Por:   •  5/12/2018  •  1.451 Palavras (6 Páginas)  •  552 Visualizações

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No romantismo a figura do índio vai se tornar mais importante dentro da literatura brasileira. É nesse período que o índio vai ser constituído como herói e como personagem principal dentro das obras. Anteriormente, o índio era visto nas obras como objeto descritivo e de observação, era apenas como parte da paisagem. No romantismo isso vai mudar e vai ganhar destaque, pois o índio passará a ser visto como argumento e como protagonista dentro das obras literárias brasileiras. Havia uma necessidade de ter uma figura nacional nas obras literárias e é ai que surge o indianismo, uma das formas mais significativas assumidas pelo nacionalismo romântico. O índio estava presente na literatura românica como um ser idealizado, muito distante da realidade da época e bem próximo dos heróis que habitavam as novelas e romances. Era como se fosse uma adaptação do cavaleiro medieval europeu. Nas obras de José de Alencar tinham como foco principal a exaltação das qualidades guerreiras do índio, sua força e valentia. Podemos ver isso na obra “O Guarani”, que conta a historia de Peri, índio que é o herói que se dedica totalmente a sua amada. Peri realiza varias atos heroicos para salvar Ceci no decorrer do romance e no final da historia chega até a abandonar sua tribo, língua e religião por causa de Ceci, seu grande amor, havendo aí um aculturamento da figura de Peri. Há uma imposição da cultura branca e do cristianismo. Enfim, nessa obra, José de Alencar sempre procura mostrar Peri como um herói e com uma força surpreendente.

Peri alucinado suspendeu-se aos cipós que se entrelaçavam pelos ramos das árvores já cobertas de água, e com esforço desesperado, cingindo o tronco da palmeira nos seus braços hirtos, abalou até as raízes. Três vezes os seus músculos inclinaram a hastes robustas; e três vezes o seu corpo vergou, cedendo à retração violenta da árvore. (ALENCAR, p.95-96, 2006 )

Há partes em que Peri apresenta forças próprias de heróis idealizados como no momento em que ele luta com uma onça tendo grande tranquilidade e agilidade. E assim domina o animal feroz.

Esta luta durou minutos; o índio, com os pés apoiados nas pernas da onça, imobilizou-a com a forquilha. Quando o animal, quase asfixiado pela estrangulação, já não fazia senão uma fraca resistência, o selvagem, segurando sempre a forquilha, meteu a mão debaixo da túnica e tirou uma corda de ticum e amarrou a onça de tal forma que nem a boca podia abrir. (ALENCAR, p.12, 2006)

Para se entender melhor a idealização do índio, faz-se necessário saber que esse processo indica a forma como se projetou uma valorização das origens no que diz respeito ao traço de nacionalidade que era muito intenso no período romântico. Os escritores românticos colocaram o índio como um herói nacional, fazendo o índio surgir como uma criação artística. Um mito literário distante da realidade, mas a altura dos cavaleiros medievais da Europa criada pelos escritores europeus. Diante dos argumentos e citações expostos no texto, podemos afirmar que os índios, tiveram um papel de grande importância no desenvolvimento da literatura brasileira. Aos poucos ganharam destaque e consolidando a literatura brasileira.

REFERÊNCIAS

A carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/zip/carta.pdf>. Acesso em 21 out.2017.

BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

POLITO, Ronald. Caramuru: poema épico do descobrimento do Bahia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Caramuru: Poema Épico Santa Rita Durão. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/caramuru.pdf>. Acesso em 22 out.2017.

ALENCAR, José. O guarani. Romance condensado por Celso Leopoldo Pagnan. Recife: Distribuidora de Livros Boa Vista, 2006.

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